Amorim e as mais polémicas saídas de treinadores em Portugal
Rúben Amorim a agradecer os aplausos dos adeptos do Sporting na receção ao Nacional, em Alvalade

Amorim e as mais polémicas saídas de treinadores em Portugal

NACIONAL02.11.202410:30

A transferência de Rúben Amorim do Sporting para o Manchester United é uma das movimentações mais fortes no futebol português

Aqui lhe relembramos, além da rescisão de Rúben Amorim para ir do Sporting para o Manchester United, outras trocas polémicas a envolverem os três maiores clubes portugueses. Começando pela festa de homenagem de Eusébio em setembro de 1973, passando, por exemplo, por Malcolm Allison e os alegados excessos com álcool, a saída de Bobby Robson do Sporting para entrar Carlos Queiroz, as duas vezes que o campeão Toni deixou de ser treinador principal do Benfica, a pressão de José Mourinho sobre Manuel Vilarinho, Del Neri que nem chegou a ter um jogo oficial no FC Porto, a cadeira de sonho de André Villas-Boas no FC Porto, as mudanças de Jorge Jesus para o Sporting e as saídas do Benfica e, por fim, o adeus de Sérgio Conceição após sete anos no FC Porto.

A birra de Jimmy Hagan

25 de setembro de 1973. De manhã, treino do Benfica; de noite, na Luz, festa de homenagem a Eusébio frente a um equipa do Resto do Mundo. Dois dias antes, o Benfica batera o Belenenses, no Restelo, por 2-1. Dali a cinco dias, receberia o Oriental. Jimmy Hagan, treinador dos encarnados desde julho de 1970, com um tricampeonato no bolso (1971, 1972 e 1973, este sem derrotas), dá o treino. Voltas e voltas em redor do relvado da Luz. Às tantas, Hagan pede aos jogadores para saltarem por cima dos painéis de publicidade. Uns cumpriram as ordens, outros contornaram os obstáculos. O inglês chateia-se, diz que alguns dos jogadores não cumpriram a ordem dada e, como castigo, não os convoca para a festa de Eusébio. Porém, apenas Humberto Coelho e Toni ficam fora da lista. Veem a primeira parte do jogo na bancada e só, na segunda, por interferência de Borges Coutinho, então presidente do Benfica, entram em campo. Hagan abandona o relvado e, no dia seguinte, pede a demissão e Borges Coutinho aceita-a.

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Mário Lino sem final de taça

8 de junho de 1974. Três semanas antes, a 19 de maio, o Sporting sagrara-se campeão nacional, após bater o Barreirense, no Barreiro, por 3-0. Seguiram-se a 26 de maio e a 2 de junho, os quartos de final da Taça de Portugal, frente a Boavista e Olhanense: 2-0 e 2-1 para os leões. Na final, um sempre apetecível Sporting-Benfica. Os encarnados tinham vencido três das cinco anteriores (1969, 1970 e 1972) e os verde-e-brancos as outras duas (1971 e 1973). Mário Lino, treinador campeão pelos leões, vencera a final de 1973 e estava na de 1974. Há, porém, divergências de opiniões entre João Rocha e Mário Lino, relativas à preparação da época seguinte (sim ou não a uma digressão aos Estados Unidos; sim ou não a prolongar o contrato com o treinador). E, na véspera da final, João Rocha comunica a Mário Lino que não será ele a estar no banco no Jamor, avançando Osvaldo Silva para o seu lugar. O Sporting ganharia a final por 2-1, golos de Nené (32’), Chico Faria (88’) e Marinho (107’).

