Artur Torres Pereira deixa conselho; A BOLA ouviu figuras do universo leonino sobre eventual saída de Rúben Amorim e declarações do agente de Gyokeres e não encontrou unanimidade
Os futuros de Rúben Amorim, treinador do Sporting, e de Gyokeres, melhor marcador dos leões, está a dominar a atualidade em Alvalade e a aquecer o ambiente no clube, quase deixando em plano de fundo o momento importante que a equipa atravessa, muito bem colocada para chegar ao título de campeão e à conquista da Taça de Portugal.
A dobradinha estará, naturalmente, na mente de todos dentro do clube — assim como o jogo desta sexta-feira, em Barcelos, com o Gil Vicente — mas o técnico e a estrela da equipa têm também planos e decisões para tomar.
Rúben Amorim está na rota do Liverpool, é candidato à substituição de Jurgen Klopp, que já anunciou o adeus, os contactos decorrem através do empresário Raul Costa, que representa o técnico, e o resto da estrutura leonina, formada pelo presidente Frederico Varandas e pelo diretor desportivo Hugo Viana, está a par.
Em relação a Viktor Gyokeres, a situação será um pouco mais sensível internamente, pois as declarações do agente, Hasan Cetinkaya, a A BOLA, vinculam o jogador e não serão do agrado do presidente Frederico Varandas.
Hasan Cetinkaya, agente do sueco, faz o ponto da situação a A BOLA e admite saída no final da época, até porque «há clubes de 'top' interessados»; diz com toda a clareza: escolheu o Sporting para o avançado por causa do treinador
«Não me surpreende que o Rúben esteja a ser ligado ao Liverpool, é normal, o seu trabalho é de grande nível, é o que os clubes procuram. E, sim, vai ser mais difícil o Viktor ficar se o Rúben Amorim sair do Sporting. Porque o Viktor veio precisamente por causa do Rúben. No dia em que nos conhecemos, disse ao Rúben: ‘aqui está o meu rapaz, veio para o Sporting por sua causa’.» Estas declarações pertencem a Cetinkaya, que alerta para a existência do interesse de «clubes de topo, da Premier League e não só». Mesmo com a cláusula de rescisão de €100 milhões.
Torres Pereira dá o mote
Artur Torres Pereira, antigo presidente da Comissão de Gestão do Sporting aquando da saída de Bruno de Carvalho, não se dirige ao agente de Gyokeres, mas antes ao futuro de Rúben Amorim. E a Varandas, o presidente que tem de criar as condições: «Não comento o que diz o empresário. Se me perguntar pelo Rúben Amorim, digo que para o bem do Sporting nos próximos anos seria tê-lo à imagem de Alex Ferguson. Que sejam criadas condições para fazerem dele o nosso Ferguson, que esteve décadas no Manchester United. Que o Amorim replique o que Ferguson fez em Inglaterra.»
Por seu turno, Dias Ferreira, antigo candidato à presidência do Sporting, aceita com naturalidade que Amorim e Gyokeres possam partir no fim da época, face à desvantagem financeira do futebol português, já Augusto Inácio, treinador que foi campeão como jogador e treinador em Alvalade, revolta-se com palavras de Cetinkaya: «Não está a ter respeito nenhum pelo Sporting.» Para Inácio, Varandas tem a última palavra para defender «interesses do Sporting».
Jefferson, antigo lateral-esquerdo do leão, encara a situação pela ótica da normalidade, não encontrando razões para conflitos. Fica, pois, a faltar conhecer uma posição muito importante, a forma como os adeptos sportinguistas lidam com as últimas notícias. É algo para observar sexta-feira, em Barcelos.