FC Porto: «Atual estado financeiro é muito preocupante»
José Pedro Pereira da Costa será o CFO dos dragões caso André Villas-Boas vença as eleições de abril
Depois da introdução de Villas-Boas, foi a vez de José Pedro Pereira da Costa, CFO eleito pelo ex-técnico dos dragões para assumir a pasta das finanças do clube, tomar a palavra, esta quinta-feira, na sede de campanha do candidato à presidência dos azuis e brancos.
«Primeiro, será necessário fazer uma análise rigorosa ao que levou ao atual estado financeiro, que é muito preocupante. O resultado líquido foi de 250 milhões negativos em dez anos, uma média de cerca de 25 por ano, resultando num passivo de 530 M€ e dívida financeira de 310 M€. Antes de avançar com qualquer processo de reestruturação, é preciso ter resposta a várias questões», começou por dizer sobre o plano que tem para a pasta das finanças.
«Porque é que no FC Porto fizemos vendas de passes de 430 M€ em seis anos, mas só foram registados cerca de 30 M€ dessas vendas, ou seja, 7%, após abatidos os custos associados, amortizações e imparidades? Deixo os números conseguidos pelos nossos principais rivais para reflexão. Um fez vendas no mesmo período de 570 M€ com resultado de 200 M€, 35%; o outro realizou vendas de 400 M€, 170 M€, 40%. No último exercício, a venda de bilhetes jogo a jogo e anual, sem suporte business, foi de apenas 10,8 M€. O rival com maior valor, 13,6 M€, teve assistência média na última época 30% inferior ao FC Porto. Porque é que o FC Porto, com receitas de merchandising que correspondem aos equipamentos, 8/9M€ por ano, tem 2M€ de custos a mais do que os rivais? Porque é que a nossa margem é de 35%, quando no rival é de 60%? Quarta pergunta: em que consistem as despesas de representação de mais de 2,4 M€ por ano? Já agora, refiro que há seis anos na SAD pagavam-se por ano 500 mil euros em despesas de representação, valor que foi aumentando 1M€ nessa rubrica. Finalmente, o que são 3M€ de outros fornecimentos externos?»
José Pedro Pereira da Costa conta com passagens por PT, ZON e, mais recentemente, NOS no curriculo.
O gestor, que tem experiência na área da venda de direitos televisivos, tendo sido administrador não executivo da Sport TV, foi o terceiro elemento oficializado pela lista de André Villas-Boas, que já havia apresentado António Tavares para a presidência da Mesa da Assembleia Geral, e Angelino Ferreira para o Conselho Fiscal e Disciplinar.