ENTREVISTA A BOLA «Os adeptos do FC Porto queriam o futebol feminino»

PARTE 1 - Cláudia Lima, capitã portista, recorda com felicidade a apresentação da equipa no Dragão perante mais de 30 mil adeptos. Em entrevista a A BOLA, a médio internacional portuguesa fala sobre os objetivos a curto e longo prazo do clube, do impacto da criação da equipa de futebol feminino do FC Porto e da responsabilidade de ajudar as mais novas, num plantel recheado de juventude

- O dia 1 de setembro de 2024 é uma data histórica para o FC Porto. Estavam à espera de uma receção tão calorosa perante mais de 31 mil pessoas?

- Em relação ao dia 1 de setembro, eu acho que neste momento nós ainda estamos sem palavras para o que aconteceu. E a realidade é que não, não estávamos à espera que tanta gente aderisse. Eu já o disse várias vezes, desde o dia em que fui apresentada na Baixa senti o carinho dos adeptos. E senti que realmente era algo que os adeptos do FC Porto queriam, queriam o futebol feminino, mas nunca esperei por tanta gente aqui.

- Qual foi a sensação de estar num estádio com mais de 30 mil pessoas?

- Incrível. Acho que nem nos meus melhores sonhos pensei nisso e principalmente no Estádio do Dragão.

 - Qual pode ser o impacto da criação da equipa feminina do FC Porto para o crescimento do futebol feminino em Portugal?

- Acho que está a olhos vistos que cada vez mais temos mais visibilidade, cada vez mais as pessoas seguem-nos mais. Sem dúvida alguma que a entrada do FC Porto fez com que isso acontecesse.

- Quais são os objetivos do FC Porto a curto prazo e a longo prazo?

 - Também já foi muito falado. A curto prazo é a subida da divisão. Toda a gente já sabe que esse é o nosso objetivo. E como é óbvio queremos estar o mais rapidamente possível na Liga BPI, considerando esse o objetivo a longo prazo.

 - Depois de muitos anos no Valadares, onde também foste capitã, surgiu a proposta do FC Porto, que é o teu clube do coração. Pensaste duas vezes antes de aceitar o desafio?

- É verdade, eu gostei muito e gosto muito do Valadares. Gostei muito de lá estar, mas a verdade é que sempre sonhei estar no FC Porto e sempre disse que no dia em que criassem o futebol feminino, eu iria fazer tudo para estar cá. Portanto, não pensei duas vezes.

 - Foste a primeira contratação oficializada pelo FC Porto e és a capitã. O que significa para ti ser a capitã do FC Porto? 

- É um enorme orgulho. Acho que, acima de tudo, todas nós temos esse orgulho em representar o FC Porto e é uma enorme honra e privilégio. O facto de ser capitã e de ter sido a primeira atleta apresentada traz um bocadinho mais de responsabilidade.

- É importante haver uma voz da experiência num plantel tão jovem?

 - Sim, é sempre importante, quando os plantéis são muito jovens, haver sempre alguém, uma ou duas pessoas mais experientes para acalmar e para ajudar durante a época. Tento fazer isso, espero estar a conseguir.

- Puxando um bocadinho o fio atrás, também praticaste andebol. Como é que foi a passagem para o futebol?

- O andebol foi ali uma tentativa um bocadinho falhada, porque sinceramente sempre foi o futebol.