Este Famalicão está em chamas, mas também passou pelas brasas (crónica)
Gustavo Sá festeja o golo. Imagem: José Coelho/Lusa

Famalicão-Boavista, 1-0 Este Famalicão está em chamas, mas também passou pelas brasas (crónica)

NACIONAL24.08.202423:16

Terceira vitória consecutiva no arranque do campeonato para o Famalicão; feito inédito conseguido por Armando Evangelista; famalicenses estiveram por cima mas mostraram-se passivos nos instantes finais

Em equipa que ganha não se mexe. Armando Evangelista manteve a mesma formação inicial, assim como Cristiano Bacci, treinador do Boavista. No entanto, as circunstâncias eram diferentes: o Boavista vinha de uma derrota em Braga, enquanto o Famalicão somava duas vitórias consecutivas, incluindo uma vitória marcante contra o Benfica na primeira jornada.

Com uma casa bem composta, o Famalicão entrou em campo de forma dinâmica, dominando a posse de bola, como havia feito nos jogos anteriores. Este esforço inicial foi recompensado com o primeiro golo da noite. E que momento brilhante de futebol! Francisco Moura segurou a bola no corredor esquerdo, cruzou com precisão, e Gustavo Sá, com um toque de calcanhar, colocou a bola no fundo das redes.

O Boavista tentou reagir, mas o meio-campo do Famalicão, com Zaydou e Topic, conseguiu anular as investidas dos axadrezados. Salvador Agra esforçava-se para criar oportunidades, mas a defesa do Famalicão, liderada pelos centrais Enea e de Haas, fechou bem os espaços, deixando Bozenik praticamente inoperante.

Após o golo, o jogo tornou-se mais truncado, com muitas faltas, mas o Famalicão manteve-se sempre por cima.

Na segunda parte, a equipa da casa voltou a entrar determinada, criando bons momentos de fulgor ofensivo, especialmente através de Francisco Moura e Zaydou. No entanto, à medida que o tempo passava, o Boavista começou a reagir e a aproximar-se mais da baliza de Zlobin.

Zaydou, incansável, continuou a impulsionar o Famalicão para a frente, demonstrando uma resistência física impressionante, que foi crucial nos minutos finais. Trata-se de uma verdadeira arma letal para Armando Evangelista, pois consegue manter o ritmo de jogo como se tivesse acabado de sair do banco, enquanto os colegas mostram sinais de cansaço.

Nos instantes finais, Zlobin tornou-se o herói da noite, com duas defesas magistrais, que poderiam ter mudado o desfecho da partida. O Boavista pressionou até o último minuto, em busca de, pelo menos, um ponto, mas foi impedido por uma defesa sólida e algumas falhas no ataque. O Famalicão segurou a vitória, mas foi-se esmorecendo nos minutos finais, dando espaço para o Boavista reagir.