1 julho 2024, 23:39
Diogo Costa único na Europa: os penáltis que ele já defendeu
Depois de um recorde na Liga dos Campeões, guarda-redes português volta a fazer História
Fraca exibição da Seleção frente a um adversário de menor valor; Diogo Costa sublime disfarça ansiedade de Cristiano Ronaldo
Uma, duas, três. Três momentos sublimes de Diogo Costa e outros tantos remates certeiros de Cristiano Ronaldo, Bruno Fernandes e Bernardo Silva permitiram a Portugal apanhar o bilhete para Hamburgo nos quartos de final, onde vai defrontar a França. Uma eliminatória decidida nos 11 metros de onde sobressaiu a excelência do guarda-redes do FC Porto na mesma baliza onde evitara aos 114 minutos o golo de Sesko, da Eslovénia, que apareceu isolado na sequência do único erro de um monstro chamado Pepe, e onde Oblak defendera o penálti de Cristiano Ronaldo aos 105’.
Uma montanha russa de emoções precisamente no lado onde estava o grosso dos adeptos portugueses, que podem agora celebrar nas ruas, nas praças, nos bares e nas casas, mas que quando passar a euforia terão legitimidade para questionar o porquê de Portugal jogar tão pouco a ponto de precisar ir a penáltis para resolver uma eliminatória frente à 57.ª seleção do ranking FIFA, que apesar da boa organização defensiva está longe de ser intransponível.
Entrou bem Portugal na partida. Regressado de castigo, Rafael Leão assumiu as despesas do ataque, assumindo o um contra um, ganhando faltas, abrindo espaços e deixando Cristiano Ronaldo em boa posição para marcar (8’), mas o drible do avançado do Al Nassr saiu curto e a defesa eslovena (que bravos foram os seus centrais!) resolveu o assunto.
A pressão era bem exercida por Palhinha e Vitinha, as transições davam-se com naturalidade, mas terminava em cruzamentos ou remates perto da perfeição, mas longe da eficácia, essa ténue linha que separa a glória do fracasso.
Com o andar do jogo, porém, Portugal foi perdendo identidade. A equipa dependia excessivamente do lado esquerdo (ligações Nuno Mendes/Leão), o que a tornou previsível. Roberto Martínez tentou mudar isso na segunda parte, pedindo a Palhinha, Vitinha e Bruno Fernandes que variassem mais o jogo para o lado direito, onde João Cancelo decidiu abrir o livro, embora raramente conseguindo ser tão bom na definição como no drible ou na aceleração que precedeu o passe demasiado curto ou longo.
1 julho 2024, 23:39
Depois de um recorde na Liga dos Campeões, guarda-redes português volta a fazer História
Mas tal como sucedeu na primeira parte, a Seleção criou essa dependência excessiva no flanco contrário, o que com o passar do tempo permitiu à Eslovénia reequilibrar-se. Quando tal aconteceu, Cancelo perdeu protagonismo, Bernardo Silva, que já pouco o tivera no primeiro tempo, ainda menos interventivo se tornou e Leão há muito que se apagara.
O selecionador nacional decidiu então ir ao banco, transformando o 4x3x3 de Portugal num 4x4x2, colocando Diogo Jota perto de Cristiano Ronaldo e pondo Francisco Conceição no lugar do extremo/avançado do Milan, mantendo Bernardo Silva na direita e recuando Bruno Fernandes para a posição de Vitinha, que tinha sido até aí um dos principais responsáveis por a bola se manter redonda num relvado em mau estado.
1 julho 2024, 23:19
Jamais esqueceremos o dia 1 de julho de 2024: Diogo Costa defendeu três penáltis; Ronaldo falhou um, mas na hora H redimiu-se. Pepe é um gigante, apesar do deslize; Cancelo e Palhinha foram enormes
É certo que Jota isolou Ronaldo e foi ele a sofrer o penálti que CR7 falharia, mas estas mexidas, teoricamente no sentido de provocar igualdade numérica no ataque de Portugal com a defesa da Eslovénia serviu para acentuar a imagem de uma Seleção que ainda não encontrou o seu futebol e que parece acusar a ansiedade de Cristiano Ronaldo, à imagem do que sucedeu no Mundial do Catar, onde as lágrimas de CR7 o final do jogo com Marrocos correram mundo, mas onde Diogo Costa foi o réu numa saída infeliz a um cruzamento. Desta vez foi o herói. Estão feitas as pazes com o destino.