Samu, processo defensivo, SC Braga e a «noite difícil» com o Man. United: tudo o que disse Vítor Bruno

Treinador do FC Porto fez a antevisão do jogo com o SC Braga, agendado para amanhã, às 20.30 horas, no Estádio do Dragão

— Que jogo está à espera com o SC Braga na ressaca europeia?

— Em primeiro lugar, queria dar os parabéns à direção do FC Porto por lançar mais uma modalidade no clube. Realmente é uma iniciativa que liga todos os adeptos. Em relação ao jogo de amanhã, é verdade que o tempo é curto e diminuto. Treinámos na sexta-feira, hoje de manhã, não com uma intensidade que queremos dar no treino, mas com este tempo tão reduzido obriga-nos a ir por estratégias de análise e de vídeo. Mas para nós é importante que tudo ande casado, sabendo que amanhã também podemos aproveitar a manhã para treinar mais alguma coisa. Queremos muito ganhar e voltar às vitórias, tendo em conta o último jogo na Europa. Queremos voltar a ganhar. O SC Braga é um adversário difícil, mas queremos muito ganhar.

— Acha que será um SC Braga com mudanças estruturais?

— As adaptações e a gestão são o míster Carlos Carvalhal que tem de falar delas. O SC Braga vem de três vitórias consecutivas, duas no campeonato e uma na Liga Europa, mas acabou por perder o último jogo na Europa. É sempre um adversário difícil, uma equipa muito difícil de bater. Teremos de estar num nível muito alto. Carvalhal tem feito muitas alterações, podendo haver uma grande plasticidade no tipo de jogadores que poderão ser opção, basta-nos traçar perfis e perceber quem poderá jogar em cada zona do campo. Estive atento à conferência dele. Há muitas nuances estratégicas que teremos de analisar e tentar antecipar cenários. Temos de fazer um grande jogo amanhã e é isso que tentaremos.

— Esperava um impacto tão célere e forte de Samu? E falou com ele sobre ter ficado de fora da convocatória da seleção principal de Espanha?

— Penso que já toquei neste tema numa antevisão ou depois de um jogo, mas o Samu tem uma vantagem muito grande num concorrente direto com ele, o Gul, que é o idioma. O espanhol é mais fácil de perceber, tem muitos espanhóis na equipa. O perfil que ele tem é difícil de encontrar no nosso campeonato. A forma como ataca os espaços, como se interliga com os seus companheiros de equipa. Eu sei que para vocês é muito importante em termos de análise dos números. Hoje também falei de manhã com o Gul, porque é difícil ele vir de um país completamente diferente e para um país com um idioma completamente diferente e a primeira coisa que ele me disse foi: 'Estou muito chateado por ter falhado aquele jogo com o Manchester. Ele está bem, nem um esgar de dor interna. Ele sabe que o caminho dele está a ser percorrido e vai ter muito tempo para jogar na seleção. Depois, até se vai cansar de jogar na seleção.

— Como sente a equipa do ponto de vista anímico depois do empate com o Manchester United?

— Mal acabou a conferência eu estive com os jogadores e disse-lhes: 'aproveitem a noite de hoje para agonizarem ao máximo, mas a partir de amanhã, quando entrarem no Olival, quero total energia para atacar o jogo de domingo'. Para mim também foi uma noite difícil, talvez recentemente, a nível profissional, das piores, pela questão desportiva e pelo resultado. Mas no dia a seguir tive total energia para o que aí vem. Não temos tempo para nos lamentarmos. Não quero isso, nem permito que aconteça. Não podemos esquecer que a equipa tem uma média de idades de 24 anos, incluindo o Ivan Marcano, que não está presente em campo. É preciso olhar para o número de jogos que o Bruno Fernandes, o Casemiro e o Eriksen têm na Europa e, depois, olhar para o Nico González, Alan Varela e Eustáquio e fazer a comparação. Eu não vou cansar-me de correr riscos porque sei aquilo que tenho no balneário. Aqui há pouco espaço para o erro e eu tenho noção disso. Vamos errar aqui e acolá, eu sou o primeiro a errar e eles também vão errar e eu aceito isso, desde que haja sempre compromisso

— O processo defensivo é algo que o preocupa?

— Depende de como olharmos para o copo. Se olharmos para a Liga Europa, temos de fazer esse tipo de análise. Se olharmos para a Liga, a análise é diferente, sofremos três golos em sete jogos. Quero ser o primeiro a não sofrer golos, acho que os grandes treinadores querem isso e eu não fujo à regra. A forma como estamos a atacar está a fazer com que possa acontecer o que tem acontecido. O Sporting, se calhar, tem a melhor defesa da liga neste momento e contra nós sofreu quatro golos na Supertaça. É preciso olhar com especificidade para cada jogo e perceber porquê. Vão continuar a acontecer erros, mas acredito que o caminho está a ser percorrido, é o que me dá mais conforto.

— Que FC Porto podemos esperar, mais dominante ou mais tático?

— Um FC Porto altamente competitivo, ambicioso e a querer muito ganhar. Muito ciente daquilo que terá de fazer com bola, mas também no que terá de fazer quando o SC Braga a tiver. Um FC Porto com uma vontade louca de ganhar amanhã.