Sporting-Benfica, 1-1 (6-7, gp) O sentimento de «dever cumprido», Beste e Schjelderup - tudo o que disse Bruno Lage na conferência
O treinador dos encarnados analisou na sala de imprensa do Dr. Magalhães Pessoa a conquista da Taça da Liga, este sábado, na final com o Sporting
- Qual é o sentimento por esta conquista?
- É um sentimento de dever cumprido. Acho que fomos uns justos vencedores pela competição que fizemos. Assistimos a um grande jogo, uma primeira parte muito boa, com muitas oportunidades para os dois lados. Tivemos o mérito de entrar na frente, tentámos marcar mais um golo, o Sporting chega ao empate e depois foi uma segunda parte em que fomos respondendo à exigência do jogo. Fizemos alterações para continuar a jogar com qualidade, para sermos pressionantes, para tentar controlar o jogo com e sem bola e depois fomos muito competentes nos penáltis; portanto, acho que fomos justos vencedores.
- Qual a razão de ter substituído Akturkoglu por Schjelderup ao intervalo? E esta conquista vai dar o impulso que a equipa precisava?
- O Andreas [Schjelderup] fez uma grande primeira parte e sentimos que tínhamos de refrescar os corredores e fizemos essa alteração. Sentimos também que tínhamos de alterar, trazer o Akturkoglu para a direita e o Di María para a esquerda; depois, em termos defensivos estava a resultar mas em termos ofensivos não e voltámos a trocar. Aquilo que nos pode dar o impulso para o que falta da época é continuar a trabalhar. Como a equipa trabalha, a união e compromisso que tem no trabalho, isso é que vai dar o impulso. É claro que estar no Benfica, num clube com esta grandeza, obriga a lutar e conquistar títulos. Mas o compromisso com o trabalho é aquilo que os leva dentro de dois dias e meio, em 70 horas, termos de estar outra vez no nosso melhor porque a Taça de Portugal também é uma competição muito importante para nós.
- Peço-lhe que comente a roda e discurso que fez aos jogadores e o momento em que trocou palavras com Rui Costa e o presidente do Benfica teve uma reação estranha.
- Agradeci aos jogadores o compromisso no trabalho. Tinha prometido a mim mesmo que a minha história no Benfica tinha de ter um final diferente, por isso estou-lhes grato, tinha prometido a mim, tinha prometido aos meus filhos que eles iriam ver o pai a conquistar títulos. E isso deve-se fundamentalmente ao trabalho dos jogadores. Acabámos de ganhar um título… a segunda parte da pergunta não entendo… é uma conversa entre nós e se calhar foi mais ele não ter percebido o que eu disse, já lhe voltei a dizer e já rimos sobre isso.
- Esta conquista ajuda à coesão do grupo? E o que disse a Trincão no final do jogo?
- Venceu títulos ajuda, o ambiente é diferente, mas temos confiança na força do trabalho da equipa para dar boas respostas. Os adeptos do Benfica mereciam este momento. Para nós, não temos muito tempo para celebrar, temos ainda mais conquistas pela frente. Tenho carinho enorme pelo Trincão, foi a primeira contratação que fiz no Wolverhampton. Além da qualidade, ele é um homem com piada fácil. Vi-o ali, dei-lhe um abraço pela carreira que está a fazer, cresceu imenso e é um jogador muito bom.
- Colocou Tomás Araújo como lateral-direito, qual o motivo da decisão?
- O Bah tem feito uma época muito boa e pela forma como joga acusa muito o desgaste físico, sempre em alta intensidade, as corridas que faz, é um jogador muito importante para nós e neste momento não podemos perder os jogadores por lesão. Temos de ter esse cuidado. Mantive a equipa porque jogou com a dinâmica ofensiva que gosto. Fomos seguros com bola, pressionantes. Quando nos reunimos ao pequeno-almoço na ativação, há também que perceber de olhómetro, olhar para a cara dos jogadores e perceber que estão frescos, determinados, confiantes, podemos ir com a mesma equipa e depois a partir dos 60, 70 minutos começara alterar. Jogadores como Bah, Akturkoglu, têm dado muito à equipa, mas por vezes é importante saírem para depois voltarem a jogar, contribuírem como o têm feito até aqui.
- Pessoalmente, que significado tem este troféu para o treinador Bruno Lage?
- Sinto-me realizado, mas sinto desde o primeiro dia. É um clube onde me sinto muito bem, há sítios especiais, estou nesta casa há 20 anos. Passei por todos os escalões, ganhei títulos na formação, hoje faço o jogo 100 pelo Benfica, conquistei o terceiro título, sinto-me muito bem aqui. Foi aqui que aprendi a ter mentalidade de campeão, com a exigência que encontrei aqui. Faz-nos crescer e ter mentalidade de campeão. A mentalidade vencedora faz parte da exigência.
- Qual a estratégica com que pretendeu atacar o Sporting?
- Quisemos fugir à pressão do adversário, trazer os médios para o jogo e obriga-los a reorganizarem-se para pensar o jogo de outra forma.
- Qual o motivo da ausência de Beste da ficha de jogo?
- Ficou doente. Acordou com gripe, ficou de fora e tivemos de chamar o Adrián [Bajrami].
- Sente que pode ter sido um erro não apostar mais cedo em Schjelderup?
- Não, sinto é que apostámos nele no momento certo.