Marítimo «Perdemos no campo e é no campo que temos que lutar»
O treinador Manuel Tulipa não quer imiscuir-se na luta que a direção do Marítimo está a travar- dois pedidos de providências cautelares contra a Liga por alegadas irregularidades nos licenciamentos de Estrela da Amadora e Boavista- para tentar manter a equipa na Liga. Considerando legítimas as razões dos responsáveis do clube, a verdade é que o treinador tem uma resposta curiosa.
«Eu já tenho alguma idade. Possivelmente os nossos jogadores também leram essas notícias e também teriam a ambição de quererem continuar. Contudo, nós perdemos a nossa posição no campo, portanto, muitas das vezes é no campo que temos que lutar e percebermos que nós temos que fazer coisas legais, temos que fazer planos que tenham legalidade e que sejam aceites por todas as instituições que dominam o futebol.
Claramente que compreendo a posição do clube de lutar até ao fim. No entanto, nós estamos focados noutra coisa. Estamos focados naquilo que nos diz respeito, que é o trabalho diário, cimentação de uma equipa. No fundo, tornar uma equipa com fome de vencer.»
Quanto ao jogo de sábado, com o Vizela, para a Taça da Liga, Tulipa pensa apenas no triunfo.
«É uma competição que começa demasiado cedo pois as equipas ainda estão a construir os seus plantéis. Nós temos apenas três semanas de trabalho. Contudo, é um jogo que queremos ganhar. Aliás, em todos os jogos que o Marítimo entre tem que haver a ambição de ganhar, de ser competitivo.»
Defrontar o Vizela, equipa que orientou em grande parte da temporada passada, é encarado com um sentimento especial por parte do agora treinador do Marítimo.
«O Vizela deu-me a oportunidade de voltar à Liga enquanto treinador depois de ter começado a época nos sub-23 e onde as coisas correram extremamente bem. Pela equipa principal atingimos os objetivos de forma categórica, por isso tenho que agradecer às pessoas que apostaram em mim. Há cerca de dois meses estava sentado no banco do Vizela. Agora o que me interessa é a qualidade que temos para melhorar o Marítimo.»
Questionado sobre a notícia que veio num órgão de comunicação social da Madeira e que dizia que o Marítimo pondera faltar ao jogo de sábado com o Vizela como forma de protesto para com a Liga de Clubes em relação ao licenciamento do Boavista e Estrela da Amadora, Manuel Tulipa confessou alguma surpresa pela mesma.
«Isso é uma coisa que terá que perguntar a outras pessoas que representam o clube e que são importantes, naturalmente. Não tenho nada a ver com isso. Preparei o jogo e nunca me foi dito nada disso, muito pelo contrário. Por isso, nós preparámos o jogo e no sábado temos que estar o melhor possível e o melhor possível não vai ser o estado normal pois temos um potencial para desenvolver muito grande.
Os jogadores têm dado sinais que têm competências muito elevadas. Contudo, ainda estamos com apenas três semanas de trabalho. Estamos muito afastados daquilo que é o nível máximo da equipa. Eu estou com o grupo e a mim interessa-me muito o desenvolvimento das capacidades dos meus atletas, aquilo que fazemos e aquilo que poderemos melhorar.»