FC Porto: González começou por ser Nico mas a qualidade já é de… naco
Jovem médio espanhol, de apenas 22 anos, vive a melhor fase desde que chegou ao Dragão; André Almeida, com quem jogou no Valência a época passada, não poupa nos elogios ao portista; «É um jogador completo», garante o internacional sub-21 português a A BOLA
Nico González foi oficialmente apresentado pelo FC Porto a 29 de julho de 2023. Na ocasião, os dragões anunciaram ter adquirido o passe do jogador ao Barcelona por 8,4 milhões de euros, sendo que o emblema catalão ficou com direito a 40% da mais-valia obtida numa futura venda e ainda com uma opção de recompra do jogador por 30 milhões de euros até 30 de junho de 2025.
Os números envolvidos no negócio eram elucidativos: o FC Porto depositava bastantes esperanças no galego. Os primeiros tempos de Nico González no Dragão não foram propriamente ao encontro das expectativas que nele recaíam, mas a verdade é que, com o tempo, o espanhol foi ganhando o seu espaço. De tal forma que, atualmente, é um dos indiscutíveis para Sérgio Conceição.
Há cerca de um mês que Nico agarrou a titularidade (por estes dias absoluta) nos portistas. O camisola 16 contribuiu para a goleada azul e branca diante do Estoril (4-0, nos oitavos de final da Taça de Portugal) - partida realizada no passado dia 9 de janeiro - e daí para cá apenas falhou um jogo, frente ao Moreirense, e por castigo. Depois da entrada no onze na Amoreira, repetiu a dose com SC Braga (2-0), Farense (3-1) e Rio Ave (0-0). E anteontem, com o Santa Clara, também entrou de início. O jogo, como se sabe, foi interrompido devido ao mau tempo e será reatado em breve.
A recente subida de produção do FC Porto também está muito relacionada com a afirmação de González, que começou por ser Nico, mas cuja qualidade já passou a ser de… naco – entenda-se a metáfora gastronómica.
Para tentar perceber, afinal, o que mudou no espanhol, A BOLA esteve à conversa com André Almeida, antigo jogador do V. Guimarães e que na época passada foi colega de Nico González no Valência. E o craque português não está nada espantado com a ascensão do amigo. «É um jogador completo. Tem muita qualidade individual, protege muito bem a bola e é extremamente forte fisicamente. Jogando na posição 6, e devido a essas caraterísticas, ganha sempre imensos duelos individuais», começou por analisar.
Para o internacional sub-21 português, a aparecimento algo tardio de Nico no onze portista pode estar relacionado com a adaptação: «Talvez. Tanto ao futebol português como às ideias do mister Sérgio Conceição. Mas a verdade é que eu sempre achei que ele se ia impor no FC Porto. Tinha todas as condições para isso, tal como está agora a comprovar-se. É muito jovem e ainda vai continuar a evoluir mais.»
Nico González (26 jogos, um golo e uma assistência) e André Almeida (38 jogos, dois golos e cinco assistências), foram dois dos patrões do meio-campo do Valência em 2022/2023, mas além da qualidade futebolística que o português reconhece ao espanhol, há também a vertente humana. «É um elemento muito tranquilo no grupo. Daqueles colegas que costumamos dizer que são porreiros. Além disso, fora de campo cuida-se bastante. É um grande profissional», conclui o número 10 do emblema valenciano, que continua a brilhar nos grandes palcos do futebol do país vizinho.