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Malcolm Allison, o 'libertino'

30 de julho de 1982. Três meses após o Sporting se ter sagrado campeão nacional, com Malcolm Allison a treinador, João Rocha demite o inglês, na sequência de polémico estágio na Bulgária. O presidente dos leões informara os jogadores de que ia falar com Allison e, se ele não modificasse algumas atitudes que o Sporting considerava inadequadas, arranjaria outro treinador. Segundo o clube, o inglês era demasiado liberal na forma como permitia «algumas liberdades» aos jogadores. «Querem que eles se treinem e joguem como leões e vivam como carneiros?», perguntava Allison. O clube sustentava que o treinador permitia aos jogadores a ingestão de álcool «para lá do que era aceitável a um profissional de futebol» e que, durante o estádio em solo búlgaro, «houve demasiadas raparigas a conviver com alguns jogadores». Tudo junto, João Rocha avançou para a rescisão de contrato com Malcolm Allison e, a 22 de agosto de 1982, dia da primeira jornada do Campeonato Nacional, foi António Oliveira a comandar a equipa na receção ao Marítimo (1-0). Como jogador-treinador.

A pressão sobre Quinito

5 de novembro de 1988. Outubro fora calamitoso para o futebol do FC Porto: 0-2 com o HJK Helsínquia, 1-1 com o Farense, 1-0 ao Belenenses, 0-0 com V. Guimarães e Benfica, 0-5 com o PSV, 0-0 com o Fafe e, por fim, magrinho 2-0 sobre o Vilafranquense, para a Taça de Portugal. A seguir a este jogo, começaram a surgir notícias contraditórias: Quinito, o treinador, ia demitir-se; Pinto da Costa, o presidente, ia demiti-lo. A pressão exercida sobre o treinador foi demasiado pesada para aquela a que Quinito estava habituado (jogara no SC Braga, Santander, Belenenses, Académica e V. Setúbal; treinara Espinho, Al Yarmouk, SC Braga, Rio Ave, U. Lamas e Famalicão). O próprio confessou, mais tarde, não estar preparado para a pressão exercida pela massa associativa desabituada de perder. Pinto da Costa chegou a tentar demovê-lo, mas Quinito quis sair. E saiu. Na tarde de 5 de novembro, no jogo com o Leixões, nas Antas (1-0), seria Alfredo Murça a sentar-se no banco como treinador dos dragões. Pouco depois, Artur Jorge, de saída do Matra Racing, regressaria ao FC Porto.

Bobby Robson, o líder que sai

7 de dezembro de 1993. A Liga tinha três líderes no final da jornada 11 de 1993/1994: Sporting, Benfica e FC Porto somavam 17 pontos. Porém, no início de dezembro, na sequência de uma derrota por 0-3 em casa do Casino Salzsburg e consequente eliminação da Taça UEFA, o presidente dos leões, Sousa Cintra, decidiu afastar o treinador Bobby Robson. E explicou porquê: «Há ano e meio, quando ele assinou pelo Sporting, satisfiz todos os seus desejos: comprei os jogadores que ele queria, dei todas as condições à equipa técnica. Apesar de não ser treinador, sei ver, perfeitamente, quando se erra. E, no encontro com o Casino Salzsburg, Bobby Robson cometeu erros que não podia cometer.» Sousa Cintra contratou, então, Carlos Queiroz para substituir Bobby Robson. O Sporting continuaria na luta pela conquista do Campeonato Nacional, mas terminaria 1993/1994 no 3.º lugar, a um ponto do FC Porto e a três do Benfica.

Toni, o campeão que sai

3 de junho de 1994. Para suceder ao inglês John Mortimore, no início de 1987/1988, a Direção do Benfica, liderada por João Santos, escolheu o dinamarquês Ebbe Skovdahl. A experiência durou 17 jogos e Toni, o seu adjunto, foi promovido. Na época seguinte, a sua primeira de ponta a ponta no Benfica (1988/1989), foi campeão nacional com sete pontos de avanço sobre o FC Porto. Mas o Benfica, para atacar 1989/1990, preferiu ir buscar Sven-Goran Eriksson, campeão em 1983 e 1984, tendo Toni aceitado passar a adjunto. Cinco anos depois, a história repetiu-se, agora com Jorge de Brito como presidente. Toni substituiu Tomislav Ivic em outubro de 1992 e, na época seguinte, o Benfica foi, de novo, campeão. Fez o último jogo a 2 de junho de 1994 e, no dia seguinte, o então presidente do Benfica, Manuel Damásio, anuncia que Artur Jorge será o treinador para 1994/1995. Toni recusa passar a ser manager por considerar desadequado o tempo e o modo (só depois de o nome de Artur Jorge ter vindo a público) como a questão lhe foi colocada. Pela segunda vez, Toni era campeão nacional e pela segunda vez a Direção do Benfica escolhia outro treinador para atacar a época seguinte.

