Saiba como jogou Francisco Conceição
Francisco Conceição entrou com tudo no ensaio contra o Petro de Luanda (FC PORTO)

Saiba como jogou Francisco Conceição

Extremo esteve 20 minutos em campo, literalmente a voar, com forte intensidade; quer ser opção já para o Rio Ave, mas tudo depende de Vítor Bruno; A BOLA conta-lhe outros detalhes interessantes do ensaio com o Petro de Luanda (1-1)

Francisco está pronto para ser chamado para o jogo com o Rio Ave. E não apenas para fazer número: o extremo está empenhado em ganhar já o seu lugar, no jogo da 3.ª jornada da Liga que serve de antecâmara para o grande clássico contra o Sporting, no Estádio de Alvalade, dia 31 de agosto. Francisco jogou 20 minutos contra o Petro de Luanda, esta manhã, num teste que teve muita riqueza tática e que o caro leitor pode aferir se ler tudo até ao fim.

Vamos ao que fez Francisco: jogou cerca de 20 minutos, entrando com intensidade, bem ao seu estilo. O ensaio serviu para recuperar algum ritmo competitivo no regresso da lesão no glúteo esquerdo, jogou na sua posição habitual, na ala direita, com apontamentos interessantes em lances individuais e participação na manobra ofensiva e também defensiva coletiva, exatamente à imagem do que aconteceu na temporada passada, quando atingiu notas altas no FC Porto e foi chamado à Seleção Nacional e ao Euro 2024.

Decisão do treinador

Fontes contactadas por A BOLA disseram que Francisco não sentiu qualquer resquício da lesão, e está pronto para ser chamado por Vítor Bruno na receção ao Rio Ave, sábado, às 18 horas, no Dragão. Essa decisão partirá, naturalmente, do treinador, sendo bom lembrar que a Juventus ainda se mantém sintonizada com a contratação do extremo. Por outro lado, o aspeto físico é também um fator que Vítor Bruno avaliará por estes dias até ao jogo com os vila-condenses.

Mas o teste com os angolanos teve outras curiosidades. 

Variabilidade tática - as dinâmicas em todo o seu esplendor

Vítor Bruno apresentou a equipa num sistema de 4x3x3, mas com uma especificidade tática que pode perfeitamente ser resumida a uma palavra: híbrida.

Causando, desde logo, surpresa que no onze inicial tenha constado apenas um defesa-central de raiz (David Carmo), surgiu a (natural) dúvida de quem tinha jogado ao lado do esquerdino. Marko Grujic (numa adaptação que já não seria novidade)? Ou, por outro lado, apenas três defesas (com Martim Fernandes e Wendell a ladearem o internacional angolano)?

Pois bem, A BOLA desmonta-lhe taticamente o que aconteceu. Vítor Bruno, com a sua astúcia por demais conhecida, escalou uma linha defensiva com João Mário à direita, David Carmo e Wendell ao meio, e André Franco à esquerda. Este era o posicionamento do referido quarteto quando os dragões não tinham posse de bola, ou seja, quando o Petro de Luanda atacava. Por esta altura, Grujic surgia como médio mais defensivo e Romário Baró e Eustáquio como interiores.

A grande questão prende-se, então, com a forma como a dinâmica alterava quando o FC Porto passava a ter a bola em seu poder. Nesses momentos, André Franco imiscuía-se em terrenos mais centrais, em plena intermediária, e Wendell fechava à esquerda.

Esta versatilidade foi bastante similar ao que aconteceu diante do Santa Clara, na última jornada da Liga, sendo que, nessa altura, Otávio – que fez dupla com Zé Pedro no eixo da retaguarda – abria à esquerda e Galeno – que foi um falso lateral -, projetava-se pelo corredor, dando-lhe a devida profundidade ofensiva.

Com o Petro, porém, André Franco invadiu zonas interiores porque na frente estava sempre um extremo de raiz: ora Pepê, ora Gonçalo Borges - Toni Martínez foi o eleito para começar como ponta de lança.

E se os jogos particulares servem exatamente para os treinadores testarem várias soluções, Vítor Bruno aproveitou este duelo com os angolanos para (re)abrir esta perspetiva. É o laboratório do dragão a funcionar…