Sérgio Vieira: «O resultado acaba por ser justo»
Treinador do Estrela mostrou-se conformado em relação ao jogo, mas gostou da exibição da equipa na primeira parte
Após a derrota por 1-4 frente ao Benfica, na Reboleira, Sérgio Vieira considerou que a sua equipa fez um bom jogo frente a um «adversário gigante», considerou o resultado justo e confessou que espera reforços até ao fecho do mercado. Leia abaixo tudo o que disse Sérgio Vieira na conferência de imprensa.
— Considera que o resultado é justo, ou pode ser demasiado volumoso para o que se passou? O ponto decisivo foram os dois golos?
— Acredito que, pelas circunstâncias da partida até aos últimos segundos do jogo, o resultado acaba por ser justo. Talvez por números exagerados pelo que fizemos, mas as circunstâncias permitiram que o Benfica avolumasse o resultado. O momento decisivo é, perante uma primeira parte nossa muito boa, termos sofrido aqueles dois golos, foi algo que marcou o restante desenrolar da partida. Infelizmente para nós, acabámos por não conseguir manter a vantagem e levar pontos, que era o nosso objetivo.
— Impacto na equipa depois de ter estado a ganhar, sexto jogo sem ganhar...
— Essa lógica não entra para nós, para quem é do futebol, área técnica… essas lógicas pouco redutoras em relação à posição da tabela, sequência de vitórias e derrotas… o nosso foco é o que fizemos muito bem na primeira parte contra um adversário gigante. Sabemos a caminhada que tivemos até à segunda liga, há um ano e pouco este estádio nem regulamentado estava para receber competições. O esforço que fizemos a jogar fora de casa, e a história que estamos a fazer a lutar por um lugar digno, no mínimo a permanência… as dificuldades são grandes. Não estamos blindados por essas lógicas externas ao nosso dia-a-dia. As pessoas que sofrem connosco diariamente sabem. Algumas pessoas que vieram cá só hoje não sabem, alguns de vocês não nos acompanham nem estão aqui nos outros jogos, e isso para mim tem impacto zero, esse tipo de lógica. Vamos jogo a jogo e tentar já os três pontos contra o Estoril. Mais importante neste jogo foi o Rodrigo Pinho acumular mais minutos, espero que o Léo tenha saído só com cansaço e não com uma lesão, o Mansur também… para mim o mais importante é isso. As contas do campeonato fazem-se no fim.
— Neste mercado, apenas dois reforços, e uma saída de peso. Até ao final do mercado, é possível esperar mais algum reforço? Sente que o atual plantel dá garantias para fazer um campeonato tranquilo?
— Tranquilo nunca vai existir para nenhuma equipa, a competitividade é muito grande, a primeira parte hoje reflete isso. Os treinadores preparam-se muito bem e não vai ser tranquilo. Pressão, jogo a jogo, estamos preparados. Temos de nos apetrechar em algumas posições, mas em relação a quem possa sair, é algo normal, temos de aceitar, é a lei do mercado. O Ronald saiu para uma realidade maior, para o bem dele e do nosso clube em alguns aspetos, em termos desportivos ficámos a perder, mas temos de arranjar soluções, potencializar os que estão cá.
— Defesa com lesões, plantel escasso...
— Vai chegar um reforço de certeza, é um setor para o qual precisamos. As lesões levaram-nos dois jogadores, eram pilares, e vai ter de chegar alguém para que possamos ter mais estabilidade e dar continuidade ao que fizemos hoje na primeira parte. Quando há estabilidade, há boas exibições. Sem estabilidade, perdemos rigor.
— Será questão de tempo e regresso dos lesionados até que o Estrela possa voltar aos resultados que pretende?
— Sim, os três centrais que têm jogado já jogam há algum tempo juntos, estão a criar essa cumplicidade. Quando numa equipa que depende do coletivo não existe cumplicidade, a sinergia acaba por ser perder. Nesse sentido, o tempo poderá ser nosso amigo. Agora regressa o Hevertton, mas perdemos o Regis. Espero que não percamos mais nenhum. Aquilo que esperamos é que com as contratações e recuperação dos lesionados, que consigamos estabilizar e conquistar mais pontos como na primeira volta e garantir a permanência.