Benfica, convívio com Amorim no Seixal e elogios a Gyokeres: tudo o que disse Bernardo Silva

INTERNACIONAL04.11.202422:00

Internacional português comentou o bom momento dos leões e também do avançado sueco, assim com o mau momento dos 'citizens', que têm bastante lesionados, incluindo Rúben Dias; recordou a altura em que conviveu com o próximo técnico do Manchester United no Seixal e não quis comentar um eventual regresso ao Benfica

Perante a visita ao Estádio José Alvalade para defrontar o Sporting na Liga dos Campeões, Bernardo Silva foi o jogador eleito pelo Manchester City para participar na conferência de imprensa de antevisão ao encontro, ao lado de Pep Guardiola, falando depois do seu treinador.

Se espera voltar a marcar dois golos em Alvalade, tal como aconteceu há mais de dois anos, na goleada ao Sporting, por 5-0: «Espero que sim. Eu normalmente não marco muito, portanto seria bom. Boas memórias, porque nos qualificámos, jogámos com eles há uns anos e foi um bom jogo para nós, aqui, especial, mas eram equipas diferentes. Ambas as equipas mudaram muito os jogadores, apesar dos treinadores continuarem a serem os mesmos. Acredito que o Sporting está mais forte agora, porque os sigo bastante e por causa do nosso momento, das lesões, apesar de não ser desculpa para mim, vai ser, sem dúvida, um jogo complicado.»

Se sente a falta de Rúben Dias: «Esse vídeo era de um ano atrás. É o meu melhor amigo da equipa, é alguém com quem me dou muito bem e apesar de ser mais novo do que eu, nós partilhámos alguns momentos no Benfica, quando estivemos lá e é um líder, como disseste. Acho que essa é a palavra que melhor o define, é um pouco intenso na maneira que trabalha, às vezes um pouco demais para mim (risos), mas isso mostra a sua paixão pelo jogo. Não vou falar das suas qualidades como defesa, porque… mas focado, sempre ligado ao jogo, linguagem corporal. Tudo o que esperarias de um grande defesa, ele tem tudo, portanto para além disso, o estatuto que ele tem no balneário é enorme, por ele ser tão barulhento (risos), portanto, sim, sentimos a sua falta.»

Derrotas com o Bournemouth e Tottenham: «Acho que estávamos num bom momento, apesar de estarmos a ganhar por uma margem mínima, para além de um ou dois jogos. A equipa estava a jogar bem, a ser consistente, não é fácil jogar com 11 jogadores dentro da área, é essa a forma com que as equipas jogam connosco, agora. Mas os últimos dois jogos foram diferentes, o Tottenham era uma competição diferente, o treinador tentou algumas coisas, rodou a equipa, claro que não escolhemos competições, mas aceitámos a derrota. O Bournemouth foi muito mais frustrante, para mim, numa competição em que nos focamos sempre mais no início da época [Premier League] e eles foram melhores do que nós, por isso é que estou frustrado. Eles colocaram mais intensidade no jogo, ganharam os duelos e foram melhores em todos os departamentos, portanto temos de lidar com isso. Depois é muito individual, cada um tem de olhar para si próprio e estar pronto para os jogos, os lesionados tentarem voltar o mais rapidamente para sermos mais fortes, mas isso não é desculpa, porque pelos jogadores que temos devíamos ter feito melhores nos últimos jogos e jogar melhor, individualmente, em cada ação. Estar pronto para os jogos e voltar a ganhar outra vez, porque pelos estatutos deste clube, que colocamos nos últimos anos, temos de ganhar e ganhar e ganhar.»

Trabalho de Rúben Amorim no Sporting: «Enorme, enorme, como tu disseste. Antes de ele chegar o Sporting estava num período de quase 20 anos sem ganhar a liga e desde que ele está lá, não só ele, mas o presidente e o diretor desportivo, parece que todos foram na mesma direção e quando isso acontece, quando as pessoas são competentes e têm a mesma ideia, as hipóteses fazerem um bom trabalho são muito mais altas. E depois como treinador, taticamente, consegues ver que ele é muito bom, consegues ver a forma como ele prepara a sua equipa, melhorava sempre época atrás de época, e são uma grande máquina, agora. Só tenho elogios para lhes dar, porque têm voado na liga portuguesa e vai ser muito difícil de lhes ganhar, pela forma como têm jogado. Relativamente ao Manchester United, não lhe desejo tudo de bom, como podes imaginar (risos), mas ele merece o que teve. Ele merece estar num dos melhores clubes do mundo, porque o trabalho que ele fez nos últimos anos tem sido inacreditável.»

Rivalidade do Benfica com o Sporting: «Sim, definitivamente. Joguei 12 anos no Benfica, na academia, e sou um adepto desse lado de Lisboa, mas vai ser muito especial para mim, porque a minha mãe é adepta do Sporting, alguns dos meus melhores amigos, portanto, sim, vai ser interessante para mim, amanhã. Espero estar no lado vencedor.»

