BERNARDO SILVA - FIGURA DO ANO 2023 «Melhor presente que me deram foi inscreverem-me nas escolinhas do Benfica»
ENTREVISTA EXCLUSIVA - No futebol atual, é importante reagir de imediato. Foi o desafio que colocámos a Bernardo Silva. Número 20 no Manchester City, o português respondeu a 20 perguntas rápidas sobre vários temas.
- O que fizeste com o dinheiro do primeiro salário?
- Já não me lembro. Provavelmente, meti logo nas poupanças, porque sempre fui muito poupado. Meti na minha conta para ter um folguinha, para mais tarde usar se precisasse.
- Qual é o guarda-redes que mais te irrita?
O guarda-redes que mais me irrita? Provavelmente… Não sei responder. Diria um guarda-redes a quem nunca marquei. Diria o Buffon, porque me eliminou duas vezes da Champions League quando eu estava no Mónaco. Agora já não vou ter a oportunidade de consegui-lo… Era sempre ele que me tirava da Champions, quando eu estava no Mónaco.
- Qual a viagem que tens mesmo de fazer?
- A viagem que gostava de fazer seria entre o Brasil e o Japão. Brasil por razões óbvias, porque falam a nossa língua e também por razões musicais. Adoro a música, adoro a cultura, são um povo divertido. E por serem tão próximos de nós, por razões óbvias. É uma cultura de que ouvimos muito e conhecemos muito quando somos pequeninos e, como tal, tenho muita curiosidade. O Japão, porque toda a gente diz que é dos países mais completos, que tem de tudo, desde a comida fantástica à cultura. Tem praias, tem tudo. Adorava. Sei que a viagem é longa, para aí três semanas para percorrer o país, mas adorava fazê-la.
- Quem escolheu o nome da Carlota?
- Foi metade, metade. Fomos os dois.
- Consegues ter amigos fora do futebol?
- Consigo. Grande parte dos meus melhores amigos é toda fora do futebol.
- Em que língua falas no balneário?
- Normalmente inglês, para toda a gente perceber, mas inglês, espanhol, antes um bocadinho de francês também porque me dava muito bem com o Mendy, com o Mahrez… Falo muito português com o Rúben, com o Matheus agora, mas normalmente inglês.
- Chalana ou Eusébio?
- (Hesita) Chalana! Não consigo escolher, mas o Chalana faz parte da minha vida pessoal também, por isso Chalana.
- Queres ser presidente ou treinador? Já começaste a pensar nisso?
- Treinador. Primeiro, treinador. Não, eu tenho… eu gosto muito de futebol. E gosto muito de pensar o jogo. E gosto muito da parte tática. Não sei se mais tarde vou ter paciência para ser treinador, porque é preciso paciência para lidar com 20 e tal miúdos, todos com personalidades diferentes. Não é fácil.
- Não pensaste ainda no curso…
- Não, não. Mas acho bastante provável. Porque toda a gente diz que quando se deixa o futebol se fica com muitas saudades passados dois ou três anos. Por isso, é possível.
- Este ano vais desmontar a árvore de Natal?
- A árvore de Natal já foi desmontada pela minha mulher há uns anos. Agora, já não a monto há três anos também. Dá muito trabalho.
- Qual foi o pior e o melhor presente que recebeste?
- O melhor presente foi quando me inscreveram nas escolinhas do Benfica quando tinha seis ou sete anos. Portanto, foi o meu início de futebol um bocadinho mais a sério, tirando o de escola e de rua. O pior presente? Acho que não tenho nenhum pior presente. Sei que é um grande cliché, mas a intenção é que conta, portanto não consigo pensar num pior presente.
- Assinas o teu nome nos autógrafos ou rabiscas qualquer coisa?
- Assino o meu nome.
- Continuas a ter só uma tatuagem?
- Só uma tatuagem.
- Gostas que te chamem Messi do Seixal ou preferias ser o Ronaldo de Manchester?
- Risos. Não gosto de nenhum dos dois. Porque são comparações sempre… Gosto de ser o Bernardo. Claro que é um orgulho às vezes compararem-me com um jogador ou outro, mas não gosto de nenhuma dessas alcunhas.
- Continuas a ser um betinho?
- Há pessoas que dizem que sim. Mas acho que com as experiências que tenho na vida, de vários meios diferentes, sou um misto de tudo.
- Ainda vais de Smart para os treinos?
- Em Portugal, sim, sobretudo quando estou no centro da cidade, porque é muito mais fácil estacionar. Mas se estiver com a minha filha, não, claro.
- Escolheste o Benfica para ser do contra?
- Para ser do contra não, porque o meu pai também é benfiquista. A minha mãe é que é sportinguista. Do lado da minha mãe são todos sportinguistas, só que o meu pai é benfiquista, levava-me aos jogos, e a influência, felizmente, ficou lá.
- Tens alguma superstição?
- Não.
- Qual foi o maior desafio como pai?
- Não tive muitos. Os primeiros meses… O primeiro mês foi difícil, porque ela nasceu em Portugal e nas primeiras semanas não é muito recomendável viajar. Ficar longe dela nas primeiras semanas foi duro, mas não considero isso um grande desafio, porque a miúda é saudável e é feliz, e é supercalma, porta-se bem. Tem sido impecável.
- Esperas algum?
- Espero muitos, obviamente. Ser pai é isso. Até agora tem sido bastante tranquilo, mas calculo que haja momentos bastante difíceis também.