Criativo franco-argelino voltou à competição ante o Casa Pia, como titular e a bom nível; é o terceiro jogador mais utilizado nos 'canarinhos' e o driblador mais eficaz de toda a Liga
Muito embora não tenha conseguido marcar, pela primeira vez em 18 encontros (!) e, consequentemente, não tenha conseguido alcançar a vitória que desejava em Rio Maior, perante o Casa Pia, o Estoril realizou uma exibição agradável e teve ao seu dispor boas situações para desfazer o nulo. O golo, desta feita, não chegou, mas Vasco Seabra terá constatado com alegria que as suas unidades criativas estão novamente a bom nível e tal poderá revelar-se determinante nas semanas que se seguem.
A principal novidade residiu no regresso de Rafik Guitane após uma paragem de três semanas que o obrigou a falhar três partidas, duas delas ao serviço da sua seleção, a Argélia, cuja estreia oficial foi, por isso, adiada, e a receção ao FC Porto, que o Estoril venceu (1-0), mas órfão do seu camisola 10, cuja utilização no encontro desta segunda-feira se encontrava em dúvida e propositadamente deixada em aberto na conferência de antevisão ao encontro, entre várias possibilidades de escolha para as alas ofensivas.
Vasco Seabra considerou o Casa Pia um adversário à altura dos 'canarinhos' e alertou para a necessidade de ter a sua equipa no seu melhor de forma a alcançar o resultado positivo que procura
Apto para competir, Guitane, uma das unidades mais influentes de todo o plantel e o terceiro mais utilizado de todo o grupo, apenas com menos minutos que Bernardo Vital (2791 minutos) e Tiago Araújo (2760) e com um total de 2686 minutos na presente temporada, recuperou na plenitude um problema muscular na coxa, voltou à ação e já deu o seu cunho no embate ante o Casa Pia, mostrando que, em princípio, a equipa terá de volta aquela que será, muito provavelmente, a sua unidade mais tecnicista e imprevisível e os números provam-no.
O criativo estorilista é o líder isolado no capítulo dos dribles bem-sucedidos na Liga e já o é desde a fase inicial da temporada, verificando-se que, a cada semana, a vantagem cresce para a restante concorrência. A partida de Rio Maior conduziu o franco-argelino a um total de 90 ações de drible bem-sucedidas na presente temporada, de longe o melhor registo entre todos os atletas que competem na edição 23/24 da Liga e com um impressionante percentil de 3,65 ações de 1x1 bem conseguidas a cada 90 minutos de jogo.
Rafik Guitane realizou 15 dribles bem-sucedidos nas quatro primeiras jornadas da Liga, liderando esse registo individual na competição, e mostra-se agradecido ao treinador do Estoril, Álvaro Pacheco, pela confiança que este tem depositado nas suas capacidades
Uma cadência impressionante para quem já contabiliza 35 partidas em todas as competições nacionais (29 como titular) e, por isso, também acumula e acusará algum desgaste, pelo que as três semanas de recuperação terão permitido aliviar Rafik Guitane e também trazer-lhe algum descanso que ainda não tinha tido praticamente desde o início da época. Um trunfo à disposição da equipa técnica estorilista que poderá ser determinante numa luta pela manutenção que será disputada ao pormenor.
Até ao final do campeonato, o Estoril enfrentará desafios teoricamente complicados nas próximas semanas. Um desses desafios será aquele que se avizinha já no próximo sábado, na receção ao SC Braga, adversário que se encontra envolvido na luta pelo terceiro lugar da classificação, mas perante o qual os canarinhos apenas caíram no desempate por grandes penalidades na final da última Taça da Liga, em janeiro – e um Rafik inspirado pode aumentar as possibilidades de sucesso para os estorilistas.