Maria Tomé: «Ser 11.ª é ótimo, deixa-me sem palavras!»

Triatleta portuguesa ficou perto do diploma olímpico, Melanie Santos desiludida com o resultado

PARIS - Na estreia em Jogos Olímpicos, Maria Tomé, de 23 anos, arrancou o 11.º lugar, o que representa o quinto melhor resultado de sempre da modalidade em Jogos Olímpicos.

Após o final da prova, com um orgulhoso sorriso nos lábios, a portuguesa assumia que o resultado superava largamente as suas expectativas.

«O meu objetivo era melhorar o resultado do ano passado [51.ª no evento-teste realizado em Paris] Fazer um 11.º lugar deixa-me sem palavras. Foi ótimo e estou super-feliz», admitiu, entusiasmada.

31 julho 2024, 08:58

Triatlo feminino: Maria Tomé com brilhante 11.º lugar

Grande prova da atleta portuguesa, que ficou à beira do segundo diploma olímpico para Portugal

Depois de ter saído do segmento da natação a fechar o top-40, Maria Tomé foi recuperando tempo no ciclismo, terminando mesmo com a melhor marca do segmento entre todas as ciclistas (57m34).

«A natação é o meu ponto fraco, tinha de conseguir gerir ao máximo, não ser afogada e jogar com a corrente, que estava muito forte e fiz uma segunda volta inteligente que deu para chegar mais à frente. Não sei como, porque a corrente estava mesmo muito forte. Depois fiquei com uma boa ciclista no grupo e tentámos encurtar ao máximo o tempo para a frente, e no início da corrida disseram-me que estava dentro do top-15, o que me deu ainda mais força para lutar até ao fim. Foi o máximo!», acrescentou.

Já sobre a tão polémica realização da prova de natação no rio Sena, a portuguesa sublinhou que o mais importante foi poder manter o plano de manter a natação no programa da prova.

«A qualidade da água estava dentro do limite – não sabemos se mesmo, mesmo no limite [risos] -, mas ainda bem que aconteceu hoje. Acho que era o que todos queriam. Se não fosse hoje, na sexta-feira, o mais provável seria ser duatlo e todos nos preparámos para o triatlo», sublinhou.

A atleta do Clube de Natação de Torres Novas referiu ainda que sentiu o apoio dos portugueses ao longo do percurso e que isso lhe deu um empurrão extra, tal como perceber que se mantinha próxima da frente da prova.

«Saber que estava dentro do top-15 dá uma energia extra e ouvir os portugueses a gritar por mim ajuda ainda mais», notou.

Maria Tomé terminou a prova com um sprint na reta final, na qual conseguiu ultrapassar uma adversária alemã no photo finish, mas diz que nem ela sabe bem onde foi buscar forças para aquele derradeiro esforço.

«Nem eu sei [risos]. Sempre que fazemos a estafeta, colocam-me em último porque dizem que eu tenho uma ponta final mais forte. Foi na tentativa de agarrar o lugar e dei tudo!», resumiu, garantindo que as indicações deixadas aumentam as expectativas para um bom resultado na estafeta mista.

«Temos de lutar por um lugar perto do pódio. Temos uma equipa muito forte e é muito possível», acredita.

Melanie aquém do que esperava

Pior correu a prova a Melanie Santos. Na segunda participação olímpica, depois do 22.º lugar em Tóquio 2020, a triatleta de 29 anos foi a 45.ª classificada e admitiu que as coisas não lhe saíram como esperava.

«Foi uma prova em que correu mal logo desde o início. Tentei manter a cabeça fria e lutar até ao final, mas foi um dia mau. Não foi o resultado que estava à espera nem aquilo para que trabalhei», resumiu, virando já o foco para a estafeta mista agendada para segunda-feira.

«Felizmente, há uma segunda oportunidade. Hoje não foi bom, mas é bola para a frente para dar o melhor pela equipa. Lutámos muoto para ter esta qualificação e temos uma equipa bastante forte e preparada», concluiu.