Turquia-Portugal: cimeira de líderes vale qualificação e... descanso
Seleção Nacional foi para Dortmund e espera regressar a Marienfeld já com a qualificação para os 'quartos' no bolso

ANTEVISÃO Turquia-Portugal: cimeira de líderes vale qualificação e... descanso

SELEÇÃO22.06.202408:00

Vitória de qualquer uma das equipas no jogo deste sábado será sinónimo de apuramento para os oitavos de final e oferecerá a possibilidade de rodar a equipa no terceiro e último jogo da fase de grupos; Arda Guler é dúvida do lado dos turcos; Martínez deve fazer mexidas no onze da Seleção Nacional

Este sábado já é dia de fazer contas para a Seleção Nacional... das boas! De cabeça e sem recurso a calculadora ou a calculismos. Portugal e Turquia enfrentam-se esta tarde na segunda jornada do grupo F deste Euro 2024 e depois da vitória na jornada inaugural ficaram em posição priveligiada nesta ronda.

No caso da Seleção Nacional, a matemática é simples: a vitória sobre os turcos vale a qualificação para os oitavos de final e se a Geórgia não vencer a Chéquia no outro jogo também significará a vitória no grupo F.

Para a Turquia é válido o mesmo argumento, mas esta terá de vencer Portugal e esperar que a Chéquia não vença a Geórgia.

Claro que a qualificação e a vitória no grupo (esta a fazer com que Portugal apanhe nos oitavos um dos terceiros classificados dos grupos A, B ou C, ao invés de lhe poder tocar o primeiro do grupo D, que inclui França e Países Baixos) são o objetivo primordial, mas há um bónus que não pode ser menosprezado: o vencedor deste jogo poderá dar-se ao luxo de cumprir calendário na terceira e última jornada da fase de grupos e fazer descansar os titulares e mais utilizados, por forma a estarem mais fresquinhos para o início da fase das eliminatórias. É preciso motivação adicional para o jogo deste sábado? Cremos que não... Basta... ir com tudo!

A partida tem lugar no Signal Iduna Park, casa do Borussia, em Dortmund, e tem pontapé de saída agendado para as 17 horas. Será apitada pelo árbitro alemão Felix Zwayer e terá como VAR o também alemão Bastian Dankert, ao passo que o quarto árbitro será o espanhol Jesús Gil Manzano.

À procura de repetir 2008

A vitória (3-1) sobre a Geórgia na estreia neste Europeu deixou a turma orientada por Vincenzo Montella à esquina de repetir feito com... 16 anos. A última vez que a Turquia conseguiu dobrar a fase de grupos em fases finais de Europeus já remonta a 2008, quando na prova organizada conjuntamente por Áustria e Suíça logrou classificar-se no quarto lugar, isto depois de em 2000, no Europeu da Bélgica e Países Baixos, ter atingido os quartos de final, na que foi a segunda melhor prestação de sempre.

No Europeu de 2020, que só se realizou em 2021 devido à pandemia de covid-19, a Turquia sofreu três derrotas na fase de grupos, e em 2016, em França, no Europeu da glória portuguesa, também não passou da primeira fase, depois de só ter vencido uma partida.

Se vencer, este sábado, Portugal, a Turquia amealhará a segunda vitória nesta fase final, igualando as duas que conseguiu em 2008, rumo ao histórico quarto lugar.

Pelo que se viu no primeiro jogo, a Turquia, a par de Portugal, é a equipa mais forte do grupo. Junta às individualidades, como Arda Guler, Kokçu ou Calhanoglu, um enorme espírito coletivo e combativo e promete criar muitas mais dificuldades à turma das quinas do que aquelas que foram oferecidas pela Chéquia. Mas assumir mais o jogo também implica riscos cá atrás e essa será uma das pistas a explorar por Portugal no duelo desta tarde, porque, ao contrário do jogo com a Chéquia, esta é Turquia que terá de conceder mais espaços se quiser manter o volume ofensivo do jogo inaugural.

