FC Porto: Diogo Costa volta a 'agarrar-se' à Taça
Diogo Costa, guarda-redes do FC Porto. (Foto: EPA/MANUEL FERNANDO ARAÚJO)

FC Porto: Diogo Costa volta a 'agarrar-se' à Taça

NACIONAL08.02.202415:59

Se na eliminatória anterior, diante do Estoril, havia jogado devido à indisponibilidade de Cláudio Ramos, ontem, frente ao Santa Clara, e com o número 14 já clinicamente apto, voltou a ser aposta para o onze inicial; a dúvida fica, agora, no ar: aposta no internacional português manter-se-á caso os dragões cheguem às meias-finais e/ou à final?

Quando, ontem, foi conhecida a ficha do jogo entre o Santa Clara e o FC Porto havia uma novidade no onze dos dragões: Diogo Costa.

Taça de Portugal: Santa Clara-FC Porto suspenso

7 fevereiro 2024, 16:59

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Gustavo Correia suspendeu o jogo dos quartos de final da Taça de Portugal devido ao péssimo estado do relvado; restantes 73 minutos não serão jogados na quinta-feira

Novidade, entenda-se, porque a partida era relativa à Taça de Portugal. Diogo Costa é o indiscutível da baliza azul e branca na Liga e na Liga dos Campeões, mas na prova rainha o titular tem sido Cláudio Ramos

Mas vamos por partes. Diogo Costa já havia jogado na eliminatória anterior, diante do Estoril (4-0). No passado dia 9 de janeiro, faz amanhã exatamente um mês, o número 99 foi o eleito para alinhar na Amoreira, com Samuel Portugal a ficar sentado no banco de suplentes. A ausência de Cláudio Ramos - que tinha jogado nas rondas anteriores, com Vilar de Perdizes (2-0) e Montalegre (4-0) - ficou a dever-se a questões clínicas, uma vez que o antigo keeper do Tondela se encontrava com gripe. Ora, nesse caso, Sérgio Conceição optou por chamar Diogo Costa à titularidade, deixando o brasileiro, ex-Portimonense, como segunda opção.

Agora, já com Cláudio Ramos recuperado, era de todo crível que o técnico dos portistas voltasse a dar-lhe um lugar entre os postes. Mas tal não aconteceu. Cláudio Ramos foi para o banco e Diogo Costa jogou de início - numa partida que, recorde-se, foi interrompida devido ao mau tempo e que deverá ser retomada nos últimos dias de fevereiro.

Perante este cenário, podemos dizer que Diogo Costa voltou a agarrar-se à Taça. Uma prova que já lhe diz muito e que aproveitou para começar a destacar-se quando chegou à elite azul e branca.

A caminhada triunfal do internacional português começou na época 2019/2020: 15 jogos pela equipa principal, sete dos quais na Taça de Portugal. Cumpriu os 90 minutos no percurso vitorioso do FC Porto na competição: Coimbrões (5-0, na 3.ª eliminatória), Vitória de Setúbal (4-0, na 4.ª eliminatória), Santa Clara (1-0, nos oitavos de final), Varzim (2-1, nos quartos de final), Académico de Viseu (1-1, na 1.ª mão das meias-finais), Académico de Viseu (3-0, na segunda mão das meias-finais) e Benfica (2-1, na final).

Na temporada seguinte, e de novo com Agustín Marchesín como guarda-redes principal, Diogo Costa voltou a somar muitos minutos na prova rainha. Foi titular nos sete jogos realizados pelos dragões - que foram eliminados nas meias-finais: Fabril do Barreiro (2-0, na 3.ª eliminatória), Tondela (2-1, na 4.ª eliminatória), Nacional (4-2, após prolongamento, nos oitavos de final), Gil Vicente (2-1, nos quartos de final), SC Braga (1-1, na primeira mão das meias-finais) e SC Braga (2-3, na segunda mão das meias-finais).

Em 2021/2022, tudo mudou. Diogo Costa passou a ser o titular absoluto da baliza do FC Porto e os 43 jogos que realizou foram na Liga (33), na Liga dos Campeões (6) e na Liga Europa (4). Agustín Marchesín foi o eleito para os encontros da Taça de Portugal, prova que o FC Porto acabaria por vencer: Sintrense (5-0, na 3.ª eliminatória), Feirense (5-1, na 4.ª eliminatória), Benfica (3-0, nos oitavos de final), Vizela (3-1, nos quartos de final), Sporting (2-1, na primeira mão das meias-finais), Sporting (1-0, na segunda mão das meias-finais) e Tondela (3-1, na final). Essa caminhada foi feita com o argentino entre os postes.

Seguiu-se 2022/2023. E com outro protagonista na Taça de Portugal: Cláudio Ramos. À sombra de Diogo Costa na Liga e na Liga dos Campeões, o antigo guarda-redes do Tondela fez todos os sete jogos de nova caminhada triunfal dos azuis e brancos: Anadia (6-0, na 3.ª eliminatória), Mafra (3-0, na 4.ª eliminatória), Arouca (4-0, nos oitavos de final), Académico de Viseu (1-0, nos quartos de final), Famalicão (2-1, na primeira mão das meias-finais), Famalicão (3-2, após prolongamento, na segunda mão das meias-finais) e SC Braga (2-0, na final).

Os dados são claros: apesar de ter, naturalmente, toda a legitimidade para tomar as decisões que bem entender, Sérgio Conceição tem privilegiado, época após época, a rotação (termo que o técnico até nem gosta de utilizar já que, como sublinha tantas vezes, não está ali para dar nada a ninguém e joga quem merece) dos guarda-redes nos jogos da Taça de Portugal. Por norma, o habitual titular na Liga joga, também, nas competições europeias, ao passo que o habitual suplente no Campeonato costuma ser aposta para os encontros das taças (de Portugal e da Liga).

Cláudio Ramos tem sido o eleito para os encontros da prova rainha do futebol português

Esta norma, porém, foi alterada na partida de ontem, diante do Santa Clara. Com Cláudio Ramos disponível (estava sentado no banco de suplentes), Sérgio Conceição optou por dar a titularidade a Diogo Costa. Impõe-se, pois, a pergunta: e até final da época, como será? Diogo Costa terá de manter-se no onze na data em que o jogo com os açorianos for reatado (assim mandam os regulamentos, à exceção de uma lesão entretanto contraída por qualquer jogador que estava em campo no momento da interrupção, sendo que essa mesma lesão terá ser devidamente provada junto da FPF), mas caso os dragões sigam em frente, quem será o titular nas meias-finais? E até na final, se o FC Porto conseguir chegar ao Jamor? Respostas que Sérgio Conceição dará daqui a umas semanas. Mas, a julgar pelo que sempre defendeu o técnico portista, não há prendas. Independentemente da dimensão de cada jogo, os titulares são sempre aqueles que trabalham nos limites diariamente.