Ronaldo e mudanças no onze frente à Escócia: tudo o que disse Roberto Martínez

SELEÇÃO07.09.202419:10

Selecionador nacional promete alterações no onze de Portugal para refrescar a equipa entre jogos; direciona elogios à Escócia e espera jogo «muito competitivo»

Cristiano Ronaldo chegou aos 900 golos. Os 1000 golos estão ao alcance?

Marcar 900 golos não é fácil. É um feito histórico, incrível, uma inspiração para as gerações do futebol. Para mim, como selecionador, o que importa é que o o golo que o Cristiano marcou e o desempenho que teve foram muito bons e a sua movimentação foi inteligente, o nosso ponta de lança não é só golos. O golo foi o número para o futebol internacional falar para sempre, mas para nós o importante é o agora e o desempenho que o Cristiano teve foi muito importante para abrir espaços e abrir espaço para a vitória.
Acho que ninguém pode dizer que o
Cristiano não pode fazer seja o que for porque é incrível o que está a fazer, mas o nosso objetivo é coletivo. O Cristiano pode ajudar a seleção e para mim golos e também assistências são importantes. Se ele puder fazer 100 assistências, estarei muito contente.



Quem irá substituir
Vitinha? João Neves ou João Palhinha?

Há o
Rúben Neves também. O João entrou frente à Croácia mas o Palhinha foi muito importante contra a França no Euro, acho que temos opções. Podemos também utilizar o Bruno Fernandes, o Bernardo nessas posições e a nossa felicidade é a de podermos substituir os jogadores dependendo da estratégia para o jogo. Não posso ainda falar sobre o onze inicial porque é o segundo treino (ndr: pós-Croácia) e há que tomar decisões conforme os jogadores que estarão mais aptos até amanhã.

Pessoalmente, este jogo pode ser importante para si, porque a sua mulher é escocesa…

A minha mulher não é problema. Já tive essa experiencia, mas agora é fácil, duas seleções podem apurar-se, agradeço ao formato da
Liga das Nações (risos)… O meu sogro está contente e posso ganhar o jogo também, espero não o deixar chateado!

Podemos esperar alterações no onze titular?

Podemos. Dois jogos em 72 horas, precisamos de proteger os jogador repartindo esforços. Com a experiência da equipa e da nossa equipa técnica, poderemos escolher o onze inicial mais física e mentalmente preparado para a
Escócia, uma equipa britânica, física, com ataques muito rápidos, e precisamos de proteger os nossos jogadores.

Amanhã poderemos assistir a um novo recorde – o mais novo jogador a representar Portugal – se Quenda jogar. Acha que ele está preparado?

É preciso merecer e posso dizer que o Quenda, o Tiago Santos e o Renato Veiga têm isso, a idade não é um critério. Posso dizer também que eles vão estar na lista, no banco, se terão minutos ou não há a decisão será em função do jogo, do adversário e do que está a acontecer. Temos dois ou três jogadores na mesma posição, o Quenda mostrou durante o estágio e os treinos que está preparado para ajudar a seleção.

Há alguns anos
Cristiano Ronaldo fez um acordo com Fernando Santos para não disputar a primeira fase da Liga das Nações. Numa época tão complicada pela carga de jogos, se o apuramento for alcançado o mais depressa possível, pondera dar descanso a alguns jogadores?

É preciso relembrar que no estágio de março usámos oito jogadores diferentes em cada jogo porque faz parte da minha forma de trabalhar. É também importante descansar e evitar fadiga mental e física não só para um jogador, mas para todos, porque os minutos não são os mesmos. Na minha experiência, sei que é importante e vamos trabalhar nessa mesma linha.

Em relação a António Silva, um jogador que não chegou no melhor período, como está o jogador?

O António está muito bem, foi um bom acréscimo de energia. Não vi fadiga nem problemas no António, por isso entrou no período mais difícil para um central frente à Croácia e teve um bom desempenho. Acreditamos completamente no talento do António e na capacidade de aproveitar esse período para melhorar e estar preparado.

A Escócia é uma equipa de velocidade, intensa e de duelos, diferente da Croácia. Como se lida com uma equipa assim?

Acho que os nossos jogadores conhecem a intensidade do futebol britânico pois temos muitos jogadores a jogar lá. A
Escócia tem isso, muitos jogadores rápidos, experientes. Conhecemos as diferenças para a Croácia e a Escócia é uma equipa objetiva, com ataques rápidos e com qualidade para ter bola, os últimos resultados mostram que é uma equipa que quer ganhar, perdeu depois do minuto 90.


Tem no meio-campo jogadores como McTominay ou Gilmour, que, pela sua experiência, em Itália vão levar a Escócia ao próximo nível e também Robertson, que continuo a considerar um dos melhores laterais do futebol europeu, ou Christie, jogadores que jogam semana após semana na Premier League. São jogadores de experiência e há que estar atento, é uma equipa de muitas valências e vai ser um jogo muito competitivo.