Os erros de António, a fífia de Danilo e um braseiro… suave (destaques de Portugal)
Francisco Conceição espalhou algumas brasinhas... (Imago)

Geórgia-Portugal, 2-0 Os erros de António, a fífia de Danilo e um braseiro… suave (destaques de Portugal)

SELEÇÃO26.06.202422:06

Muitas falhas individuais, mas também coletivas, nos dois lances que resultaram nos golos georgianos. Félix e Conceição ainda encarnaram a alma do talento lusitano, mas sem resultados reais. Conclusão: plano B falhou

Melhor de Portugal: Francisco Conceição (6)

Os georgianos não gostam de espalha-brasas, pelos vistos, tantas vezes massacraram o jovem extremo com faltas na primeira parte. A par de Félix, houve nele parte daquela alma lusitana que quer jogar bonito, com talento e imprevisibilidade. Como é costume nele. O remate forte e cruzado que protagonizou aos 28’ deu sensação de golo, mas acertou na malha lateral. Depois, tentou agitar as águas na segunda parte (quase sempre foi ele a fazê-lo), mas a muralha georgiana estava indestrutível na noite de ontem. Mesmo assim, nunca desistiu e ficou a centímetros do golo ao cair do pano (90+3’).

Diogo Costa (5) — Ainda mal se instalara entre os postes e, ao fim de um minuto e 36 segundos, já estava a sofrer um golo, de novo ingrato e frustrante, pois voltou a… não ter qualquer trabalho até ao intervalo. Bem posicionado num remate de Kvaratshkelia, aos 50’ – saiu fraco, diga-se… Nova frustração ao sofrer o segundo, de penálti, que quase travou.

António Silva (3) — Erro tremendo logo ao minuto 2 e… golo da Geórgia. O que lhe passou pela cabeça para fazer aquele passe para Kvaratskhelia, que, munido de alta velocidade, concluiria o lance com sucesso, fazendo o 1-0. Pediu desculpa aos companheiros, mas voltou a falhar um alívio, num lance em que, num segundo momento, cometeu grande penalidade e... 0-2. Saiu aos 66’, sem glória.

Danilo Pereira (4) — O patrão também tem momentos em que falha, como se viu num fífia aos 53’ que deixou a defesa portuguesa sobre brasas, numa pilha de nervos, num lance que culminou no penálti do 0-2.

Gonçalo Inácio (5) — Cumpriu na posição mais à esquerda do trio de centrais, terminando o encontro como o melhor do setor, apesar de algumas hesitações em lances de alta velocidade atacante da Geórgia.

Diogo Dalot (5) — Tentou de cabeça (18’), mas saiu fraco. Realizar exibição satisfatória e, aos 90+3’, quase marcava, mas Mamardashvili fez grande defesa.

João Palhinha (6) — Que máquina trituradora no meio-campo. Atirou enquadrado aos 23’, mas Mamardashvili estava atento. Tentou de novo, aos 43’, em jeito, mas ligeiramente ao lado. Não foi perfeito – longe disso – o entendimento com João Neves no miolo e apesar da exibição intensa e sem erros, saiu ao intervalo.

João Neves (5) — Apesar de sempre em movimento, qual formiguinha trabalhadora do meio-campo, sentiu dificuldades na construção e disso se ressentiu Portugal. Podia ter atirado a bola para longe, apagando os fogos criados na área no lance que resultou na grande penalidade do 0-2, mas quis controlar e deixou os companheiros em perigo. Saiu a 15’ do fim.

Pedro Neto (4) — Muito apagado na função de ala direito, com a missão de se ocupar de todo o corredor, sobretudo a defender, mas também a atacar, função em que praticamente não se viu. Após exibição pouco conseguida, saiu aos 75’.

Cristiano Ronaldo (5) — Incrível disparo de livre, aos 17’, a trazer à memória a sua especialidade de outros tempos, o famoso tomahawk – Mamardashvili travou-se com defesa atenta. Viu amarelo (28’) por veementes protestos, num lance em que tinha a razão do seu lado: foi mesmo agarrado dentro da área. A prestação mais fraca do capitão neste Europeu: saiu aos 66’

João Félix (5) — Que pancada violenta aos 12’. Muito ativo, ora no meio, ora na esquerda, atacou todos os lances como se fossem o último, numa clara demonstração de que quer provar que está no Euro como parte importante da Seleção. E provou-o, se é que alguém tinha grandes dúvidas. Foi a alma da equipa em campo a partir dos 15’ de jogo. E quase fez o 1-1, aos 45+1, num belíssimo remate, mas Mamardashvili travou-o.

Rúben Neves (4) — Tal como contra a Turquia, substituiu Palhinha ao intervalo, mas, ao contrário do que sucedeu com os turcos, não se destacou, nem foi decisivo, revelando algumas falhas de marcação, perante os velocistas georgianos.

Gonçalo Ramos (5) — Estreou-se neste Euro 2024, entrando aos 66’ e trazendo frescura e  vitalidade ao ataque português, embora sem qualquer sucesso digno de nota. E o perto que esteve, falhando por centímetros o desvio para 1-2 (90+3’)

Nélson Semedo (5) — Entrou aos 66’, para ajudar na pressão atacante, mas esbarrou viu-se, diversas vezes, perante situações sem solução, tantos eram os adversários que surgiam ao caminho ou tapavam linhas.

Diogo Jota (4) — Quarto de hora em campo, sem lances relevantes.

Matheus Nunes (4) — Estreia em Europeus. Lançado em campo aos 75’, quando o domínio português era quase total, mas sem resultados. Pouco acrescentou.