«Demissão de Rubiales é a maior notícia desde o 11 de setembro»
Javier Tebas, presidente Liga espanhola, elege a demissão de Luis Rubiales na sequência do polémico beijo a Jenni Hermoso como um dos mais importantes acontecimentos da história recente.
«É a maior notícia da história dos media digitais. Maior até que o 11 de setembro [ataque terrorista que fez ruir as Torres Gémeas, em Nova Iorque]. Quero esperar pelas declarações. Ontem, quando ele se demitiu, estava a vestir o pijama e fui dormir. Temos de poupar os danos de reputação. Vai custar-nos muito caro», referiu Tebas ao jornal As.
De uma coisa o presidente da Liga tem certeza: é que este caso terá uma marca profunda na forma como as pessoas encaram o futebol espanhol: «Não vou falar porque quero ouvir a entrevista de duas horas que ele deu [Luis Rubiales]. Vou esperar pelas declarações. Não vou comentar a sua gestão, mas é evidente que o dano reputacional que está a ser causado ao futebol espanhol é tremendo.»
Um dos danos a que se refere Tebas pode ser a candidatura com Portugal e Marrocos à organização do Mundial de 2030. «Dá-me a sensação que a Argentina e o Uruguai podem ser favorecidos com o que se passou. Há que defender a reputação do futebol espanhol. Estas coisas não devem voltar a acontecer em qualquer ocasião. Depois de tudo o que foi acontecendo não basta o perdão», acrescentou Tebas.
Durante o processo, Luis Rubiales criticou mais do que uma vez Liga. Tebas vê nisso a forma de Rubiales procurar vitimizar-se: «O pior foi esconder-se atrás da narrativa de que tinha um inimigo, que a LaLiga. A visão cultural que tinha contra o futebol profissional. Não partilho os valores com que ele geriu a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF). O que quero é que haja mudanças. Há muitas sinergias entre a La Liga e a RFEF. Javier Tebas não quer controlar a Federação. Esse foi o argumento de Rubiales para manter a sua equipa unida. É preciso saber utilizar as sinergias e não entrarmos em confronto.»