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 Cai Manuel Damásio, cai Manuel José

22 de setembro de 1997. Passava um quarto de hora das 22 horas quando Manuel Damásio, presidente do Benfica, anunciou: «A Direção decidiu, por unanimidade, rescindir os contratos com os técnicos da equipa principal [Manuel José, Raul Sousa, Minervino Pietra e Jorge Teixeira].» E antes, uma revelação: «Decidimos pedir eleições antecipadas.» Há muito que a relação entre Manuel José e os dirigentes do Benfica era má. Toni, diretor-desportivo, tentou estabelecer a ponte. Porém, os maus resultados aceleraram o divórcio e colocaram ponto final na agonia, sendo que Manuel Damásio sempre dissera que Manuel José seria treinador do Benfica enquanto ele, Damásio, fosse presidente. E cumpriu. Quatro dias depois, o descalabro (que ainda ninguém antevia): Vale e Azevedo anuncia que será candidato à presidência do Benfica. Absurdamente (aos olhos de hoje), afirma na apresentação da candidatura: «A Direção, comandada pelo senhor Manuel Damásio, levou o Benfica para o abismo.»

 Mourinho: renova ou sai

3 de dezembro de 2000. José Mourinho estava há pouco mais de dois meses como treinador do Benfica, após múltiplos anos no Barcelona como adjunto de Bobby Robson e Louis van Gaal. Fora apresentado na Luz a 20 de setembro como substituto de Jupp Heynckes e, nos 74 dias seguintes, ganha seis jogos, empata três e perde dois. O último deles é marcante: 3-0 em casa frente ao campeão Sporting. Há, porém, um óbice. Mourinho chegara ao Benfica pela mão do presidente Vale e Azevedo e, a 28 de outubro, Manuel Vilarinho ganha as eleições. O novo presidente tem, na sequência da vitória eleitoral, frase que marcará o futuro de Mourinho no Benfica: «Toni há de ser treinador do Benfica, mas Mourinho vai cumprir o contrato até ao final da época». O jovem técnico não gosta da futurologia de Vilarinho e, após o jogo com o Sporting, faz um ultimato ao presidente: quer validar o ano opção no contrato ou pede a demissão. Vilarinho não aceita a pressão de Mourinho e aceita a demissão. Nunca um treinador não interino estivera tão pouco tempo no comando da equipa do Benfica.

Mourinho: 5 milhões para o FCP

1 de junho de 2004. O FC Porto de José Mourinho tinha vencido quase todas as provas entre 2002 e 2004: duas Ligas, uma Liga Europa, uma Liga dos Campeões, uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira. Natural, pois, que surgissem diversos convites para a sua saída. O mais forte veio dos ingleses do Chelsea. Além disso, Mou sabe que diversos jogadores sairão, como Deco, Paulo Ferreira ou Ricardo Carvalho. «Tenho interessados e vontade de sair», disse após a vitória sobre o Mónaco na final da Champions. E no primeiro dia de junho o FC Porto comunica à CMVM a saída do treinador para os blues. Ao dragões receberam, a título de indemnização, verba a rondar os 5 milhões de euros.