Muitos lesionados: «Como disse antes, com toda a equipa somos mais fortes, não há como o negar. Temos muitos jogadores ausentes, não pudemos contar com o Kevin De Bruyne no último mês e meio e todos sabemos o quão importante ele é para nós. O Rodri está de fora até ao final da época e muitos outros jogadores, que têm estado fora, mas também, como disse, não gosto de encontrar desculpas, porque este clube nunca foi assim. Há cinco anos, o Kevin esteve lesionado durante seis ou sete meses e conseguimos ganhar a liga e fazer uma grande época. Outros jogadores estiveram lesionados no passado e sempre conseguimos gerir. Portanto é jogar bem individualmente, fazer o teu trabalho e estar lá para ajudar a equipa.»

Um possível regresso ao Benfica e a troca de Roger Schmidt por Bruno Lage: «Joguei 12 anos no Benfica, acho que até os próprios adeptos do Benfica já estão cansados dessa pergunta, dessa resposta. Amanhã tenho um jogo importante com o Sporting, peço-lhe desculpa, mas sinceramente nem me apetece responder a essa pergunta, porque já foi respondida várias vezes e estou focado. Sou jogador do Manchester City neste momento e tenho um jogo amanhã contra o Sporting e isso para mim é o mais importante.»

Ter treinado com Rúben Amorim no Seixal e se acreditava que viria a ser treinador: «É verdade que partilhámos alguns momentos, ainda que eu não tenha passado muito tempo na equipa principal do Benfica. Íamos várias vezes treinar com a primeira equipa e, portanto, partilhámos esses momentos ainda no Seixal. Se imaginava que seria ou não treinador? Não era uma coisa com que eu estava muito preocupado na altura, portanto eu nunca pensei muito nisso. O Rúben, pelo seu perfil de jogador, sempre deu para perceber que tinha um entendimento bom do jogo, porque um jogador que joga em várias posições é porque entende de futebol e não entende só uma posição. O que tem de fazer naquela situação específica, ele entendia aquilo que os seus companheiros precisavam e por isso é que conseguia jogar… eu lembro-me dele no Benfica a jogar a médio defensivo, ou a 8, ou a 10, ou mesmo a lateral direito, portanto um jogador que faz todas estas posições é porque percebe o jogo. Quanto ao seu trabalho como treinador, acho que os números, os resultados estão à vista, não há muito a dizer. Quando chegou o Sporting não era campeão há quase 20 anos e ele mudou completamente, não só ele obviamente, mas muito também ele, mudou completamente o paradigma do Sporting, que hoje em dia é a melhor equipa de Portugal a jogar futebol, de longe, portanto merece o sucesso que tem tido, merece também o salto para o United, neste caso. Não lhe desejo o melhor porque vai ser meu rival, mas fico feliz que tenhamos mais um português a representar-nos a um nível tão alto no melhor campeonato do mundo.»

Jogo com o Man. United daqui a um mês, já com Amorim no outro lado de Manchester: «Acho que isso são pequenas distrações para vocês comentarem. Eu não acredito que o Sporting não esteja muito preocupado com isso, eu posso garantir-vos que não estamos. Quando o Rúben for treinador do United e quando jogarmos especificamente com o United preocupar-nos-emos nessa semana. Estamos muito focados em conseguir os três pontos e só neste jogo amanhã e muito pouco nessas coisas, porque queremos estar rapidamente numa posição segura de nos qualificarmos nos oito primeiros lugares. Até porque sabemos que com o calendário tão apertado, termos mais dois jogos, para além da pressão de podermos ficar fora da competição, não nos dá jeito nenhum, portanto estamos focados só em ganhar o jogo e tudo o resto é mais externo ao jogo em si.»

Grande temporada de Viktor Gyokeres: «É complicado, os grandes jogadores quando estão a um nível alto não é fácil pará-los. Espero que os nossos defesas, depois de principalmente do último jogo, por causa do seu orgulho, que encarem este jogo como uma nova oportunidade de dar a volta e de tentar corresponder da melhor forma a um avançado que, aos dias de hoje, é um dos melhores da Europa e que está com uma confiança a um nível altíssimo, calculo eu, com o número de golos que tem marcado. E estamos muito conscientes de todos os pontos fortes do Sporting, sabendo que o Viktor Gyokeres, aos dias de hoje, é um dos principais [avançados], sem dúvidas. Sabemos perfeitamente o jogador que temos pela frente. Sabemos perfeitamente das suas características e os cuidados que temos de ter com o jogador tão rápido, tão forte e tão perigoso como ele.»

Se Rúben Amorim já é um dos melhores treinadores do mundo: «Um dos melhores treinadores do mundo não sei, é difícil dizer isto, porque meter um treinador tão jovem ao nível do meu treinador, de um Ancelotti, Klopp, treinadores que têm andado consistentemente e ao longo de bastantes anos ao mais alto nível é difícil. E acho que seja, com jogadores ou treinadores, para seres considerado um dos melhores do mundo precisas de alguma consistência e também de testes ao nível mais alto do nível europeu, que o Rúben vai começar agora. E, portanto, sem dúvida que está num excelente caminho e o trabalho que fez até agora, no Casa Pia, SC Braga e Sporting, foram trabalhos fantásticos, mas um dos mais promissores do mundo, sem dúvida que sim, e que aquilo que fez tem sido fantástico.»