Schjelderup gerido para brilhar no Benfica

Clube da Luz sempre acreditou no norueguês e foi resistindo a sondagens para empréstimo; extremo agarrou oportunidade e festejou com imagem de marca

Schjelderup foi a novidade e a boa surpresa na equipa do Benfica na meia-final e na final da Taça da Liga. O extremo norueguês que o Benfica contratou há dois anos, na altura com 18 anos e visto como uma grande promessa do futebol europeu, apesar de jogar pelo Nordsjaelland no campeonato da Dinamarca, foi titular nos dois desafios da competição, jogou muito bem e marcou mesmo um (grande) golo no duelo decisivo com o Sporting. Justificou a aposta que relegou para o banco de suplentes o turco Akturkoglu, segundo melhor marcador dos encarnados, e parece muito forte a possibilidade de ter agarrado o lugar e de entrar novamente no onze para o jogo de amanhã, em casa do Farense, nos oitavos de final da Taça de Portugal.

Até à meia-final com o SC Braga, Schjelderup era apenas o 23.º mais utilizado do plantel — voltou ao clube esta época depois de uma cedência bem sucedida ao Nordsjaelland, durante a qual até o consideraram o Messi do campeonato dinamarquês. Porém, apesar do desconforto com a pouca utilização, o extremo mostrou sempre compromisso e deixou claro nos treinos que se trata de um jogador diferenciado. E Bruno Lage foi gerindo o plantel e o extremo para o ter quando precisasse dele.

Na reabertura do mercado, este mês, o Benfica foi sondado por alguns clubes para um empréstimo do jogador. Os neerlandeses do Ajax foram um dos emblemas que olharam para a possibilidade, e que já no verão passado tentaram a contratação. Mas a SAD das águias tem recusado emprestar Schjelderup, pelo qual pagou €14,030 milhões. Percebe-se agora melhor a razão.

Schjelderup festejou o golo ao Sporting de forma curiosa. Tapou os ouvidos, depois os olhos e a boca, numa alusão à fábula dos três macacos sábios, de origem japonesa: Kikazaru que não ouve o mal, Mizaro que não vê o mal e Iwazaru que não fala o mal. Um festejo que surpreendeu até quem o acompanhava na Dinamarca e que promete tornar-se imagem de marca. «Sinto que o lancei no momento certo», disse Bruno Lage, sobre Schjelderup.