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Opinião O Cristiano que queremos e o Trincão-solução

OPINIÃO24.03.202509:30

Sem ligar a 'sinais sobrenaturais' Portugal cumpriu, embora com dificuldade, o objetivo. Com um capitão que foi líder e um jogador em estado de absoluta graça na presente temporada

O nono penálti falhado por CR7 ao serviço da Seleção Nacional (em 31 tentativas), logo a abrir o jogo, podia ter sido entendido como um sinal de que não se preparava uma boa noite para Portugal. Felizmente os futebolistas, embora ainda envoltos num ambiente algo supersticioso, são cada vez mais imunes a sinais sobrenaturais e fizeram pela vida. Não o fizeram sempre da melhor forma e tiveram engulhos pelo caminho, sobretudo um engulho chamado Dinamarca, seleção muito interessante, recheada de valores de top europeu e com a boa e velha mentalidade nórdica de nunca dar as coisas por entregues.

O capitão português não só falhou o penálti a abrir como, mais tarde, perdeu para Schmeichel-filho mais dois lances pouco habituais. Mas também lhe marcou. Além disso, Cristiano prolongou em campo a boa exibição que começara na sala de imprensa de Alvalade, na véspera da partida. Foi o líder de que a equipa precisava, solidário e sempre incentivador, quer para os companheiros quer para o próprio público. Foi substituído quando o jogo ia para as calendas, não fez má cara e ficou no banco sempre a motivar, visivelmente contente com o sucesso que constituiu a entrada de Francisco Trincão em campo. Nos últimos minutos do prolongamento percebeu-se-lhe a ânsia de respirar fundo e festejar o apuramento, como naquela famosa noite de Paris (claro que com outra intensidade).

Quanto a Francisco Trincão há poucas novidades: está a passar um momento soberbo, é o jogador mais utilizado pelo Sporting no campeonato e há muito reclamava mais minutos de quinas ao peito. Não teve muitos, é um facto, mas teve os decisivos e foi decisivo, marcando o golo redentor que nos levou a prolongamento, o golo que nos colocou pela primeira vez em vantagem na eliminatória e construindo a base do golo do descanso.

No final, disse que foi ele como poderia ter sido outro. Trincão será sempre jogador de Seleção. Não ganhou salvo-conduto para a titularidade, mas já mostrou que também sabe ser suplente, o que às vezes tem importância extrema nos grupos de elite.