30 dezembro 2024, 17:49
O dérbi em 4 ideias, todas desfavoráveis ao Benfica
Encarnados não deixaram de ser candidatos com a derrota em Alvalade, mas voltaram a mostrar fragilidades que não são de hoje e que ultrapassam o que se passa em campo
Manchester United ainda se olha como um gigante e não parece preparado para uma reestruturação profunda. O português precisa de mostrar o rumo rapidamente
Quando se noticiou que Ruben Amorim poderia estar a caminho do Liverpool, ainda a época passada não tinha acabado, escrevi que Anfield talvez não fosse o destino mais apropriado para o português.
Existiria uma herança tremenda e esmagadora a pairar sobre si, a dificuldade em implantar o seu sistema de sempre e, sobretudo, uma forma de pressionar que se tornou quase um modo de vida no clube, para o bem e para o mal. Claro que o Manchester City não deixou que os Reds ganhassem muito, porém uma Premier e uma Champions, aliadas a uma Taça, duas Taças da Liga e uma Charity Shield em oito anos, foram mais do que suficientes para banhar a ouro era de Jürgen Klopp na cidade dos Beatles.
30 dezembro 2024, 17:49
Encarnados não deixaram de ser candidatos com a derrota em Alvalade, mas voltaram a mostrar fragilidades que não são de hoje e que ultrapassam o que se passa em campo
É verdade que o neerlandês Arne Slot também tem de lidar com a mesma exigência que esperava o ex-Sporting e está longe de ter criado a ligação emotiva que o alemão estabelecera com Liverpool e com o ser scouser, todavia havia mais pontos de contacto deste com o antecessor, os suficientes para o conjunto de Merseyside, graças ainda aos momentos menos felizes daquele que tem sido o seu arquirrival, o City de Guardiola, e de um Arsenal a lidar com lesões em jogadores nucleares, como Odegaard antes e agora Saka, parecer em velocidade de cruzeiro para uma grande temporada. É preciso ainda não esquecer ainda o astronómico rendimento de Salah, em final de contrato com os Reds, tal como Van Dijk e Trent Alexander Arnold, porém talvez a viver um dos melhores anos da carreira.
No entanto, se naquele que nunca caminha sozinho a probabilidade de sucesso de Amorim parecia, a meu ver, algo reduzida, um Manchester United em crise contínua, órfão de Alex Ferguson há 12 anos, e que já viu David Moyes, Ryan Giggs, Louis van Gaal, José Mourinho, Ole Gunnar Solksjaer, Ralf Rangnick e Erik ten Hag serem incapazes de lhe devolverem os dias de glória, seria muito mais condescendente e paciente com alguém que sobretudo precisa de tempo para ganhar a confiança de todos com as suas ideias.
27 dezembro 2024, 10:00
Pesadelo comunicacional protagonizado por Frederico Varandas, sem qualquer explicações para o falhanço de João Pereira e cada vez mais fragilizado na sua liderança
O Manchester United, que ainda olha para o espelho e se vê como gigante, não dá, por sua vez, ideias de estar preparado para admitir que tem um problema sério e que tem de se reinventar a todos os níveis, se bem se lembram da polémica entrevista de Cristiano Ronaldo a Piers Morgan. Com novos players a ter de mostrar serviço rapidamente, como Jim Ratcliffe e a INEOS, o tempo parece escapar-se-lhe entre as pontas dos dedos.
Fosse Liverpool ou United, Amorim seria sempre louco se recusasse a oportunidade. No entanto, pelo ruído que já causam o 14.º lugar e as derrotas sucessivas, precisa de que rapidamente todos visualizem o caminho. As principais figuras rapidamente e depois os outros. Primeiro nos treinos, depois nos jogos, para que os resultados o protejam até ao momento certo. O técnico nunca terá medido, acredito, a capacidade que uma Premier League, ao contrário da liga portuguesa, tem para penalizar o que não está bem. E olha-se para os onzes que vai apresentando e percebe-se que há ali apenas uma lógica possível seguida, que tudo está ainda muito longe de estar sequer perto disso.
22 dezembro 2024, 10:00
Presidente dos leões voltou a mostrar que há muito estagnou na comunicação, mas pelo menos João Pereira deu alguns sinais de maior à-vontade, graças aos triunfos e ao treino que tem recebido
Não há no clube assim tantas individualidades que resolvam e mesmo essas têm dados tiros nos pés. Talvez tenham antecipado que, em breve, perderiam peso no grupo. Marcus Rashford, por exemplo, não encaixa no modelo e, aparentemente, também não fez por se ajustar à nova exigência. Garnacho idem. Entre os demais, Bruno Fernandes soma expulsões. Eriksen e Casemiro parecem de um século passado. Old Trafford tornou-se um redemoinho e a espiral acentua-se com a força da corrente que promete engolir a todos.
Se pensarmos um pouco, as dificuldades de Ruben e de João Pereira na adaptação à nova realidade até podem ter sido semelhantes. É verdade que o primeiro não sai dos sub-23 para uma primeira equipa, no entanto, tal como avisou, não é nenhum José Mourinho, cuja arrogância positiva estava alicerçada nas conquistas europeias de antes de assinar pelo Chelsea. E em mais ainda antes de chegar a Old Trafford. E, com tantos galões, ainda assim falhou, embora tenha sido aquele que mais perto tenha voado do sucesso.
20 dezembro 2024, 10:30
Liga inaugurou sede que terá custado 18 milhões de euros e foi construída enquanto equipas se debatiam com uma possível insolvência e ficavam impedidas de inscrever jogadores
O Ruben que aterra em Manchester é alguém que traz na bagagem dois títulos de campeão nacional em quatro épocas inteiras de uma liga periférica como a portuguesa, mais coisa menos coisa. Para a realidade, mesmo para a atual, dos Red Devils, é um currículo magro. Não é estranho que haja resistência, que a mensagem não passe, que precise de mais tempo. Olhemos com atenção! Nota-se alguma relação emocional entre si e os seus jogadores? Arrisco dizer que não. Tal como João Pereira não as conseguiu criar. A a comunicação na sala de Imprensa, ainda que assertiva, por si só não mete os jogadores a marcarem golos.
É certo que não perderá muito se também o enterrarem no cemitério de Old Trafford. Seria apenas mais um. Já o que o seu nome ganhará se acordar o gigante será esmagador. Só que para já, precisa de sobreviver. A cada jornada, sendo que a próxima, em Anfield, promete dores de cabeça. A um mercado, em que tem de fazer escolhas certeiras e contar com a boa-vontade de Rashfords e companhia para que aceitem sair e libertem espaço no plantel e capital para reinvestir. A um fecho de época condigno. E, aí sim, à reestruturação mais do que fundamental. Que poderá levar a outras, mais profundas e igualmente necessárias.
14 dezembro 2024, 10:00
Fantástica campanha do Vitória de Guimarães na UEFA, um exemplo perfeito de uma equipa muito bem construída, trabalhada e com química para jogar muito bom futebol
Confesso que temo pela validade deste artigo. Se a nós o técnico não precisa de estar a provar a sua competência e a respetiva abrangência, é urgente que a quem manda a equipa comece a mostrar sinais de que já encontrou ou está perto de descobrir o caminho. De preferência no domingo, em Liverpool, diante da melhor formação da atualidade da Premier League. Mesmo que tal pareça uma miragem. Não há mais ninguém que possa ganhar tempo a Ruben Amorim do que o próprio.