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Euro 2024 e Copa América alteraram as contas do prémio de melhor jogador do Mundo
Até ao início das competições internacionais de seleções, não era correto dizer que a corrida à Bola de Ouro estava fechada, mas não estava longe disso. Vinícius Jr. e Jude Bellingham, ambos do Real Madrid, foram campeões espanhóis e vencedores da Liga dos Campeões, sendo preponderantes em ambas as conquistas. Para que se tenha uma ideia, entre ambos contabilizam-se 43 golos e 20 assistências, apenas nestas duas competições, em que o Real Madrid marcou em 115 ocasiões.
Tudo isto ocorreu antes de 14 de junho. Foi nesse dia que começou o Euro 2024 e, uma semana depois, dava-se o pontapé de saída para a Copa América. A 14 de julho, acabaram ambas as competições e, no espaço de um mês, estas contas da Bola de Ouro ficaram... totalmente baralhadas. Olhamos, então, para alguns dos jogadores que mais valorizaram... e para os que mais terreno perderam na corrida ao galardão.
Menos: Jude Bellingham
Depois de uma extraordinária temporada ao serviço do Real Madrid, em que apontou 23 golos e 13 assistências em 42 jogos e foi uma das peças decisivas para Carlo Ancelotti, na conquista do campeonato e da Liga dos Campeões, a forma pelo clube não passou para a seleção.
Com Inglaterra, os números não dizem tudo. Apesar de finalista, com dois golos apontados por Bellingham, o mal do conjunto é também o mal do indíviduo: as exibições apagadas mostram uma seleção desinspirada e o mesmo pode dizer-se do médio, que pouco impacto teve durante a prova. Isto, claro, se excluírmos aquele golo à Eslováquia, aos 90'+5, que permitiu o prolongamento, em que os Três Leões carimbaram a passagem aos quartos de final.
30 junho 2024, 18:59
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Mais: Rodri
Quando parece que já não há nada a dizer sobre Rodri, eis que o médio conquista mais um troféu coletivo... e individual. 12 golos e 15 assistências já são um bom registo para qualquer centro-campista, mas se se tratar de um médio defensivo, mais espantoso se torna.
É no plano do equilíbrio que o espanhol se destaca. A capacidade que tem de libertar, com simplicidade, os seus colegas, ao mesmo tempo que, sem bola, lhes permite assumir as tarefas atacantes com a segurança de ter alguém que, no último ano, perdeu... um jogo.
No Campeonato da Europa, a Espanha brilhou e muito se deve a Rodri. La roja apontou 15 golos, o melhor registo da história dos Europeus, e sofreu apenas quatro. Foi a justa vencedora do torneio e a sua melhor figura foi eleita como melhor jogador: Rodri, pois claro. Apenas mais uma distinção a juntar à Premier League que, mais uma vez, conquistou ao serviço do Manchester City, onde, para Pep Guardiola, é um dos poucos que raramente sai do campo.
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Menos: Vinícius Jr.
Apesar da aproximação de Jude Bellingham, foi, sem dúvida, o melhor jogador do Real Madrid na última temporada. Os golos e assistências não apareceram só: surgiram nos momentos de maior necessidade. Só na fase a eliminar da Liga dos Campeões, marcou quatro golos e assistiu dois, estando envolvido em golos em todas as eliminatórias.
Chegada a prova, o Brasil tinha algo a provar e Vinícius também. As dúvidas pairavam sobre uma das seleções brasileiras, no papel, mais fraca dos últimos anos. Sem Neymar como figura, Vini Jr. era a grande figura. Só que, tirando os golos apontados na goleada frente ao Paraguai (4-1), o extremo pouco ou nada fez. Excepto... ver dois amarelos «evitáveis», nas palavras do próprio, frente aos paraguaios e depois contra a Colômbia. O principal jogador do Escrete foi suspenso para a fase a eliminar, frente ao Uruguai, e o Brasil caiu antes das meias-finais da prova pela primeira vez desde 2016.
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Mais: Toni Kroos
Não bastava uma boa época no Real Madrid (mais um jogador de los blancos na lista...) para colocar o médio na lista de candidatos, como, logo a seguir, veio um Campeonato da Europa em casa. Kroos foi titular em absoluto para Julian Nagelsmann e sobre si recaíram as tarefas de construção da Alemanha. Um papel que o médio de 34 anos faz melhor que, talvez, qualquer outro jogador da sua posição.
As listas de passes são, normalmente, lideradas por defesas, pelo baixo nível de exigência dos passes que efetuam: passes curtos em zonas em que, habitualmente, as suas equipas têm superioridade numérica. Rúben Dias foi o número 2 desta lista no Euro 2024, Pepe foi o terceiro. Em primeiro está - como já é claro - Toni Kroos, com 97 passes acertados por jogo, uma eficácia de 95%. Para vermos outro jogador que o ultrapasse, temos de encontrar William Saliba, com 96% de acerto, que conseguiu oferecer a bola com sucesso... 57 vezes por partida.
Menos: Kylian Mbappé
Para Mbappé, uma temporada pouco sucedida é, como foi esta última, não vencer a Liga dos Campeões. Diz muito sobre um futebolista quando, numa época de pouco sucesso, conquista 'só' um campeonato, uma Taça, uma Taça da Liga e uma Supertaça. Esta última foi a época mais goleadora do astro francês, que marcou 44 golos e somou 14 assistências ao serviço do Paris Saint-Germain. Foi o melhor marcador da Liga dos Campeões - a par de Harry Kane - com oito golos e foi semi-finalista da prova.
Foi também semi-finalista do Euro 2024 mas, pela França, não teve o papel que teve no clube. Depois de partir o nariz logo na primeira jornada da fase de grupos, falhou o segundo encontro e, a partir daí, jogou os restantes quatro jogos com máscara, mas... sem inspiração. Marcou apenas numa ocasião, de penálti, e foi uma das principais desilusões de uma França que, ao longo de toda a prova, só marcou quatro vezes: essa grande penalidade, dois autogolos e uma vez por Kolo Muani.
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Mais: Lautaro Martínez
Pode parecer um nome surpreendente nesta lista, mas só para quem não acompanhou esta temporada de El Toro ao serviço do Inter e da seleção da Argentina. Começando pelo clube: conquistou o scudetto, fez 24 golos só no campeonato e foi eleito o melhor jogador da prova.
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A forma goleadora parece não abandonar Lautaro. Terminada a temporada pelos nerazzurri, seguiu-se a Copa América. Só na fase de grupos, apontou quatro dos cinco golos dos argentinos: fechou as contas frente ao Canadá, decidiu a partida com o Chile e fez os dois golos da vitória sobre o Perú. Apesar disso, nunca foi titular para Lionel Scaloni, que preferiu usar Julián Álvarez de início na maioria das partidas. E foi do banco que saltou na final frente à Colômbia para, ao minuto 112, dar a Copa América à Argentina. O facto de ser o melhor marcador da prova, com mais dois golos que Salomón Rondón, do Equador, com três, torna-se ainda mais impressionante dado o tempo de jogo que lhe foi atribuído: marcou uma vez a cada... 44 minutos!
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