«Uff, que alívio, admito!»
Verstappen até já tem capacete alusivo ao 'tetra'

«Uff, que alívio, admito!»

Max Verstappen descomprime após o ‘tetra’ em que iguala Alain Prost e Sebastian Vettel. Neerlandês assume época difícil e atribui o sucesso à união na equipa Red Bull, e que apesar de tudo ainda reforçou a liderança

Max Verstappen admitiu sentir-se aliviado depois de ter garantido a conquista do quarto título mundial de Fórmula 1, no Grande Prémio de Las Vegas, e ter estado submetido a forte pressão a meio da temporada, quando os Red Bull perderam competitividade e os McLaren ganharam-na.

O piloto neerlandês tinha simplesmente de terminar à frente de Lando Norris na corrida norte-americana para garantir o tetracampeonato e conseguiu-o, cruzando a linha de meta em quinto, uma posição acima da do britânico, que foi sexto. Verstappen chegou a rodar em segundo, mas foi ultrapassado pelo Mercedes de Lewis Hamilton, segundo classificado atrás do companheiro de equipa George Russel, que converteu a pole em vitória, Max também foi superado pelos Ferrari, de Carlos Sainz (3.º) e Charles Leclerc (4.º), já nas últimas dez voltas.

Verstappen alcança Prost e Vettel em títulos de F1

Verstappen alcança o francês Alain Prost e o alemão Sebastian Vettel em títulos mundiais de F1, atrás apenas do argentino Juan Manuel Fangio e do alemão Michael Schumacher, que têm cinco, e do britânico Lewis Hamilton, que tem sete. Com quatro títulos consecutivos, o piloto de 27 anos, de nacionalidade neerlandesa e naturalidade belga – nasceu em Hasselt, capital da província do Limburgo, na Bélgica -, iguala Hamilton (de 2017 a 2020), Vettel (2010 a 2023) e Fangio (de 1954 a 1957) e fica a uma vitória no Mundial de Schumacher, que conseguiu cinco seguidas (entre 2000 e 2004).

O tetra de Verstappen culmina uma temporada de duas faces para o piloto da Red Bull. A primeira parte da época, em que o neerlandês rentabilizou quase na perfeição a superioridade do seu monolugar, conquistando sete vitórias nas primeiras dez corridas. Hegemonia sem contestação que indiciava um ano de fácil conquista.

Todavia, a McLaren teve uma evolução vertiginosa e a partir da primeira vitória de Lando Norris no GP de Miami (6.ª etapa da temporada) foi-se aproximando do líder, colocando-o efetivamente sob pressão após a pausa de verão. Em contraponto, a Red Bull começou a debater-se com problemas de estabilidade nos seus carros e o próprio Verstappen começou a exteriorizar dúvidas sobre se teria condições para manter a liderança do campeonato.

«Que alívio! Admito, tem sido uma temporada longa e complicada. Começámos de forma incrível, mas depois tivemos uma cruzada difícil», afirmou Verstappen logo após a conquista do tetra. A Red Bull, ainda que sem atingir o nível de competitividade da McLaren e vendo a Ferrari e a Mercedes também melhorarem substancialmente, não se conformou e teve ganhos fundamentais nos GP mais recentes. Contudo, a extraordinária vitória de Verstappen no GP de São Paulo, com a pista molhada, foi determinante para a retoma e consolidação do neerlandês no topo do Mundial.    

«Como equipa, mantivemo-nos juntos. Continuámos a trabalhar em melhorias e superámo-nos. Estou extremamente orgulhoso de todos, do que fizeram por mim. Ser tetracampeão é algo que nunca pensei que fosse possível», declarou Max.

«Foi uma época muito desafiante. Acho que também como pessoa, por vezes, é muito desafiante e tive de ser paciente. No ano passado tive um carro dominante, este ano, no início, não era tão dominante como as pessoas pensavam», referiu. «Mas também estou muito orgulhoso porque durante a maior parte da temporada, diria que 70%, não tivemos o carro mais rápido, mas mesmo assim ainda dilatámos a liderança», continuou.