Zaydou Youssouf, que até somou duas internacionalizações pelos sub-21 de França, não esconde o orgulho por representar a equipa do país de origem dos seus progenitores. Motivado para a fase final do Campeonato Africano das Nações
Os últimos dias foram de intenso sentimento de orgulho para Zaydou Youssouf. O médio do Famalicão estreou-se na seleção das Ilhas Comores, tendo sido titular nos embates diante de Gâmbia (2-1) e Madagáscar (1-0), triunfos que permitiram à formação orientada pelo italiano Stefano Cusin garantir a presença no Campeonato Africano das Nações de 2025, depois de garantido o 1.º lugar do Grupo A da fase de qualificação.
No regresso a Vila Nova, o médio – que nasceu em França e que chegou a somar, inclusivamente, duas internacionalizações pelos sub-21 gauleses – realçou a felicidade por representar o país de origem dos pais e deu conta do sentimento que viveu.
«Chegar à seleção e ganhar dois jogos foi incrível. Ficámos em primeiro lugar do grupo e estou muito feliz por isso. Espero que no futuro tudo continue a correr bem. Quando estava em França também já tinha recebido uma convocatória para jogar na seleção das Ilhas Comores, mas eu ainda era muito jovem e não estava pronto. Agora estou com 25 anos e depois de conversar com o selecionador e com a minha família decidi que era o momento de representar o país dos meus pais», confessou, em declarações reproduzidas pelos meios de comunicação do Famalicão.
Sucesso minhoto tem aberto portas aos jogadores para contextos internacionais. Zaydou Youssouf é o mais recente caso de 'exportação' - foi internacional sub-21 por França e agora prepara a estreia pelas Ilhas Comores. Além do possante médio, outros cinco jogadores estão atualmente ao serviço das respetivas equipas nacionais
Zaydou Youssouf fez uma breve apresentação da dimensão das Ilhas Comores e recordou a forma como foi recebido nesta nova etapa na sua carreira: «As Ilhas Comores são um país pequeno, que tem cerca de 800 mil habitantes, mas onde toda a gente é feliz. O país tem pouca coisa, mas tem futebol. E o futebol é muito importante para as pessoas de lá. Quando fui a primeira vez às Ilhas Comores foi incrível, não tenho palavras para descrever. Vi as pessoas junto ao aeroporto a darem-me as boas-vindas e eu não estava pronto para isso, foi mesmo incrível. Quando cheguei até parecia que já jogava na seleção há muito tempo. Toda a gente estava feliz e ajudaram-me muito. Houve até jogadores que me disseram que já viam jogos do Famalicão por eu jogar cá e eu fiquei surpreendido, mas muito feliz, ao dizerem-me que o Famalicão é um grande clube de Portugal.»
As Ilhas Comores não têm a dimensão histórica de outras seleções africanas, é um facto, mas, perspetivando já o Campeonato Africano das Nações, que vai ser disputado entre 21 de dezembro de 2025 e 18 de janeiro de 2026, em Marrocos, o Zaydou Youssouf diz que a sua (nova) seleção terá de enfrentar a competição com ambição.
«Temos de fazê-lo sem medo. No futebol não se pode dizer que uma equipa vai ganhar de certeza. O futebol é mágico e uma seleção dita pequena pode ganhar a uma seleção dita grande. Isso é muito importante e nós temos de ir ao CAN sem medo», concluiu o jogador, de 25 anos, que em França havia representado o Bordéus e o Saint Etiènne. A primeira experiência fora do futebol gaulês foi em Portugal, mais concretamente ao serviço do Famalicão, onde chegou no início da época 2022/2023 e rapidamente se impôs como um dos indiscutíveis do conjunto minhoto, porque quem já contabiliza 88 jogos, sete golos e uma assistência.