A experiência de Ronaldo e a versatilidade de Pepe: tudo o que disse Roberto Martínez

SELEÇÃO21.06.202417:44

Selecionador de Portugal fez a antevisão ao jogo com a Turquia, da segunda jornada do grupo F do Euro 2024

Roberto Martínez, selecionador de Portugal, anteviu, esta sexta-feira, o duelo com a Turquia, a contar para a segunda jornada do grupo F do Euro 2024.

- A Chéquia jogou de forma defensiva frente a Portugal e a Turquia ao ataque diante da Geórgia. Isso pode levar a alterações táticas na Seleção Nacional?

- São adversários diferentes. O jogo com a Chéquia… o plano não era ter um bloco baixo tão cedo. Criamos-lhes muitos problemas. Tínhamos o controlo do jogo. A Chéquia gosta de marcar ao homem, um trabalho defensivo diferente. A Turquia é uma mistura de talento jovem, Arda Guler e Yildiz, com papéis importantes na equipa, um apoio na experiência, com Çalhanoglu. Têm qualidade com bola. O treinador deu uma estrutura defensiva muito boa.

- Portugal nunca perdeu em jogos oficiais com a Turquia. A Turquia na primeira jornada foi a seleção com mais recuperações, desarmes e golos de fora da área. É uma seleção com presença forte á entrada da área. Como contrariar a Turquia?

- Esperamos que haja um bom ambiente no estádio. A Turquia teve muito apoio com a Geórgia. Têm um jogo interior forte. Temos de estar compactos e ter uma ideia clara de como os parar. Precisamos de controlar o jogo, dar largura. A Turquia pode defender, mas sempre com o foco em atacar. O último golo contra a Geórgia mostra isso, a personalidade e atitude dessa Turquia. Mas não há segredos.

- Francisco Conceição decidiu o último jogo, pode ter mais espaço?

- Para nós temos 23 jogadores de campo. 10 no onze. O importante é que todos estejam preparados. O Chico entrou e mostrou porque é que está na Seleção. O Pedro Neto também. O Inácio mostrou que está preparado, o Nélson Semedo igual. O importante é crescer. Depois da Chéquia estamos melhores, mais preparados. Precisamos dos jogadores todos preparados. Estar no onze não é o importante para os jogadores neste momento.

- O que é que Portugal fez de bem e mal frente à Chéquia?

- Além do resultado, que no futebol tem um peso importante… 73 por cento de posse de bola, 13 cantos. São dados muito bons. Na primeira parte a posse não teve o número de remates que queremos. Melhorámos na segunda. Gostei da reação depois de sofrermos. Controlámos o jogo, tivemos personalidade. Tivemos cinco remates enquadrados. Não tivemos essa reação com Eslovénia e Croácia. A equipa cresceu e isso é importante.

- Situação de Pepe, é uma opção para jogar com apenas três centrais?

- Pode jogar em estruturas táticas diferentes. É um defesa nato. Gosta de defender e comunicar, pode jogar numa linha de três ou quatro.

- Arda Guler tornou-se no mais jovem a marcar num Euro e tirou o recorde a Ronaldo. Dá motivação adicional?

- Quem gosta de futebol celebra momentos desta natureza. Sabemos que é um talento excecional. Tem um pé esquerdo fenomenal. A Turquia é uma equipa eficiente, dão espaço aos novos jogadores. Amanhã queremos é vencer pelos nossos adeptos e Portugal.

- Vitória dá apuramento, derrota complica, sabendo que o segundo vai defrontar um primeiro classificado:

- O segundo jogo é o segundo jogo. É para seguir o caminho, crescer. Queremos jogar bem. Depois é a consequência. O foco é dar tudo nos três jogos e depois é avaliar. A Turquia tem três pontos e nós também. São duas equipas que vão tentar ganhar.

- É preciso colocar um jogador mais perto de Ronaldo na frente para o ajudar?

- Teve três remates enquadrados. Foi o avançado com mais remates enquadrados, disciplinado, trabalhou muito. É um jogador de área, abre espaços. No golo do Chico, o espaço abre-se porque o Cristiano está na área. O importante é chegar à área. Não somos uma equipa de jogo direto. Queremos chegar ao último terço com seis ou sete jogadores. Não é o nosso estilo jogar direto. Não precisamos de um jogador perto do Cristiano, mas sim de seis ou sete.

- Diogo Jota contou algumas das críticas negativas e uma delas foi a falta de convicção a entrar na área na primeira parte frente à Chéquia:

- O importante é rever e avaliar todos os desempenhos. É importante ter clareza. Fica para nós. O importante é a atitude, os jogadores têm autocrítica. Não são criticas negativas. Nota-se que podemos melhorar. Os três treinos que tivemos foram positivos. Temos 26 jogadores aptos e mais preparados que antes do jogo com a Chéquia.

- As principais influências quando começou a carreira de treinador:

- O treinador que marcou a forma de ver o jogo foi Johan Cruyff. Mudou a forma de ver o jogo. Tive a oportunidade de ver outros treinadores, como a metodologia de John Benjamin Toshack, Fabio Capello, Pacho Maturana. Treinadores que trabalham bem os aspetos de uma equipa. A influência maior foi Johan Cruyff.

- Ronaldo é considerado uma lenda, para muitos o melhor de sempre. Na idade dele, utilizá-lo nos 90 minutos em todos os jogos do torneio é eficaz?

- Quantos jogos fez Cristiano na época passada? Não há outro jogador que tenha estado em seis Europeus. Traz experiência, oportunidade de golo e de abrir espaços. Se for para analisar os dados, é ver o que fez. Está na Seleção porque merece. Consegue jogar de quatro em quatro dias.

- Rafael Leão disse que jogo com a Turquia podia ser mais fácil tendo em conta as características do jogo:

- Não há jogos fáceis, mas será um jogo diferente. A Chéquia não tentou jogar da maneira como jogou, mas acontece. As equipas são competitivas, o nível de verticalidade... Precisamos de estar preparados, a Turquia tem talento, uma boa estrutura defensiva. São uma equipa equilibrada. A Chéquia teve um remate enquadrado e fez um golo. A reação foi boa e estamos preparados para mais um jogo. Não posso dizer que vá ser em jogo mais fácil, não há jogos fáceis no Euro.