GIL VICENTE-CASA PIA, 1-1 Espetáculo? Só (re)vendo obra de arte de Fujimoto (crónica)
Momento sublime do criativo japonês não foi apenas o melhor momento do jogo: foi o único de classe; gansos reagiram bem e Cassiano deu castigo máximo aos galos; invencibilidade das equipas prolonga-se
«Nenhuma das equipas está de parabéns, não houve futebol de qualidade». A frase pertence a Bruno Pinheiro e o jornalista que assina esta crónica sente-se no direito de com ela concordar. Mereciam (muito) mais os 3.850 adeptos que marcaram presença no Estádio Cidade de Barcelos. Especialmente na segunda parte, período em que, acreditamos, alguns dos espectadores ter-se-ão sentido tentados a um breve descanso pós-almoço de domingo. Uma sesta, portanto. Porque no anfiteatro gilista havia tudo menos um espetáculo interessante. Largos bocejos terão sido uma certeza…
E nem mesmo as oportunidades de golo que existiram na etapa inicial (período que foi apenas minimamente interessante…) conseguiram suprir a pouca qualidade apresentada pelos artistas. Zé Carlos (7’), Jordi Mboula (14), André Geraldes e Nuno Moreira (ambos aos 33) e Cauê dos Santos (35) podiam ter marcado, mas a desinspiração foi (quase) total. E quando isto acontece num jogo de futebol, os golos só podem aparecer de duas formas: da genialidade de algum jogador ou de bola parada. Bingo!
A começar pela obra de arte de Fujimoto. À beira do intervalo, o japonês tirou um coelho da cartola e pintou a manta: que tiraço à entrada da área, com a bola a anichar-se no ângulo superior direito da baliza contrária! Ainda não viu, caro leitor? Veja. Vale a pena…
A desvantagem espevitou os gansos. Na etapa complementar, e com os níveis qualitativos em planos ainda mais modestos – sublinhe-se, no entanto, as organizações das duas equipas e a abnegação dos jogadores (fatores que, por si só, não são suficientes para um futebol atrativo de parte a parte, como foi o caso) -, o Casa Pia esboçou a reação e Max Svensson (52 e 69’) e Nuno Moreira (59) tentaram o empate. Que surgiria apenas num… castigo máximo: Sandro Cruz travou Larrazabal dentro da área e Cassiano, chamado à marca dos 11 metros, não perdoou.
O Gil Vicente somou o quinto jogo consecutivo a pontuar, o Casa Pia o terceiro. Apesar de tudo, os bons momentos não se constroem apenas com vitórias…