Del Neri e os 65 dias

4 de junho de 2004. O imediato pós-Mourinho não foi fácil para o FC Porto. Três dias após a saída do treinador para o Chelsea, Pinto da Costa acerta contrato com o italiano Luigi del Neri de 54 anos, que vinha de quatro anos no Chievo Verona. Del Neri pegara na equipa na Serie B e levou-a, em 2001/2002, à qualificação para a Taça UEFA, após 5.º lugar em 2001/2002. Três meses depois, a 7 de agosto, ainda sem ter realizado qualquer jogo oficial pelo FC Porto, Del Neri é despedido por Pinto da Costa. O clube anunciou a interrupção do contrato laboral por «motivos de ordem particular». Porém, na origem da dispensa terão estado as dispensas do plantel sugeridas pelo italiano (Pedro Emanuel, McCarthy e Carlos Alberto, por exemplo) e as suas metodologias de trabalho introduzidas, bem como, por fim, o atraso a um treino, após estada em Itália. Del Neri durou apenas 65 dias como técnico dos então campeões da Europa. Seguiu-se Victor Fernández até 31 de janeiro de 2005 e José Couceiro até final da época.

 Dois jogos para Fernando Santos

17 de agosto de 2007. O Benfica, treinado por Fernando Santos, terminara a época 2006/2007 no terceiro lugar, a um ponto do Sporting e a dois do FC Porto. Os encarnados tinham perdido jogadores importantes (Simão, Miccoli, Karagounis e Manuel Fernandes), mas contratado alguns que viriam a tornar-se marcantes (Cardozo, Di María, David Luiz, Maxi Pereira ou Cristian Rodríguez). Os sete jogos de preparação, realizados entre Portugal, Roménia, Egito, Cabo Verde e Angola, ditam quatro vitórias, dois empates e uma derrota. Porém, bastaram dois jogos (!) de 2007/2008 para que Luís Filipe Vieira, presidente dos encarnados, despedisse Fernando Santos: 2-1 na Luz com o Copenhaga e 1-1 na deslocação a casa do Leixões, na primeira jornada da Liga. Nunca um treinador do Benfica fora afastado tão cedo na época. Artur Jorge fora-o após os primeiros quatro jogos de 1995/1996 e Manuel José depois de cinco em 1997/1998. Ambos em setembro.

Villas-Boas e a cadeira de sonho

21 de junho de 2011. A época 2010/2011 foi fabulosa para o FC Porto: Supertaça Cândido de Oliveira, Liga, Taça de Portugal e Liga Europa ganhas com clareza total. Nada menos de 58 jogos, com 49 vitórias, 5 empates e 4 derrotas (Nacional para a Taça da Liga, Benfica na Taça de Portugal, Sevilha e Villarreal para a Liga Europa). Além disso, como cereja no topo do bolo de Villas-Boas, os dragões terminavam, pela primeira vez na sua história, um campeonato sem qualquer derrota. Apenas três empates (em casa de V. Guimarães e Sporting e na receção ao Paços de Ferreira). André Villas-Boas estava, como frisou em outubro de 2010, na sua cadeira de sonho. Porém, um mês depois da final da Taça de Portugal (6-2 ao V. Guimarães), ou seja, do último jogo da época, Villas-Boas incendeia o mundo azul-e-branco ao anunciar que aceitava a proposta do Chelsea para ser seu treinador a partir de 2011/2012. Estava-se a duas semanas do início da pré-época seguinte e Pinto da Costa e os adeptos portistas não gostaram da decisão de AVB, apesar da entrada de 15 milhões de euros, por força do pagamento de cláusula de rescisão.

 Paulo Fonseca e a pressão

5 de março de 2014. O Paços de Ferreira, treinado por Paulo Fonseca, terminara a época 2012/2013 num brilhante 3.º lugar, apenas atrás de FC Porto e Benfica e só perdendo, na Liga, para os dois primeiros. Fonseca tinha mais um ano de contrato, mas Pinto da Costa, presidente dos dragões, foi contratá-lo para o lugar do bicampeão Vítor Pereira. E arrancou logo o triunfo na Supertaça Cândido de Oliveira, batendo o V. Guimarães por claro 3-0. Tudo parecia encaminhar-se para a conquista da quarta Liga da rajada, depois de 2010/2011, 2011/2012 e 2012/2013, até porque o FC Porto vencera as primeiras quatro jornadas e no final das dez rondas iniciais totalizava 26 pontos (empates em casa de Estoril e Nacional). Porém, o futuro imediato seria bem diferente com apenas 19 pontos nas 11 jornadas seguintes, com derrotas em casa de Académica, Benfica, Marítimo e também na receção ao Estoril. Concluída a 21.ª jornada, o FC Porto estava a nove pontos do Benfica e a 4 do Sporting. Fonseca já anteriormente pedira a demissão a Pinto da Costa e em março de 2014 voltou a fazê-lo, sob o argumento de que a pressão estava a ser demasiada. «Pondo os objetivos e interesses da equipa à frente da minha carreira, acho que era o momento para mudar. Não tenho a menor dúvida que o ambiente para os jogadores do FC Porto no Estádio do Dragão, comigo à frente da equipa, era extremamente difícil», disse mais tarde.

