A hipersensibilidade dos benfiquistas
Pelos vistos, há lutas pelo poder e lutas contra o poder que justificam a provocação e o desejo da derrota
Não se pense nas hostes benfiquistas que é tranquilizadora a vitória do Benfica sobre o FC Porto, a mais expressiva em muitos anos e importante tão-só por ter sido sobre um adversário que nas últimas décadas tem festejado amiúde no Estádio da Luz. Vide o jogo anterior, contra o Bayern, para a Liga dos Campeões. Uma derrota que não era improvável contra um colosso europeu, que não foi por goleada ou massacrante submissão, nada disso. Tão-só uma exibição má – ok, bastante má… -, sem que tivesse sido, como antigas glórias do Glorioso apelidaram, desrespeitosa da história do clube.
Apenas uma derrota, digamos aceitável, e uma péssima exibição. Seguida de uma resposta positiva. Talvez surpreendentemente positiva, considerando o oponente e o historial caseiro deste clássico.
Então, qual o motivo para a hipersensibilidade ao desaire da equipa de futebol do Benfica? Simples. O tirocínio (para não se dizer contestação por algumas fações relevantes da massa adepta e associativa) a que está submetida a gestão de Rui Costa – e da qual dificilmente se livrará até ao final do mandato, mesmo que a equipa conquiste a Liga, tal é a conotação que lhe imputam ao vieirismo -, que coloca a equipa em permanente fio da navalha, incluindo o seu recente treinador, Bruno Lage, que não escapa a precária estabilidade. Criada pelos próprios benfiquistas.
Pelos vistos, há lutas pelo poder e lutas contra o poder que justificam a provocação e o desejo da derrota. Mas nunca um clube, ou nada nunca, são ou serão grandes quando os seus são pequenos.
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