Minhotos com vitória gorda mas uma magra exibição (crónica)
Luís Silva e Bruma no Nacional-SC Braga (Foto: HOMEM DE GOUVEIA/LUSA)

Nacional-SC Braga, 0-3 Minhotos com vitória gorda mas uma magra exibição (crónica)

NACIONAL20.09.202422:37

SC Braga pouco inspirado só na ponta final resolveu problemas esta sexta-feira, em jogo da 6.ª jornada da Liga; Nacional arrumado e ambicioso fez por merecer mais

Foi o SC Braga quem entrou determinado a mandar no jogo e a querer chegar rapidamente ao golo, apesar de o ter feito de forma algo desconexa, seguramente também devido às sete alterações que Carlos Carvalhal fez no onze, relativamente ao último jogo.

O Nacional ia tentando sair com bola da primeira zona de pressão dos guerreiros do Minho para depois lançar os avançados na profundidade, sobretudo Appiah, que esticou muito a equipa madeirense pelo flanco direito.

Mas, na tentativa de não se precipitarem, os comandados de Tiago Margarido pensavam devagar e iam errando muitos passes nas transições, sobretudo os centrais. Desses se aproveitou o SC Braga, que somou várias oportunidades de perigo na primeira parte. Quatro ou cinco lances de golo iminente – aos 18’, um tremendo erro de Zé Vítor, deixou Roger em boa posição – desperdiçados pela ineficácia na finalização, ou travados por boas defesas de Lucas França.

O SC Braga dominava, mas dava a sensação de alguma ansiedade e de não ter o jogo verdadeiramente controlado. A prova disso é que deixou o Nacional crescer e fazer, aos 39’, o seu primeiro remate no jogo e logo para dar a sensação de golo: remate de Tiago Reis e Paulo Oliveira a cortar em situação de risco. E, aos 45’, boa jogada individual de Appiah e remate do avançado para defesa a dois tempos de Matheus.

O intervalo aconselhou Carlos Carvalhal a mexer e o treinador lançou em campo André Horta, El Ouazzani e Marín; Tiago Margarido apostou em Nigel Thomas e Adrián Butzke.

A equipa madeirense voltou para a segunda parte como terminara a primeira, mais confortável no jogo, mas mais incisiva no ataque, com os dois jogadores que entraram a trazerem maior qualidade em zonas próximas da área do SC Braga. Aos 50’, Nigel Thomas tem um remate perigoso e Butzke, aos 51’, um bom lance na área com passe atrasado para remate de Luís Esteves contra Paulo Oliveira.

Ao Braga ia faltando não apenas inspiração e pontaria, mas sobretudo personalidade para impor o seu jogo e lhe dar consistência. Nessa tendência consolidou-se o Nacional em campo, bem posicionado, com acutilância ofensiva, mas, porém, a entregar a bola ao adversário com demasiada facilidade. Valia que o SC Braga não ia fazendo nada de significativo com ela. Nesta segunda parte, os guerreiros foram perdendo poder de fogo, perdendo capacidade para chegar a zonas de finalização e mantendo óbvia falta de ideias. Apenas com a entrada de Gharbi, médio ofensivo de 20 anos das escolas do PSG, o SC Braga teve mais qualidade na zona central, junto à área do Nacional. Foi dele o primeiro remate da equipa neste período (aos 70’!) e foi também Gharbi a iniciar a jogada do golo dos bracarenses, por Niakité, num lance confuso na área madeirense.

O Nacional não se entregou e quase marcava, por Butzke, minutos antes de Bruma fazer, com classe, o segundo golo dos minhotos. Quebrar, quebrou com o terceiro golo, pouco depois, com cruzamento de Bruma para golo do marroquino El Ouazzani.

O jogo estava complicado para o SC Braga, mas as mexidas de Carvalhal possibilitaram uma ponta final muito boa, com três golos em 15 minutos, em sentido contrário ao desacerto na finalização durante a primeira parte e à exibição cinzenta na segunda, até ao golo de Niakité, o primeiro do jogo.

O SC Braga venceu, mereceu vencer, mas Carvalhal tem de analisar bem o que faltou à equipa neste jogo.