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Jorge Jesus sai do Benfica

5 de junho de 2015. O percurso de Jorge Jesus no Benfica fora (quase) imparável: três campeonatos sem seis anos, mais cinco Taças da Liga, uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira, além da presença em duas finais (perdidas) da Liga Europa. Mesmo assim, Jesus ganhara demasiados anticorpos no Benfica. Entre os adeptos e também entre alguns dirigentes, entre os quais o presidente Luís Filipe Vieira. A 4 de junho de 2015, o Benfica anuncia que terminara as negociações com o treinador para uma potencial renovação de contrato: «Informamos que, em função das notícias veiculadas ontem e hoje relativamente a um possível compromisso com outra SAD do nosso atual treinador da equipa principal de futebol, foram encerradas quaisquer negociações relativas a uma eventual renovação do contrato que termina a 30/Jun/2015». Um dia depois, o Sporting emite um comunicado em que diz que Jorge Jesus era o treinador dos leões para as três épocas seguintes. Era a primeira vez que um treinador passava, diretamente, do Benfica para o Sporting. Ou vice-versa.

Jorge Jesus sai do Sporting

6 de junho de 2018. Após três anos no Sporting e com apenas uma Supertaça Cândido de Oliveira e uma Taça da Liga conquistadas, Jorge Jesus vinha a ser bastante contestado e, sobretudo, há muito que a relação com o então presidente Bruno de Carvalho estava deteriorada. Deu-se o ataque a Alcochete e seguiu-se a final de Taça perdida para o Aves, esta a 20 de maio. Uma semana antes, Bruno de Carvalho argumentava que Jorge Jesus estava suspenso, alegando justa causa por quebra de lealdade, mas o treinador esteve mesmo no Jamor. A 5 de junho, o Al Hilal anuncia a contratação de Jorge Jesus e, no dia seguinte, o Sporting anuncia a rescisão de contrato entre ambos.

Conceição deixa o FC Porto

6 de junho de 2024. Na sequência do tetracampeonato do Benfica (2014, 2015, 2016 e 2017), Pinto da Costa decidiu trocar Nuno Espírito Santo por Sérgio Conceição. E de agosto de 2017 a maio de 2024, o FC Porto ganhou três Ligas, quatro Taças de Portugal, três Supertaças Cândido de Oliveira e uma Taça da Liga. No início de junho de 2024, na sequência da eleição de André Villas-Boas como presidente do FC Porto, Sérgio Conceição deixou de ser treinador e passou a ser Vítor Bruno. Conceição não gostou, embora se tenham ouvido apenas declarações dos seus adjuntos. Mais tarde, já em outubro, após se conhecerem trechos do novo livro de Jorge Pinto da Costa, Conceição cortou com o ex-presidente.

Amorim, Sporting, Manchester

1 de novembro de 2024. Rúben Amorim entrara no Sporting a 5 de março de 2020 e, quatro anos, sete meses e 16 dias depois, ficou a saber-se, oficialmente, o que já se sabia oficiosamente: deixaria o Sporting e passava a ser, dias depois, treinador do Manchester United. Os leões receberam 11 milhões de euros para que o homem que ganhou dois campeonatos, duas Taças da Liga e uma Supertaça Cândido de Oliveira e que garantira ficar em 2024/2025 para lutar pelo bicampeonato fosse para a Premier League. Era a primeira vez que o treinador líder da Liga portuguesa era resgatado a meio da temporada.