O discurso que Rubiales se recusou a ler na AG extraordinária da federação espanhola
Luis Rubiales

O discurso que Rubiales se recusou a ler na AG extraordinária da federação espanhola

INTERNACIONAL17.09.202316:36

O jornal espanhol El Mundo revela este domingo que Luis Rubiales se recusou a ler um texto em que admitia apresentar a sua demissão na Assembleia Geral Extraordinária de 25 de agosto. Todos esperavam que se demitisse mesmo, mas a surpresa aconteceu quando afirmou repetidamente «não me demito».

O jornal publica o texto escrito pelo  assessor Luis Arroyo  - contratado há um ano para ‘melhorar’ a imagem de Rubiales – em que admitia sair, mas que à última hora se recusou fazer. 

Eis um excerto da carta: «Lamento muito, do fundo do coração, ter manchado aquela enorme vitória da nossa seleção feminina (...) O primeiro erro foi ultrapassar os limites da confiança com Jenni Hermoso. Ela sabe que não houve intenção maliciosa, mas é claro que o que era para ser um gesto de alegria e parabéns tornou-se um símbolo de domínio de um homem em posição de poder – eu mesmo – sobre uma mulher. Sou imperfeito, mas considero-me um cidadão respeitoso e nunca aceitei gestos de violência ou domínio sobre nenhuma mulher. O segundo erro foi inicialmente negar a seriedade com que muitos avaliaram o meu gesto, e qualificar com alguns insultos aqueles que o criticaram. Depois de muitas horas de viagem, justamente com as jogadoras e treinadores da Federação, não consegui avaliar a sensibilidade social do momento. Esse foi o segundo erro. O terceiro foi não perceber a inadequação do meu comportamento no dia seguinte. Eu deveria ter dito o que digo agora: Lamento, peçodesculpas. Estou completamente convencido de que não existe nenhum ato punível na minha conduta. Mas é evidente que o meu comportamento foi inadequado e reitero as minhas desculpas. Estou à disposição da Área de Integridade da Federação, que já abriu processos internos.»

O jornal Marca escreve também este domingo que a decisão final de demitir-se, apresentada apenas no dia 10 de setembro à noite, foi tomada depois de um ultimato do presidente da UEFA, Aleksander Ceferin. O organismo ainda não tinha reagido à suspensão determinada pela FIFA, mas como Rubiales detinha também cargos no organismo europeu – vice-presidente e membro do Comité Executivo - Ceferin acabou por ter de intervir.