Escócia, Bruno Lage e altos e baixos de António Silva: tudo o que disse Rúben Dias

SELEÇÃO07.09.202418:01

Central garante que equipa das Quinas tudo fará para sair do duplo compromisso com seis pontos em seis possíveis; não mostra preferência pelo companheiro de setor e elogia todos os candidatos ao lugar

Que diferenças encontra entre a Croácia e a Escócia?

Jogos diferentes, ambos de muito bom nível. A Croácia, como sabemos, é uma equipa com capacidade para saber ter a bola, mas a Escócia tem um jogo direto, mais físico e é muito forte nas bolas paradas, e como tal há que estarmos preparados.

Enquanto antigo jogador do Benfica, benfiquista e treinado por Bruno Lage, como lhe parece a sua escolha para treinar o Benfica?

Não vou muito longe com a resposta e não vou comentar o porquê da decisão do Benfica e o que acho. Ao Benfica e ao mister Bruno Lage vou sempre desejar a melhor sorte, fui muito feliz com ele e no Benfica e vou desejar-lhes sempre o melhor.

Em que medida é importante ficar com seis pontos?

Como é óbvio, são fatores importantes para nós, quanto mais favorável tornarmos o nosso caminho, melhor será. Um segundo jogo em casa será melhor para nós e é importante fazer todos os pontos em casa para terminar em primeiro. Será um passo importante.

Joga atualmente ao lado de António Silva, Gonçalo Inácio e Renato Veiga. Como tem visto o crescimento dos três? Como explica os altos e baixos de António Silva?

Não sou ninguém para comentar os altos e baixos do António Silva, mas digo que, tal como era com o Pepe, estamos todos em constante evolução e a crescer e temos de continuar a progredir e cabe a cada um de nós conquistar esse espaço. Todos nós estamos num processo e de todos o Renato é o jogador que menos conheço, tenho oportunidade de o conhecer melhor. É uma luta constante e tanto eu, como era o Pepe com 41 anos, e isso é a beleza de tudo isto. Apesar de se poder pensar que quanto mais se conquista, mais facilidade tens, tens de continuar, senão o tempo passa por ti.

Já jogou com António Silva e Gonçalo Inácio. Qual é a diferença de jogar com um e com outro?

Não estou em posição de comentar ou fazer análises individuais a cada um deles, são jogadores com muita qualidade, senão não estariam neste meio. Quanto mais jogadores de qualidade, mais dúvidas houverem sobre a dupla ou a tripla que irá jogar, melhor, porque significa que estaremos muto em servidos como país.

Como um dos mais velhos, que mensagem tem passado a estes jogadores que vêm pela primeira vez?

Acima de tudo, passar confiança. É um momento pelo qual qualquer jogador já passou e é um momento que por vezes nos deixa mais tímidos, no caso deles é deixá-los o mais confortáveis possível e que a qualidade deles venha ao de cima, ultrapassar a barreira das apresentações, eles baixarem a guarda nesse sentido e mostrarem a razão pela qual estão cá.

Entre os centrais convocados, com qual prefere jogar?

Querem sangue, não é (sorri)? Não estou em posição de revelar uma preferência, sou mais um que aqui está para ajudar o mister, tenho de garantir o meu trabalho para ajudar o país e a equipa, nada mais que isso.

Está com 27 anos e é terceira vez que é nomeado para a Bola de Ouro. Sente-se no ponto máximo da maturação?

Tenho a minha vida a frente ainda. É bom ter essa realização de que estou num bom momento, mas contas dessas só vou fazer quando terminar a carreira. Tenho o exemplo do Pepe, que aos 41 anos fez o que vez e por isso sinto que só tenho asas para sonhar e não há limites, porque para cortar as pernas ainda é tão cedo, tenho 27 anos e muito pela frente.

Que ideia tem sobre a Escócia?

Há uma compreensão geral sobre o que podem trazer ao jogo, conhecemos alguns jogadores, trazem físico e muito ritmo. Não vai ser fácil para ninguém de certeza e temos de estar no nosso melhor para conseguir os três pontos.Já tivemos uma reunião sobre a equipa, vimos algumas coisas, mas considerando alguns erros que cometeram contra a Polónia temos de ver mais e ter uma boa compreensão sobre o jogo deles no final do dia. Os médios [McTominay, McGinn e Gilmour] têm diferentes qualidades, sabemos que são jogadores de qualidade, que podem mudar o jogo e influenciá-lo, temos de estar atentos.

Considera injustas as críticas feitas a Portugal, quando se diz que não pratica o melhor futebol tendo em conta o talento que os seus jogadores possuem. O Rúben joga no City, uma das equipas que melhor o faz...

Essa pergunta poderia ser feita a qualquer outra seleção do mundo. Como é óbvio, nenhuma seleção vai apresentar a mesma qualidade de jogo que apresentamos num clube, por uma questão de tempo, tempo com o treinador, tempo entre os jogadores e, só por isso, seria suficiente para responder a essa questão. Como é obvio, eu jogo no Manchester City, uma das melhores equipas do mundo, e que é um reflexo dessa qualidade e do potencial total que uma equipa a trabalhar durante um ano inteiro pode ter. É injusto comparar isso com contexto de seleção em que nos juntamos poucas vezes ao ano, toda a gente vem com ideias diferentes dos clubes, tentamos fazer o melhor que conseguimos, mas será sempre um esforço porque não é o nosso dia a dia. Ano após ano temos mais experiência para lidar com essa mudança de contexto, mas acho injusto fazer essa comparação de qualidade de jogo nos clubes e na seleção.