23 março 2025, 21:53
Trincão bisa e Portugal está na frente da eliminatória (vídeo)
Extremo salvou Portugal antes dos 90' e demorou 48 segundos do prolongamento a assinar o 4-2
Sentido de pertença é o espaço de opinião quinzenal de André Coelho Lima, Jurista, empresário e associado do Vitória Sport Clube
1 — A Seleção Nacional apurou-se neste último domingo para a final four da Liga das Nações. Sabendo-se que as demais seleções apuradas são a Alemanha (4 vezes campeã do Mundo e 3 vezes campeã da Europa), a França (2 vezes campeã do Mundo e 2 vezes campeã da Europa) e a Espanha (1 vez campeã do Mundo e 2 vezes campeã da Europa), diríamos que Portugal está finalmente no nível de elite que achámos ser o seu. E efetivamente está, essa apreciação é objetiva.
E nestas coisas do futebol, já aprendemos o suficiente para saber que a objetividade supera sempre a subjetividade. A subjetividade, contudo, não pode ser ignorada, e essa leva-nos à análise do que se passou em campo na eliminatória contra a Dinamarca. Acabámos por vencer 5-2, mas a verdade é que no final dos 180 minutos estávamos empatados. Mais uma vez, a objetividade recorda-nos que acabámos por vencer de forma categórica quando a França e a Espanha se apuraram apenas nos penáltis, mas penso que não custa reconhecer que o futebol produzido pela Seleção Nacional esteve muito aquém do que todos sabemos poder ser aquela equipa capaz. Vem isto também a propósito da estratégia de base que, em minha opinião, deve presidir à estratégia de formação do jogador português. E em duas dimensões complementares, uma mais relativa à Seleção Nacional propriamente dita, e a outra mais relativa à formação.
23 março 2025, 21:53
Extremo salvou Portugal antes dos 90' e demorou 48 segundos do prolongamento a assinar o 4-2
2 — Na dimensão relativa à estratégia em torno Seleção Nacional, não surpreendentemente alinho pelo diapasão que vi publicado este domingo por José João Torrinha, n’O JOGO. Ele recordava como há uns anos era dada a possibilidade de vários atletas que integram o lote dos, digamos, 40 selecionáveis, poderem ser convocados com maior frequência. Seja em amigáveis, seja em jogos oficiais com adversários de menor expressão, era permitido a mais jogadores poderem integrar convocatórias, ser valorizados, pressionar as primeiras opções.
Desde que a Seleção Nacional adotou o registo de clube, são invariavelmente convocados sempre os mesmos, afunilando opções e tornando aquele lugar inacessível. Ainda este domingo pudemos ver o jogo a ser resolvido por um atleta, Francisco Trincão, que raramente tem feito parte das opções do selecionador nacional (tem apenas 10 internacionalizações); no entanto, ainda que não tão entrosado no clube Portugal, foi ele que resolveu o jogo e nos colocou na final four.É evidente que o futebol pós-Bosman mudou imenso o figurino e a contratação em massa de jogadores portugueses pelos principais emblemas do Mundo faz com que seja cada vez mais difícil aos clubes portugueses terem jogadores na Seleção Nacional.
23 março 2025, 22:55
Tudo começou com CR7 a falhar num dos piores penáltis da carreira e a redimir-se depois. Erro incrível de Rúben Dias quase deitou tudo a perder. Do banco saltou a salvação
Mas pegando no meu clube, podemos ver que o Vitória tem, ao longo da sua História, 32 atletas que foram internacionais A por Portugal enquanto jogadores do Vitória. O número é de facto impressionante. Desde 1966(a primeira internacionalização de um jogador do Vitória foi de Mendes pé de canhão) até à recente chamada de Jota Silva, é com orgulho que este clube tem fornecido muitos quadros para a equipa de todos nós. E este hábito devia ser não apenas mantido como impulsionado; é por exemplo para mim incompreensível como Ricardo Velho (Farense) foi chamado apenas por uma vez à Seleção Nacional.
3 — Na dimensão relativa à formação, entendo desenvolver essa ideia num outro artigo, que lhe seja especialmente dedicado. Porque é assunto que merece uma abordagem mais científica. Mas posso adiantar que, sumariamente, defendo uma alteração regulamentar que imponha que aos clubes a partir de determinado escalão (ex.: Campeonato de Portugal) apenas seja possível utilizar jogadores da sua formação. O futebol português precisa muito de incentivar a dimensão clube-cidade, a vertente de envolvimento comunitário aos clubes das diferentes terras, como sendo delas representativos, promover o sentido de pertença com que batizei este espaço e que, numa frase, descreve esse sentimento.
É importante envolver as famílias, os amigos, voltar às origens do futebol de bairro, que deslocava as pessoas para verem os seus. O jogador português tem uma qualidade que permite que isto se possa fazer sem qualquer receio de perda de qualidade ou competitividade. A desenvolver.
4 — Uma última palavra para manifestar a minha satisfação pela eleição de Fernando Gomes para a presidência do Comité Olímpico de Portugal. Como tive oportunidade de aqui escrever, aquando da sua saída da FPF «é absolutamente inequívoco que Fernando Gomes mudou em absoluto a face e a imagem do futebol português e a própria imagem da Federação. A FPF está ao nível das melhores do Mundo e isso deve-se sobretudo ao trabalho tão discreto quão eficiente que Fernando Gomes soube desenvolver». Aquilo que todos esperámos é que saiba trazer a sua determinação e a sua competência para a coordenação das demais modalidades desportivas, promovendo o ecletismo e potenciando a organização e estruturação que é tão necessária no programa olímpico nacional. As minhas felicitações a Fernando Gomes, acompanhadas de uma enorme dimensão de expectativa.
19 março 2025, 19:31
Lista do antigo presidente da FPF teve 57% dos votos e sucedeu ao falecido José Manuel Constantino na liderança do olimpismo português