O pai de Julian Nagelsmann era um agente secreto e suicidou-se por causa disso
Treinador da seleção alemã lembra vida desconhecida do progenitor
Julian Nagelsmann abordou, em entrevista ao Der Spiegel , a vida secreta que o pai levava e que, eventualmente, terminaria com a sua vida.
«Ele estava no Serviço Federal de Inteligência da Alemanha. Não estou autorizado a dizer mais do que isso. E não sei exatamente o que ele fazia. De qualquer modo, sei que não estava na administração», disse Nagelsmann, que só descobriu esta atividade do seu pai quando tinha 15 ou 16 anos.
«Antes disso, reparava muito pouco e quase não pensava no que ele fazia. Mas depois de ele me ter dito onde trabalhava, era comigo que ele falava mais sobre isso», explicou.
O atual técnico da seleção da Alemanha disse que nem o seu avô sabia o que o filho fazia – «ele achava que era um soldado» – porque o pai «não podia falar do seu trabalho». Algo que acabou por afetar a sua saúde.
«Ele dizia muitas vezes que aquilo era demasiado para ele. A partilha de preocupações não tinha lugar na sua profissão e isso acabou por pressioná-lo muito», explicou Nagelsmann, que, aos 20 anos, foi confrontado com a notícia do suicídio do pai.
«Ele não deixou uma carta de despedida, não houve qualquer explicação. Mas a forma como se suicidou deixou claro que a decisão era absolutamente clara para ele», explicou o técnico hoje com 36 anos e que até hoje não tem uma explicação clara para o suicídio.
«O meu pai até era uma pessoa divertida que fazia piadas e ria-se muito, mas penso que foi uma combinação da sua carga de trabalho e do seu estado geral. Notava-se que estava sob pressão profissional», concluiu o treinador.