FC Porto: Francisco Moura na senda de Alex Telles e Layún

A caminho da dezena. Assim está Francisco Moura no que a assistências diz respeito. Pese embora a época altamente irregular que o FC Porto está a fazer, o canhoto já contabiliza 9 assistências (e dois golos) em 34 jogos, registo que o coloca no pódio de laterais-esquerdos com mais passes certeiros na história recente dos dragões.

O melhor elogio que se pode fazer ao desempenho ofensivo do camisola 74 é que, neste capítulo, já deixou para trás nomes fortes que passaram pelo FC Porto, como Alex Sandro, César Peixoto ou Álvaro Pereira, que também se destacaram na hora de servir os companheiros.

As 9 ofertas feitas por Francisco Moura (em todas as competições) posicionam-no apenas atrás de Alex Telles – brasileiro que brilhou com 10 assistências em 2016/2017, 18 em 2017/2018, 13 em 2018/2019 e 11 em 2019/2020 – e de Miguel Layún – mexicano que se destacou na época 2015/2016, com 19 (!) passes para golo -, entrando num lote restrito de laterais que potenciam o jogo ofensivo pelo flanco esquerdo. E a estes números há ainda a acrescentar um outro dado: Moura não tem por hábito cobrar as bolas paradas, algo que lhe reduz as possibilidades de ser ainda mais eficaz no referido particular.

A BOLA esteve à conversa com Rui Pedro Silva, técnico que orientou o esquerdino no Famalicão, na época 2022/2023, e os elogios foram uma constante.

«Não me surpreende. Tem uma enorme disponibilidade física, o que lhe permitir repetir bastantes ações. Começou a carreira já com uma enorme propensão ofensiva e chega com facilidade a zonas de decisão. Sempre foi forte no último terço e a isso junta o facto de ter melhorado muito ao nível do processo defensivo. Jogando numa equipa como o FC Porto, que é muito dominadora e com jogadores com enorme capacidade de decisão em espaços curtos, encaixou muito bem e os números estão à vista», analisa o antigo adjunto de Nuno Espírito Santo no FC Porto (2016/2017), treinador que, de resto, também acompanha, agora, nos ingleses do Nottingham Forest.

E ainda na ótica de Rui Pedro Silva, Francisco Moura pode chegar ainda mais longe: «Tem todas as condições para continuar a melhorar os seus registos individuais. Além disso, o facto de conseguir esses números sem bater bolas paradas, como aconteceu várias vezes com o Alex Telles e com o Miguel Layún, também só eleva mais os méritos do Francisco.»

O lateral-esquerdo português será uma das armas dos dragões no ataque à baliza do Famalicão, em mais um duelo especial para Francisco Moura, que vai reencontrar a sua antiga equipa, que recebeu 5 milhões de euros pelo seu passe no último mercado de verão