Rafael Leão: «Somos muito fortes dentro e fora de campo»

Extremo português não escondeu a ambição para o jogo com a Turquia: conquistar (mais) três pontos; em conferência de imprensa abordou prestação individual e diz-se pronto para ser titular indiscutível

- Olhando para os seus números no Milan têm 47 jogos, 15 golos e 13 assistências, enquanto na Seleção tem apenas quatro golos. Esta prova pode ser uma grande montra para a Europa?

- Sim, claro. Mentalmente preparei-me porque o Europeu sempre foi um objetivo, um sonho, estar a competir com a camisola da Seleção é um orgulho. Não tanto individualmente, mas coletivamente estou a desfrutar com grandes jogadores e com o selecionador, quero fazer uma grande campanha individual e coletivamente.

- O que lhe disse Roberto Martínez sobre a sua exibiçºao contra a Chéquia? Conta ser titular amanhã?

- Acho que fiz uma boa primeira parte diante da Chéquia, tentei criar oportunidades, tive mais bola. Na segunda parte não consegui ter tanta bola. No geral fiquei contente, claro que na segunda parte queria ter ficado mais tempo a ajudar a equipa, mas os meus companheiros que entraram levaram energia e fiquei muito contente. Se vou ser titular não sei mas estou preparado para ser titular ou para entrar, temos jovens com muita qualidade, o Neto, o Chico e ou o Jota dão conta do recado, temos uma Seleção muito forte.

- Acredita que tendo em conta as suas capacidades e forma física pode ser titular indiscutível?

- Sim, tal como os meus colegas. Temos grandes jogadores, claro que quero ser titular e ajudar a equipa. Sempre que entro em campo tento mostrar por que sou titular e o que tenho mostrado no meu clube é o que tenho mostrado na seleção.

- De que forma estão a olhar para o jogo de amanha? Decisivo porque garante apuramento para os oitavos de final ou importante?

- É um jogo importante, contra uma seleção com qualidade. São perigosos, não podemos dar muito espaço e individualmente podem fazer a diferença. Estudámos bem o que mister pediu para fazermos amanhã e acho que vai ser totalmente diferente do jogo contra a Chéquia, mas vamos entrar para ganhar.

- O jogo com a Turquia poderá ser mais fácil por permitir à Seleção portuguesa ter mais espaços?

- Para nós, extremos, sim. Vai ser um bom jogo, com espaço e podemos mostrar a nossa força no ataque, o conceito que o mister nos tem transmitido. Vai ser um jogo mais bonito e mais ao estilo da seleção portuguesa.

- Analisaram bem a Turquia, quem pensa que são os jogadores que vão colocar mais dificuldades a Portugal?

- O Hakan [Çalhanoglu], joguei com ele no Milan e tem muita qualidade, remata bem e é perigoso, também o Guler, que joga no Real Madrid, e que com a idade que tem já consegue fazer a diferença, e também o Yılmaz, é um jogador muito rápido, julgo que são os que fazem a diferença.

- Amanhã vão estar no estádio 62 mil adeptos, sendo que a maioria serão da Turquia. Como vão lidar com esta adversidade?

- Sabemos que será um ambiente difícil. Há muitos turcos na Alemanha, mas certamente teremos o apoio dos portugueses. Contamos com o apoio de todos os portugueses na Alemanha.

- Do que se pode ver nos treinos Portugal é uma equipa que se diverte muito. É verdade?

- O ambiente sempre foi bom. Entre os jovens e os mais velhos há muita conexão e isso transfere-se para o jogo. Acho que isso faz toda a diferença e considero que somos muito fortes dentro e fora de campo.

- Tem 25 anos, há muitos jovens fenómenos neste Europeu, pensa que já é tarde para demonstrar o seu valor?

- Não [risos]. Olho para mim, para a nossa Seleção e naquilo que acredito e no que o mister me diz para fazer. Tenho de me focar em mim e na minha seleção e, se fizer isso, sei que vou conseguir ajudar a seleção e que as minhas exibições vêm ao de cima.

- Portugal está preparado para jogar com sítio repleto de adeptos turcos?

- A Chéquia também tinha muitos adeptos e, mesmo assim, conseguimos dar a volta. Acho que isso não será um problema amanhã porque estamos mentalmente preparados. Estamos focados porque sabemos que será um jogo decisivo.