Imaginem o Real Madrid sem Rodrygo, Militão, Bellingham e Valverde ou Modric. Imaginem o Manchester City sem De Bruyne, Rúben Dias, Kyle Walker e Rodri ou Gundogan. Aqui, nem precisam de imaginar. Aconteceu mesmo e deu no que deu.
As lesões no Sporting parecem um dominó: lesiona-se St. Juste, lesiona-se Kovacevic, lesiona-se Nuno Santos, lesionam-se Hjulmand, Quaresma, Matheus Reis e Gonçalo Inácio (St. Juste continua lesionado), lesionam-se Diomande e Edwards, lesionam-se Nuno Santos, Pedro Gonçalves e Daniel Bragança (St. Juste continua lesionado), lesiona-se Morita, lesiona-se Matheus Reis, volta a lesionar-se Pedro Gonçalves (St. Juste não volta a lesionar-se), adoece Israel, volta a lesionar-se Gonçalo Inácio, St. Juste tem gripe, mas não se lesiona, volta a lesionar-se Quaresma, voltam a lesionar-se Matheus Reis e Morita. A sorte leonina é que, nesta sequência de lesões, que parecem encaixar uma das outras como peças de dominó, Gyokeres mantém-se de pé.
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Que seria do Sporting sem Gyokeres? Não se sabe. Os leões tiveram, nos últimos 20 anos, goleadores como Liedson, Van Wolfswinkel, Montero, Slimani, Teo Gutierrez, Bas Dost, Pedro Gonçalves e Sarabia e foram duas vezes campeões. Sem avançado puro mas com Pedro Gonçalves e Paulinho em 2020/2021 e com Gyokeres em 2023/2024. Antes e depois também tiveram Pongolle, Caicedo, Rubio, Ribas, Bojinov, Jeffrén, Viola, Barcos, Castaignos, Markovic, Alan Ruiz, André, Doumbia, Diaby, Luiz Phellype, Jesé Rodriguez, Bolasie e Arthur Gomes. Nenhum foi campeão, evidentemente. Não se sabe, em rigor, o que seria deste Sporting sem o sueco. Era mais fraco, claro. Com menos golos, claro. E sobretudo com mais lesões, como se tem visto pela peça de dominó que não cai e está sempre de pé.
Jogador dos leões foi confortado por Gyokeres
Por outro lado, que seria deste Sporting sem a impressionante sequência de lesões que o varreu nestes cinco meses? Não se sabe. O que se sabe é que Nuno Santos, Gonçalo Inácio, Pedro Gonçalves e Morita ou Daniel Bragança seriam titularíssimos neste Sporting e tiveram (e têm) paragens muito prolongadas. Imaginem o Real Madrid sem Rodrygo, Militão, Bellingham e Valverde ou Modric. Imaginem o Manchester City sem De Bruyne, Rúben Dias, Kyle Walker e Rodri ou Gundogan. Aqui, nem precisam de imaginar. Aconteceu mesmo e deu no que deu. O Sporting aguentou-se e foi sobrevivendo à saída de Ruben Amorim, à perda de pontos com João Pereira e, sobretudo, ao dominó de lesões, encostadinhas umas às outras. Algo é evidente. Com Nuno Santos, Gonçalo Inácio, Pedro Gonçalves, Morita, Daniel Bragança e até Matheus Reis disponíveis a equipa não estaria pior. Estava, obviamente, melhor. Agora, feito o luto por Ruben Amorim, o Sporting continua na liderança da Liga. Com um magrinho ponto de avanço sobre o FC Porto e com mais gordinhos três pontos sobre o Benfica. Vale o quê? Quase nada. Sobretudo quando a perda de pontos dos três grandes se parece com as lesões no Sporting: são umas atrás das outras. O melhor é esperar por maio. Mas, meus caros, esperemos sentados.
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