Vítor Bruno na sala de imprensa: «Mais que chorar temos é de atacar o próximo objetivo»

Técnico não alimenta cenário de saída, assume a responsabilidade da derrota e eliminação da Taça de Portugal e aponta ao Anderlecht

- Terceira derrota consecutiva, o que não acontecia há 18 anos. Sente ter condições para continuar?

- Sinto-me da mesma forma que podia ter acontecido na Supertaça, que estávamos a perder 3-0 e virámos para 4-3. São números, uns jogam a favor, outros contra. Força total. Nunca me escondo, não sou de fugir a nada, olho as pessoas na cara, porque sou sério, sou muito honesto com aquilo que trabalho. Não tomo sempre boas decisões, acho que qualquer treinador acaba de passar por isso. Agora, muita força para continuar, porque sei aquilo que faço, de que forma é que faço, com total honestidade no trabalho. E temos que seguir, são ciclos. Ciclos que, obviamente, o FC Porto não pode, para mim, ter nesta fase. Temos que rapidamente apagar o treino da manhã, um objetivo caiu, mas quinta-feira temos outro.

- Foi um ambiente pós-jogo difícil. Vimos o Samu e outros jogadores a chorar. Consegue garantir uma reação diferente no jogo contra o Anderlecht?

- Eles não são imunes àquilo que aconteceu. Mas o ónus tem que cair em cima de mim. Eles não têm responsabilidade nenhuma, sou eu que os comando, sou eu que os lidero. Mais do que chorar agora, não adianta, é atacar aquilo que é o trabalho, e perceber que cada um faz também um exame crítico sobre onde é que pode crescer. Acho que ninguém, seja o mais experiente como o Marcano, que tem 37 anos, ou alguém como o Mora, que tem 17 aninhos, tem a capacidade, neste momento, de saber tudo de futebol, é ter essa aceitação, receber a mensagem, produzir a aprendizagem e crescer com os erros. A fase não é a melhor.

- Depois do segundo golo arriscou mais, mas o FC Porto teve muita dificuldade para concretizar esse plano B…

 - Acho que a equipa, na primeira parte, e fazendo um resumo rápido do jogo, a equipa entrou bem, teve uma boa primeira parte, uma primeira parte forte, dominadora, controladora, em que se pôs na frente do marcador. Depois, numa aproximação inofensiva, acaba por sofrer um golo. Na segunda parte também tivemos uma outra abordagem, oportunidades para poder fazer golo, sofremos depois ali outro num lance duvidoso, não sei se é ou se não é, nem quero entrar por aí. Agora aquilo que está a dizer é verdade. Depois de nos apanharmos em desvantagem, tivemos dificuldade, sentimos a equipa com alguma angústia, com alguma ansiedade, alguma intranquilidade, fruto também do momento, como disse, os jogadores são humanos e sentem também o momento. Não tínhamos também todas as armas que podíamos, tivemos que injetar depois o Nico também em cima da última linha, tentar também com o Néhuén, é verdade que não nos alimentámos da melhor maneira, é procurar, naquela jornada de quinta-feira, treinar muito, trabalhar muito, perceber o que temos de fazer e procurar passar esta fase.