O momento Benfica
Rui Costa (dir), Presidente do Benfica, na apresentacao de Bruno Lage como novo treinador do Benfica (Miguel Nunes/A BOLA)

O momento Benfica

O como é bastante importante nesta fase e o ambiente que se viverá pode ser determinante, também, para o futuro futebolístico da equipa de Bruno Lage.

Duas vitórias, uma com reviravolta empolgante, outra com sofrimento final. Passos normais de qualquer equipa que precisa de reencontrar-se terá, por norma, de dar. O Benfica começou por afastar o fantasma dos jogos fora com uma vitória em Belgrado, na Liga dos Campeões, e pelo menos o resultado da Sérvia vai permitir que o dia de hoje se foque naquilo que realmente importa: os estatutos do clube e só esses.

A discussão sobre tão importante proposta tem de ir para lá do pontapé na bola. Se isso foi conseguido entre partes, não diria desavindas, mas com visões diferentes como são a gestão de Rui Costa e o movimento Servir o Benfica, oposição nas últimas eleições, a vitória frente ao Estrela Vermelha permite que o debate/votação possa vir a decorrer em paz. Ou com mais serenidade.

Se o clube fizer isso bem, tentando colocar mais razão onde a paixão manda, entrar-se-á numa nova era na Luz. Mesmo que haja vozes discordantes com a gestão, mesmo que haja um candidato antecipado a eleições (João Diogo Manteigas), contas negativas e votos contra orçamentos ou exercícios. Estes, por exemplo, afetam um presidente, ou uma direção, a votação dos estatutos afeta todos: a atual gestão e as que vêm a seguir, sejam elas quais forem.

O como é bastante importante nesta fase e o ambiente que se viverá pode ser determinante, também, para o futuro futebolístico da equipa de Bruno Lage.

No fundo, a vitória de Belgrado permitiu retirar alguma probabilidade de contestação por um resultado negativo, por outro, se tudo decorrer com normalidade neste sábado, saberá Lage que os benfiquistas conseguem mesmo dividir as coisas e que enquanto tenta cumprir a promessa de bom futebol, pode contar com os adeptos nas bancadas, a começar pelo Bessa, na segunda-feira.  

Lage é um treinador que conhece o clube e tudo o que fez no pós-jogo de Belgrado foi no sentido de unir o pulmão e o coração de que falou antes da reestreia com o Santa Clara. Um gesto pode valer mais do que qualquer discurso e naquela ida para junto da bancada do Marakana onde estavam os adeptos, viu-se Benfica fora de casa como já não se via há algum tempo. E se insisto na tecla fora de casa, é porque há um Benfica que tem de resolver políticas dentro de portas, e solucionar o futebol quando disputado fora delas: as exibições na Luz e longe ainda são demasiado díspares.

O Bessa é um palco traiçoeiro e, por isso mesmo, tudo conjugado, uma excelente oportunidade para os encarnados mostrarem que o momento pode estar mesmo a virar.

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