Carlos Carvalhal: «A equipa tem de reagir fortemente àquilo que fez na última partida»

Treinador dos guerreiros fez a antevisão à visita ao Estádio do Dragão, para defrontar o FC Porto, este domingo, na 8.ª jornada da Liga; técnico lamenta ausência de jogadores como Moutinho e Zalazar, sendo que destaca a juventude do plantel que tem à disposição

Carlos Carvalhal, treinador do SC Braga, pretende que os seus jogadores reajam de forma cabal ao resultado e à exibição na última partida, na 2.ª ronda da Liga Europa, em que os guerreiros perderam por 0-3, na visita ao reduto do Olympiacos. O técnico, de 58 anos, assume que jogar no Estádio do Dragão não é fácil para nenhuma equipa, mas também revela que conversou com o plantel para que mostrem outra face, neste regresso ao campeonato.

Que expectativas tem para este confronto no Estádio do Dragão, frente ao FC Porto, depois de um jogo menos conseguido na Liga Europa?

- Para encerrar o ciclo da Liga Europa, fizemos um jogo menos bem conseguido de facto. Sentimos aquilo que o FC Porto sentiu no Bodo Glimt, por exemplo, com pouca agressividade nas nossas ações, penso que passou um pouco por aí. Na realidade temos três pontos, uma derrota e uma vitória, estamos à frente de equipas como o Manchester United e FC Porto, inclusive. Voltando ao campeonato, temos agora um desafio complicado, num estádio em que poucas equipas lá vencem. Um jogo muito difícil. Recuperar os jogadores e colocá-los prontos para ir a jogo. São as dores de crescimento do SC Braga, mas estamos inseridos nestas competições todas e temos de estar prontos.

A ausência de jogadores como João Moutinho e Rodrigo Zalazar tem complicado ainda mais a sua tarefa?

- Não sou de me lamentar, não gosto de falar antes dos jogos sobre outras coisas. Apenas falar dos jogadores que estão. A realidade é que temos uma equipa extremamente jovem, com três ou quatro titulares, abaixo dos 23 anos. Na última convocatória estavam para aí uns dez abaixo dos 22 anos. Infelizmente, os jogadores mais experientes, como o Moutinho e o Zalazar, internacional uruguaio, não têm estado presentes. Mas é assim, podem emergir o Gorby e o Helguera e temo-nos saído bem com a irreverência, mas um ou outro deslize que faz parte. Também não falei do Paulo Oliveira, mas para o compromisso para a Taça de Portugal, com o 1.º Dezembro, também já deve estar apto e o Bambu também não deve demorar muito.

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A explicação para um certo nervosismo e erros individuais, passa por ter uma equipa jovem?

- Não posso concordar na íntegra, pois os erros foram cometidos por jogadores experientes e não pelos jovens, mas acontecem. Foi apenas neste jogo, pois não me recordo de terem acontecido antes. Temos de criar habituação e educação. Isto passa por incutir aos jogadores que estão, agora, a jogar numa equipa que compete para ganhar sempre, pois uma coisa é jogar uma vez por semana, em que perder dois ou três jogos até é normal, outra é ter jogos de quatro em quatro dias e todos para ganhar, sendo que têm de estar a top sempre. Isto é habituação, poder de concentração que pode demorar a enraizar. Também o FC Porto está em crescimento, não acontece só a nós, pois é preciso criar essas valências.

No ataque, sente que devia ter outra opção, para além de dois jovens que não conhecem o campeonato? Alguém mais maduro?

- Não posso ter um sentimento crítico. Tenho de perceber a minha realidade e tenho dois avançados jovens. É preciso perceber que o Roberto Fernández veio da 3.ª divisão espanhola. Mas, também relembrar que o Abel Ruiz quando chegou estava na sombra do Paulinho e depois ainda apareceu o Vitinha e tiveram ambos sucesso no clube. O El Ouazzani e o Roberto Fernández são jogadores nos quais depositamos esperança, a nossa expectativa é que possa acontecer a mesma coisa. No final da época esperamos que esses jovens que não eram e não são figuras possam passar a sê-lo e evoluir. Estamos satisfeitos com o plantel, tenho de dar confiança aos jogadores que temos, sendo que estamos em sintonia com o presidente para que em janeiro, se for preciso reformular, assim o faremos. Estamos em mudança de ciclo, rejuvenescimento do plantel, acreditamos que o nosso caminho é crescente. Muito satisfeito com a atitude e compromisso dos jogadores. Mas, temos de entender que frente ao Rio Ave tivemos uma exibição muito boa e depois tivemos uma exibição cinzenta. Amanhã, a equipa vai estar pronta para dar o melhor e ir à procura da vitória.

Como se recupera ou que tipo de trabalho tem de fazer a nível anímico?

- No final do jogo falei com os jogadores e no dia seguinte também. Fiz sentir a mudança que tem de haver na cabeça deles. Para se ganhar sempre é preciso uma atitude competitiva forte, sem isso é muito complicado e fiz questão de fazer essa chamada atenção. Jogar no Dragão, com o FC Porto, é altamente motivador, mas queremos mais que motivação,  queremos reação ao último resultado e exibição. A equipa tem de reagir fortemente àquilo que fez na última partida.

Vai defrontar uma equipa que tem apresentado debilidades defensivas. O que espera do FC Porto?

- O FC Porto tem uma equipa boa, bem trabalhada. Muitas nuances na saída atrás e nas movimentações ofensivas. Um treinador que aposta na estratégia, pois nota-se na forma de jogar, perante diferentes adversários. Uma equipa coesa com três golos sofridos no campeonato, equilibrada, boa e o grau de dificuldade é elevado. Mas, isso tem de servir de motivação para ir lá buscar três pontos.

Já tem alguma ideia de quando pode voltar a introduzir o sistema de três defesas?

- O que pode mudar são as características dos jogadores, pois já tivemos um canhoto a jogar à direita no eixo defensivo, no últimos jogo o João Ferreira jogou à direita, pois tendo em conta as características do Olympiacos pensamos em quatros jogadores mais altos. Três centrais de raiz será excecional no nosso modelo. A nossa ideia é jogar com linha defensiva de quatro e depois incluir algumas nuances.

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