Suíça-Alemanha: Até que os Alpes nos separem
Equipa da Alemanha (Imago)

Suíça-Alemanha: Até que os Alpes nos separem

Vitória garante primeiro lugar do Grupo A; será a primeira vez que as duas seleções se vão defrontar em europeus

Chegou o dia das primeiras decisões no Euro 2024. Suíça e Alemanha defrontam-se às 20 horas em Frankfurt, no Estádio Deutsche Bank Park, para a terceira e derradeira jornada da fase de grupos. Os dois conjuntos sabem que em caso de vitória seguem para os oitavos de final da competição como líderes do Grupo A.

No entanto, o empate é suficiente para sorrirem após o apito final: alemães somam seis pontos e suíços somam quatro, pelo que, em caso de igualdade no marcador ao fim dos 90 minutos, nem a Escócia (zero pontos) nem a Hungria (um ponto), que jogam à mesma hora, terão possibilidade de igualar os as duas formações da Europa central.

Um dado curioso sobre o jogo: apesar de esta ser a 54.ª ocasião em que as duas seleções se defrontam, é a primeira vez que acontece em contexto de campeonato europeu! No frente a frente, a Alemanha leva larga vantagem, com 36 vitórias sobre os suíços, que apenas venceram nove encontros contra os vizinhos (oito empates). Ainda assim, nos últimos dois jogos em que se encontraram – para o Grupo 4 da Liga A da Liga das Nações –, registaram-se dois empates (3-3 e 1-1).

Estádio Deutsche Bank Park, recinto onde se vai desenrolar o jogo entre Suíça e Alemanha. Foto: IMAGO / Pupils

Suiça

Sem derrotas em 2024 (três vitórias e três empates), a Suíça vai tentar chegar à segunda vitória numa fase de grupos de um Euro pela primeira vez na história. O conjunto treinado por Murat Yakin chega ao último encontro do Grupo F com uma vitória contra a Hungria e um empate contra a Escócia (quatro golos marcados e dois sofridos), e tem motivos para estar confiante: a par da França, são a única seleção que se qualificou para os oitavos de final das últimas cinco grandes competições internacionais.

Na antevisão, Breel Embolo, avançado suíço, frisou o que a equipa precisa de fazer frente ao adversário deste domingo: «Queremos, antes de mais, jogar bom futebol. Queremos ter um bom desempenho. É um jogo especial para nós e para os adeptos defrontar a Alemanha. Não precisamos de motivação extra num Euro, queremos ganhar todos os jogos.»

Onze provável: Yann Sommer; Fabian Schar, Manuel Akanji, Ricardo Rodríguez; Silvan Widmer, Remo Freuller, Granit Xhaka, Dan N'Doye; Michel Aebischer, Kwadwo Duah, Rubén Vargas.

A figura: Granit Xhaka. Capitão da equipa e recordista de jogos pela seleção, vem de uma grande época ao serviço do Leverkusen, tendo-se sagrado campeão da Bundesliga e chegado à final da Liga Europa (derrota frente à Atalanta por 3-0). Mal-amado no Arsenal, ganhou uma nova vida a jogar na Alemanha e chega a este Europeu como um médio muito completo e a jogar num grande nível.

O que disse Murat Yakin, selecionador da Suíça: «Obtivemos resultados positivos nos dois primeiros jogos e agora estamos numa boa situação. Não precisamos de ganhar amanhã, mas queremos mostrar as nossas qualidades e fazer a Alemanha passar um mau bocado. É um jogo de prestígio e queremos sair-nos bem. Preparámo-nos bem. Estamos concentrados neste jogo, que é muito importante para nós, e queremos deixar os nossos adeptos orgulhosos.»

Murat Yakin, selecionador da Suíça. Foto: IMAGO / ZUMA Press Wire

Alemanha

Depois de ter atravessado tempos sombrios no que toca a resultados, a anfitriã do torneio chega a esta fase em excelente forma: com cinco vitórias e um empate em 2024, a turma de Julian Nagelsmann é, neste momento, uma das favoritas à conquista do título. Os germânicos venceram com autoridade os dois primeiros encontros (5-1 contra a Escócia e 2-0 frente à Hungria) e, caso empatem ou vençam o jogo esta noite, acabarão na liderança de um grupo do Euro pela sexta vez.

Na antevisão, Jonathan Tah destacou que apesar do poderio ofensivo que a Alemanha tem evidenciado, a equipa também precisa de se preocupar com o momento defensivo: «Sabemos que por vezes temos de defender, o que também nos torna mais fortes quando temos a bola e podemos atacar.»

O defesa realçou que os jogadores têm de «tentar estar 100% prontos quando o jogo chegar» apesar de ainda estarem a «recuperar do jogo anterior». Deixou ainda elogios a Toni Kroos: «É um jogador extraordinário. Todos conhecemos as suas qualidades com bola e é um prazer partilhar o campo com ele. Dita o ritmo do jogo nos momentos certos do jogo. É espantoso o seu desempenho em todos os jogos.»

Onze provável: Manuel Neuer; Joshua Kimmich, Antonio Rudiger, Jonathan Tah, Max Mittelstadt; Toni Kroos, Robert Andrich; Florian Wirtz, Ilkay Gundogan, Jamal Musiala; Kai Havertz.

A figura: Toni Kroos. A Alemanha está repleta de estrelas, mas nenhuma brilha mais alto e com a intensidade que o centrocampista que se prepara para pendurar as botas. Foi decisivo na campanha do Real Madrid ao conquistar a La Liga e a Liga dos Campeões e o seu regresso à seleção é uma das razões pela qual a mannschaft conseguiu ultrapassar os maus momentos que vivia.

O que disse Julian Nagelsmann, selecionador da Alemanha: «De momento, não há planos para alterar a equipa. Não estou a tomar em consideração o risco de cartões amarelos, porque confio plenamente no plantel. Se um jogador acabar suspenso, colocamos outro. O Murat [Yakin] é um bom treinador e gosto de falar de futebol com ele. A Suíça é provavelmente o melhor adversário que temos neste grupo em termos de qualidade individual.»

Julian Nagelsmann, selecionador da Alemanha. Foto: IMAGO/osnapix