Dragão 'avermelhado' como nunca: saiba porquê
Conceição queixa-se que «expulsam-se jogadores do FC Porto com grande facilidade»... e a realidade é que jamais teve início de época tão conturbado nesse plano
Este tem sido início de época conturbado para o FC Porto, quer no plano das lesões, quer no plano... disciplinar. Vamos por partes.
Perder as duas torres do eixo defensivo no espaço de tão pouco tempo, como sucedeu a Sérgio Conceição, é mais que suficiente para preocupar o treinador dos dragões. Ao sexto jogo da temporada, na Amadora, perdeu Marcano e, depois da partida seguinte, com o Shakhtar, na estreia vitoriosa nesta edição da Liga dos Campeões, ficou privado do capitão Pepe, desaparecido em combate desde então, tendo falhado as últimas quatro partidas - Gil Vicente (c), Benfica (f), Barcelona (c) e Portimonense (c). Ossos do ofício.
Todavia, se a isso juntarmos a tendência que neste início de época os dragões têm mostrado para ficar em inferioridade numérica devido a questões disciplinares, então, aí, o caldo começa a entornar-se, criando-se as condições para se ver o que tem sido visto: uma equipa muitas vezes obrigada a sofrer para vencer.
Se dúvidas há, este dado ajuda a desfazê-las por completo: com exceção do duelo com o Shakhtar (3-1), todas os triunfos do FC Porto versão 2023/2024 foram obtidos... pela margem mínima. E, no máximo, com dois golos apontados.
O 1-0 ao Portimonense foi o exemplo mais recente, com a expulsão de David Carmo, aos 81’, a complicar o que os dragões podiam ter simplificado mais cedo, bastando para tal que tivessem aproveitado as chances criadas.
O cartão vermelho no jogo do último domingo foi o quarto desta época... em apenas 11 jogos. E nunca na era-Conceição os dragões tinha enfrentado realidade assim.
Andaram lá perto em 2021/22, com três vermelhos em período hómologo, mas nas outras cinco épocas nunca tal se viu: zero expulsões nos primeiros 11 jogos de 2017/18 e 2018/19; uma expulsão em 2019/20, 2020/2021 e também na época passada.
O que significa que o FC Porto, esta época, jogou em inferioridade numérica em 36,4 por cento dos jogos. Dado que ajuda a explicar porque Conceição disse que «expulsam-se jogadores do FC Porto com facilidade», juízo de valor à parte.