ENTREVISTA A BOLA Tomané: «Dar resposta positiva com o Benfica»
Avançado transmite esperança na manutenção do Farense, apesar da posição difícil na tabela. Promete luta até ao fim (já na Luz) e quer fazer tudo para inverter resultados negativos no São Luís
Em penúltimo lugar, a seis pontos de Aves SAD, Estrela da Amadora e Gil Vicente, a margem de erro é reduzida para o Farense nas oito jornadas que restam. Apesar da conjetura complicada, Tomané acredita na manutenção.
— O que tem faltado para estarem em situação mais confortável?
— Ganhar e amealhar pontos, essencialmente em casa. Mas também não temos tido sorte nalgumas decisões que nos têm prejudicado, essa é a realidade, mas só temos de nos queixar de nós próprios.
— O que terá de ser feito para ser obtida a manutenção?
— Temos de continuar a trabalhar, a tentar, a corrigir o que não tem corrido tão bem e mudar os resultados em casa. Depois do Benfica temos jogos importantes no São Luís, nos quais temos de dar resposta diferente. Acredito que, trabalhando como estamos a fazê-lo, os resultados vão aparecer. Sabemos que não dependemos só de nós, no entanto, acredito que vamos assegurar a manutenção.
— Apesar de tudo, no balneário o sentimento de crença na manutenção ainda está bem presente?
— O balneário e a equipa têm de ter sempre esse sentimento enquanto houver pontos para disputar e a possibilidade de nos mantermos. É essa a mensagem, vamos ter de lutar até ao fim, é isso que este clube exige, e depois, no final, fazemos as contas.
— O São Luís é a fortaleza do Farense. Que justificação encontra para tantos pontos perdidos em casa?
— O São Luís e os nossos adeptos são importantíssimos e temos de os aproveitar para somar pontos. Mas também não temos tido sorte em algumas decisões nos últimos jogos: com o Gil Vicente, no golo anulado, e no penalti que foi assinalado contra nós, no último minuto, com o Aves SAD. Se calhar também há algum nervosismo em jogar no São Luís, não sei, não há nenhuma explicação. Para quem quer manter-se na Liga o fator casa é muito importante e nós não o temos conseguido aproveitar.
— Nos jogos fora, a equipa tem-se mostrado mais desinibida e, com Tozé Marreco como treinador, só perdeu dois jogos: em Braga e com o Sporting, em Alvalade...
— Temos sido uma equipa diferente e pontuado. Não sei se é por jogarmos fora, por não termos essa pressão de ter de assumir o jogo.
— Nas finais que faltam ao Farense, duas jogam-se fora, frente a adversários diretos: Estrela da Amadora e Gil Vicente. Atendendo aos bons resultados como visitantes, aumenta a crença nessa batalha pela permanência?
— Sabemos da importância desses jogos. Preferíamos que fossem em casa, independentemente de termos melhores resultados fora. Vamos tentar dar a melhor resposta possível, não são estes dois jogos que vão decidir, porque muito vai ser decidido nos jogos em casa. Este jogo com o Benfica também é importante e vamos tentar dar resposta positiva. Todos os jogos são finais e as finais, mais do que as jogar — que foi aquilo que fizemos na 1.ª parte com o SC Braga —, temos de as ganhar. A equipa está focada nisso, em trabalhar bem, e sabe que tem de ganhar e esperar que as outras equipas não pontuem, para assim só ficar a depender de si própria.
Depois de cinco temporadas na Sérvia (Estrela Vermelha), Turquia (Samsunspor) e Chipre (Apoel, onde se sagrou campeão), Tomané regressou ao futebol português, mas até tinha convites para continuar a jogar noutros campeonatos: «Tinha propostas para continuar no estrangeiro, era essa a prioridade, mas por motivos pessoais e por algumas coisas que aconteceram, tomei essa decisão de regressar este ano e de jogar esta época em Portugal. E depois de tomar essa decisão, o Farense foi o que mais rápido resolveu as coisas, o que mais me quis. Pelo projeto e pela boa época que fez na época anterior achei que era a melhor opção e rapidamente chegamos a acordo.»
Vê «menos competitividade» em Portugal
-Encontrou muitas diferenças no futebol português desde que em 2019 trocou o Tondela pelo Estrela Vermelha?
— Noto algumas diferenças na qualidade do futebol praticado e penso que, atualmente, há menos competitividade do que há cinco anos e isso vê-se logo pelos chamados grandes do nosso futebol, que quando saí do País tinham equipas muito fortes, eram muito competitivos, e neste momento não vejo isso da mesma forma.
— Até ao momento, tem quatro golos marcados (três na Liga e um na Taça de Portugal), mais um do que marcou na totalidade da época anterior no Apoel (Chipre), apesar da lesão que teve no início da época e que o afastou dos relvados durante três meses. A nível individual, que balanço faz desta temporada?
— Na minha opinião, quando a equipa está na posição em que está, o balanço individual não pode ser positivo. Quem me conhece sabe que sou um jogador de equipa, sempre fui, fiz a minha carreira dessa forma e vai continuar a ser assim. Independentemente de marcar muitos golos ou não, o que me interessa é o coletivo, e aquilo que está a acontecer é que neste momento a equipa não está bem na classificação. Obviamente que a lesão que tive e que me deixou de fora durante três meses não foi boa para mim, e foi um momento difícil. Aquilo que quero é tentar ajudar a equipa ao máximo, se for com golos ainda melhor, e sem lesões até ao final da temporada. Mas o que interessa é a equipa vencer.