Famalicão: Gustavo (não) foi apenas mais um Sá(bado) na vida de Evangelista
Jovem médio-ofensivo é uma das (várias) estrelas do plantel do conjunto de Vila Nova. (Foto: Famalicão)

Famalicão: Gustavo (não) foi apenas mais um Sá(bado) na vida de Evangelista

NACIONAL26.08.202409:48

Jovem médio-ofensivo brilhou intensamente e teve nota artística superlativa para oferecer a vitória aos minhotos; três triunfos, seis golos marcados e nenhum sofrido: eis os números de um dos três líderes da Liga – a par de Sporting e FC Porto; melhor início de sempre dos famalicenses no principal escalão do futebol português tem dedo do técnico

Haveria melhor forma de estrear-se a marcar na presente edição do Campeonato? Talvez fosse difícil. Desde logo, e porque o coletivo é sempre o mais importante, porque o seu golo ofereceu a vitória à equipa. Mas, por outro lado, e entrando, agora sim, no capítulo individual, porque a forma como esse tento foi alcançado comportou uma nota artística superlativa.

Falamos de Gustavo Sá. E do Famalicão. Afinal, o jovem médio, de apenas 19 anos – completa 20 no dia 11 de novembro -, foi o obreiro de mais um triunfo do emblema minhoto, anteontem, uma vez que, logo aos 6 minutos da receção ao Boavista, na noite no passado sábado, faturou… de calcanhar. O desafio estava ainda no início, mas esse momento acabou por ser absolutamente decisivo.

Foi a estreia a marcar do camisola 20 na presente temporada. Dono e senhor de um lugar no onze minhoto, Gustavo Sá tem magia nos pés e o golaço que apontou foi apenas mais um desenho no seu vastíssimo rol de pinturas. Porque as suas exibições já não são novidade para ninguém. Depois de ter explodido na época passada – 31 jogos, quatro golos e cinco assistências -, promete não ficar atrás na presente temporada: já leva três jogos, um golo e uma assistência. Se mantiver esta toada, está fácil de ver que tem tudo para bater os seus próprios recordes.

Natural da Póvoa de Varzim, Gustavo Sá nasceu para o futebol na Academia Elite Sport, passando depois, e ainda muito jovem, pelo FC Porto. Rumou ao Famalicão na época 2018/2019 e foi em Vila Nova que terminou o seu processo de formação. Ainda passou pela equipa de sub-23 dos famalicenses, mas, e como a qualidade não tem idade, rapidamente se afirmou na elite: somou logo 21 jogos no primeiro ano (2022/2023).

Daí para cá, a história do menino que se fez em homem tem sido contada com pinceladas de classe e Gustavo Sá foi crescendo também no seio das seleções jovens de Portugal. Foi internacional sub-18 (9 jogos), sub-19 (12), sub-20 (4) e sub-21 (1) e até Roberto Martínez já lhe reservou bastantes elogios públicos. Num claro sinal, de resto, de que o médio-ofensivo está na calha para uma futura chamada à Seleção Nacional A…

E se tantas vezes tem sido elogiada a política levada a cabo pela SAD liderada por Miguel Ribeiro – que não tem pejo em apostar em jogadores jovens, sejam eles formados no clube ou recrutados no exterior, para depois serem trabalhados e valorizados (desportiva e financeiramente…) -, então Gustavo Sá está claramente na montra para ser um dos próximos negócios milionários do Famalicão. O criativo renovou com o emblema minhoto no início da presente temporada, acrescentado mais dois anos ao contrato já existente e ficando, desde esse momento, ligado aos famalicenses até 2029, sendo que o valor que está inscrito na sua cláusula de rescisão diz (quase) tudo: 50 milhões de euros! Há ouro em Famalicão!

Um Sá(bado) diferente para Armando

A correr, a pé ou andando, Evangelista vai levando a água ao seu moinho. Com categoria. E, acima de tudo, com resultados. Reforçando a importância coletiva, mas voltando a aflorar a questão individual, centremos, agora, o foco no técnico do Famalicão.

Armando Evangelista tem conduzido o emblema minhoto à excelência. (Foto: Famalicão)

Porque Armando Evangelista tem feito por merecer todos e quaisquer elogios. E a noite do passado Sá(bado) foi muito especial para o treinador. Afinal, quando o relógio marcava, sensivelmente, as 22.30 horas, Evangelista tornava-se no primeiro treinador da história do quase centenário emblema minhoto – no dia 21 do presente mês celebrou 93 anos de existência – a conseguir guiar o clube a três vitórias nas primeiras três jornadas do Campeonato.

Para trás ficou a marca alcançada por João Pedro Sousa na época 2019/2020. Nessa altura, os famalicenses tinham logrado vencer o Santa Clara (2-0) e o Rio Ave (1-0), mas empataram na ronda seguinte, diante do Vitória de Guimarães (1-1). Tinha sido o melhor início de sempre, mas os recordes (também) existem para ser batidos…

E Armando Evangelista bateu-o: triunfos sobre Benfica (2-0), Estrela da Amadora (3-0) e Boavista (1-0). Mais: a forma como as três vitórias surgiram foram sempre de uma forma esclarecedora. Fruto de exibições muitíssimo bem conseguidas. Tudo junto, faz com que a nação famalicense esteja, naturalmente, em polvorosa. Porque o Famalicão está (muito) bem e recomenda-se: três jogos, três vitórias, seis golos marcados e nenhum sofrido – liderança da Liga repartida com Sporting e FC Porto, as outras duas únicas equipas que também somam 9 pontos.

A saga continua no domingo (20.30 horas), num sempre escaldante dérbi minhoto, no terreno do Vitória de Guimarães. Em pleno Estádio D. Afonso Henriques, Armando Evangelista quer continuar a ser… rei.