ENTREVISTA A BOLA «Ainda bem que Gyokeres está do nosso lado»
Pedro Gonçalves revelou que o sueco é uma pessoa muito simples. Elogiou Hjulmand como capitão
- O Sporting corre atrás do bicampeonato. Olhando para os adversários diretos, Benfica e FC Porto, sente que é possível?
- Estamos em primeiro, temos vantagem pontual. Sabemos que o campeonato vai ser longo, são três equipas que não estão a demonstrar o melhor futebol no momento, mas que têm uma plantel e uma ideia de jogo muito boa, mas sabemos que vai ser longo e vai ser uma luta a três. Não estou a ver o SC Braga a conseguir chegar-se lá perto, mas ultimamente nos últimos anos tem feito campeonatos bons, o Vitória de Guimarães também está a demonstrar um futebol bonito e atraente para os adeptos e também eficaz, tem resultados. Sinto que vai ser um campeonato longo, não vai ser em dezembro que as coisas se vão resolver.
Dentro de campo sente-se que, às vezes, fica muito ansioso porque ainda não fez o golinho dele e todos os jogos tem de fazer o golinho dele, fica muito ansioso por isso, mas com o tempo vai melhorando
- Tem visto Maxi Araújo e Quenda a fazer de Pedro Gonçalves. Como é que eles se estão a sair?
- Estão a fazer o melhor. Vejo que às vezes pensam, como não é a posição natural deles, pensam muito daquilo que é que têm se fazer, o que é que o treinador lhes diz e, por vezes, têm de deixar as coisas fluir. Já tentei transmitir tanto ao Maxi como ao Conrad e ao Quenda, os jogadores que já passaram naquela posição, mais ou menos aquilo que é mais fácil de fazer. Claro que depois, dentro de campo, eles é que têm de sentir e têm de ver onde é que há os espaços, é mais sensações dentro de campo que eles têm de ter.
- Está ansioso por voltar a jogar com Gyokeres e Trincão?
- Estou muito ansioso. Estou com saudades. Se me diz que os adeptos estão com muitas saudades de me ver jogar eu ainda estou com mais saudades de voltar a jogar.
- Como é o entendimento com Gyokeres?
- É um jogador, como pessoa muito simples, que gosta de aprender e melhorar todos os dias. Dentro de campo sente-se que, às vezes, fica muito ansioso porque ainda não fez o golinho dele [risos] e todos os jogos tem de fazer o golinho dele, fica muito ansioso por isso, mas com o tempo vai melhorando. É um jogador incrível que ainda bem que está do nosso lado, porque se estivesse do lado contrário ia ser muito mau para nós [risos].
- Este tem sido um ano de mudanças, também no dono da braçadeira de capitão. Como é que tem sido a vossa adaptação à nova voz de comando e também a adaptação de Hjulmand às funções?
- Tem sido bastante positiva. Nunca imaginei que ele tivesse um discurso tão bom. Porque ele, mesmo antes dos jogos, além do Seba, é talvez um dos capitães que fala melhor, assertivo, tem as palavras corretas no momento certo. Estamos a adorá-lo como capitão, sem esquecer o Dani, o Bragança, que também faz um papel muito importante para o clube, vem da formação, conhece todos os cantos à casa. E o Inácio, que é um jogador que não fala tanto, mas que também é importante para o grupo.
- Você vê-se um dia como capitão?
- Talvez me veja para dentro, no plantel, mas para fora não é algo que eu me imagine. Gosto mais de jogar, gosto de dar indicações dentro de campo, fora do campo não sou talvez a melhor pessoa para ter esse discurso.
- A coesão e a união do plantel continuam a ser mais-valia?
Sim, claro. Viu-se no jogo [com o Santa Clara], as pessoas podem duvidar de nós, podem dizer que podemos não estar tão bem, mas lá dentro não passamos essa mensagem, pensamos sempre que somos uns jogadores incríveis, que a qualquer momento, qualquer jogador pode fazer a diferença e é isso que precisamos de todos e é muito importante o grupo estar unido, porque sem isso, claro, vai-se perdendo outras coisas.
- O Sporting está este ano na maior montra do futebol, a Champions. Está a corresponder às expectativas o percurso que o Sporting está a fazer?
- Sim, no início toda a gente queria os play-offs, era o nosso objetivo. Sabemos que tínhamos capacidades para entrar nos oito primeiros, mas que era muito complicado. Mas é isso que temos feito, temos ido jogo a jogo. O principal objetivo é passar aos oitavos e é esse o objetivo que está no grupo. Depois o que vier é sempre acréscimo e ficamos contentes por isso.