Sporting-Nacional, 2-0 Inspiração de Trincão e Gyokeres anulado: tudo o que disse Tiago Margarido

NACIONAL26.01.202500:12

Treinador do Nacional elogiou bastante a exibição dos seus jogadores, especialmente a nível defensivo, e lamentou o golo do português em cima do intervalo

Depois de duas vitórias consecutivas, o Nacional voltou a perder em Alvalade com o Sporting, desta vez por 0-2, graças a um grande momento de inspiração de Trincão, que foi a chave do encontro, segundo Tiago Margarido. O técnico mostrou-se satisfeito com a exibição dos seus jogadores, especialmente a nível defensivo, que conseguiram anular... Viktor Gyokeres.

- A defender, Matheus Dias recuava para o centro da defesa e criava uma linha de cinco, foi essa a sua estratégia para anular os movimentos interiores do Sporting?

- Sim, a sua análise é correta. Sabíamos de antemão que o Sporting era muito forte no um contra um, o que era importante era termos coberturas próximas, daí termos de alargar a nossa linha para 5 e também o espaço entre linhas procurando controlar o de trás para a frente, através dos centrais e não dos meios, em caírem com essa preocupação de evitar que a bola entrasse nas suas costas. Portanto, foi essa a estratégia, foi essa a ideia, e penso que ao nível da organização defensiva conseguimos ter sucesso, exceto nos dois golos que sofremos, foi uma inspiração individual do Trincão, mas de resto muitas competências a esse nível.

- O timing do golo do Sporting destrui-lhe aquilo que tinha em mente para a segunda parte?

- De facto, é verdade. Esse golo acabou por desbloquear um pouco aquilo que era a nossa estratégia. Penso que nós, na primeira parte, fomos muito competentes no momento defensivo. Os nossos pontos de ligação não foram os mais perfeitos e o Sporting conseguia recuperar muitas das vezes a bola no meio-campo e puxar-nos para trás. E esse golo, ao intervalo, obviamente, que traz outro problema e outra motivação ao Sporting para a segunda parte, porque eu acredito que ter esse golo foi bastante importante. As alterações que fizemos ao intervalo, o golo influenciou. Procurámos ser um pouco mais ambiciosos no nosso processo ofensivo, colocar mais unidades na frente, mas fundamentalmente fazer a alteração dos pontos de ligação e penso que isso conseguimos com sucesso. Temos uma aproximação um bocadinho interessante e no momento em que subimos no campo é quando o Sporting chega ao 2-0, porque tínhamos que ir atrás de alguma coisa. E a verdade é que o Sporting, com a sua qualidade, quando tem mais espaço, consegue criar mais perigo e foi isso que aconteceu.

- Pergunto-lhe se esta evolução dos jogos e dos resultados também vai ao encontro com aquilo que tem sido a evolução da equipa durante a temporada.

- Na minha ótica, sim. Todos nós sabemos que houve muitas alterações na nossa equipa em relação àquilo que era na última temporada. Isto demora tempo. Demora tempo para implementarmos o processo, implementarmos as nossas ideias, para integrar os novos jogadores naquilo que é a nossa ideia de jogo e naquilo que é a nossa ideia de grupo. A nossa filosofia de grupo também. A verdade é que, ao longo do caminho, temos melhorado, temos apresentado essas melhorias dentro do campo. Como tinha dito na antevisão, tivemos um bom momento. Um bom momento de duas vitórias consecutivas. Ainda não o tínhamos conseguido nesta época. E sim, penso que a equipa continua a crescer e neste jogo fomos mais competentes do que nos outros dois que fizemos com o Sporting. Mais próximos do que entendemos que é necessário para ter sucesso na Liga.

- O que procurou nas substituições ao intervalo e o que levou ao Nacional não estar estado muito presente, ofensivamente?

- Foi o mérito do Sporting. O Sporting estava fortíssimo naquilo que era o momento após a perda da bola. Muito agressivo, os jogadores bem posicionados, muita competência da equipa do Sporting a este nível e do seu treinador. Ao intervalo procurámos mudar os pontos de ligação do nosso meio de transição, o que não estava bem na primeira parte, como disse há pouco. E as substituições foram nesse sentido. Tínhamos de esticar a equipa adversária mais por fora, ou seja, com a entrada do Paulinho. Procurámos essa profundidade no corredor lateral e pegar uma ponta de ligação mais central com o Joel, que ajudou mais no apoio para poder ser essa primeira ligação. Foi essa a intenção das substituições. Pensei que tivemos sucesso na segunda parte com as mesmas, porque ao passar do tempo conseguimos que a equipa fosse crescendo, mas não tanto como gostaríamos. Como eu disse, fruto da qualidade do Sporting e do que foi a estratégia do seu treinador. 

- Sente que a segunda parte teria sido diferente sem o golo do Trincão a acabar a primeira?

- Sinto. Sinto que esse momento de inspiração do Trincão foi a chave do jogo. Na segunda parte acredito eu que o Sporting iria entrar mais intranquilo. Com o passar do tempo, essa intranquilidade seria mais evidente e nós também teríamos de saber jogar com ela. Portanto, penso que esse momento de jogo foi crucial. Em relação aos nossos centrais, felizmente tem sido uma constante, tanto o Ulisses como o Zé Vítor têm sido muito confiantes naquilo que é o seu trabalho e a verdade é que hoje conseguiram anular um dos melhores jogadores da Liga, se não o melhor, Viktor Gyokeres.

- O que achou da exibição dos dois reforços de inverno, Tagueu e Paulinho, que entraram ao intervalo?

- Eles estão há pouco tempo a trabalhar connosco, a se integrar. São reforços que, de facto, na minha opinião, devem acrescentar. Portanto, boa exibição que fizeram. Penso que nos deram várias garantias e no próximo jogo, certamente, vão ter mais tempo de jogo. Portanto, entraram bem, têm trabalhado bem, penso que vão acrescentar muito à equipa.