A figura: Calhanoglu

Campeão italiano pelo Inter, Calhanoglu é o capitão desta Turquia e a voz da experiência num grupo que tem em Arda Guler (Real Madrid) uma das estrelas emergentes, mas que também tem em Orkun Kokçu (Benfica) um dos seus valores mais sólidos. Aos 30 anos, e do alto das suas 88 internacionalizações e 18 golos pela Turquia, este médio que antes do Inter jogou no rival Milan promete ser osso duro de roer para o miolo da Seleção Nacional.

O que disse Vincenzo Montella

«Não estou surpreendido com a carreira do Ronaldo. É um grande profissional, um exemplo, um modelo para os outros. Vem de uma época em que marcou 50 golos. Tem uma mentalidade fantástica e ainda é um jogador-chave para Portugal, mesmo com a idade que tem»

Deixou, ainda, interrogação sobre a utilização de Arda Guler.

«O Arda Guler não está a 100 por cento. Só vamos decidir se joga mesmo em cima do jogo. Mas espero contar com ele».

Sistema de jogo: 4x5x1

Onze provável: Mert Gunok; Mert Muldur, Samet Akaydin, Abdulkerim Bardakci e Ferdi Kadıoglu; Kaan Ayhan, Çalhanoglu, Orkun Kokçu, Arda Guler e Kenan Yildiz; Yilmaz

Não deixar para dia 26 o que pode ser feito este sábado

O raciocínio é mais ou menos este: sem em 2016 Portugal se apurou para os quartos com apenas três pontos, angariados em três empates na fase de grupos, oito anos volvidos, já com os mesmos três pontos, e ainda com mais duas oportunidades para amealhar mais, não passa pela cabeça de ninguém que o primeiro objetivo não seja atingido.

Mas o melhor mesmo, como diz o ditado popular, é não deixar para amanhã o que pode ser feito hoje, ou seja, é lograr já este sábado diante da Turquia o objetivo da qualificação e não deixar que o mesmo se arraste para a terceira e última jornada, diante da Geórgia, no próximo dia 26 (quarta-feira).

O povo também diz que em equipa que ganha não se mexe, mas é provável que Roberto Martínez não copie a papel químico o onze da estreia ante a Chéquia.

Até porque está à vista a possibilidade de voltar a modelo com linha defensiva de quatro unidades. Que poderá levar ao sacrifício de Diogo Dalot para introduzir João Palhinha, ganhando trunfo no controlo defensivo da partida. Na frente também há dúvida para Martínez deslindar: a possível aposta na titularidade de Diogo Jota ao lado de Cristiano Ronaldo, o que implicará a saída de Rafael Leão do onze.

A figura: Cristiano Ronaldo

Goleador indomável, competidor temível e vencedor nato. É o rei dos Europeus (primeiro jogador de sempre a marcar presença em meia-dúzia!), o nome maior desta Seleção Nacional e a estrela que todos querem ver em campo, com um lastro de golos (130) e internacionalizações (208) sem paralelo a nível de seleções. Já muitos lhe anteciparam o final de carreira, mas ele aí continua, a enfiar as violas de muita gente no saco e a mostrar que marcar golos não é para quem quer, é para quem pode...

O que disse Roberto Martínez

 «A Turquia é uma mistura incrível de talento jovem, vimos o Arda Guler e o Yildiz, que são jogadores jovens mas com um papel importante na equipa. Têm o apoio da experiência de jogadores como o Çalhanoglu. Acho que é uma mistura. Têm muita qualidade com bola e o treinador deu-lhes uma estrutura defensiva muito forte»

Sistema de jogo: 4x4x2

Onze provável: Diogo Costa; João Cancelo, Rúben Dias, Pepe e Nuno Mendes; Bruno Fernandes, João Palhinha, Vitinha e Bernardo Silva; Diogo Jota e Cristiano Ronaldo.