Benfica: «Schjelderup acredita que o tempo dele chegará»

NACIONAL29.10.202409:50

Cato Hansen, treinador da equipa feminina do Bodo/Glimt e amigo do extremo do Benfica, fala a A BOLA. «Marcar é a melhor forma de mostrar que está pronto»

«Por acaso reparei», respondeu, com humor, Cato Hansen, treinador da equipa feminina do Bodo/Glimt, quando atendeu a chamada de A BOLA para falar de Andreas Schjelderup, que na véspera tinha marcado o primeiro golo na equipa principal do Benfica. O técnico é dos que melhor conhecem o extremo de 20 anos — é amigo e confidente dele.

Cato Hansen, treinador da equipa feminina do Bodo/Glimt, amigo e confidente de Schjelderup

Cato Hansen treinou Schjelderup nas camadas jovens do Bodo/Glimt. Desde então não mais perderam o contacto. Sempre que o extremo volta ao país dele treina-se com Hansen, para manter a forma e continuar a progredir. Em setembro, contou, foi visita de casa de Schjelderup em Portugal e assistiu, no Estádio da Luz, ao jogo com o Santa Clara. Schjelderup esteve em campo 17 minutos.

«Foi bom vê-lo jogar ao vivo. Também estive com ele há pouco tempo aqui, nos sub-21. Está fresco e em forma. Esperemos que este seja o primeiro passo para jogar mais tempo», partilhou Cato Hansen, que acrescentou: «Está com o pensamento positivo e a treinar-se bem. Teve azar com a lesão [entorse no tornozelo esquerdo] na pré-época. Está empenhado em competir por um lugar. Esteve bem na seleção. Há esse sentimento de que tem de competir para jogar mais e a consciência de que tem de jogar bem quando tiver oportunidades. Marcar é uma boa forma de mostrar que está pronto. Mas terá de ser paciente, a competição é forte.»

Voltar ao Nordsjaelland, na época passada, «foi bom», até porque «é importante jogar ao mais alto nível». Essa experiência e o início de época no Benfica «deram-lhe confiança para acreditar que o tempo dele chegará».

Outra visão da Noruega

O jornalista Stian Hogland, da publicação Avisa Nordland, acompanha desde sempre a carreira de Schjelderup. Assinala que a transferência para o Benfica «foi um grande passo» para o jovem, que «precisa de tempo» para se afirmar. «O golo que marcou aumenta a confiança dele e a confiança dos companheiros, do treinador e dos adeptos nele. Pode fazer uma grande diferença», argumenta Hoglan.

Stian Hogland, jornalista norueguês

«Desde jovem Andreas tinha objetivos bem definidos. E o que passou no Benfica talvez tenha sido o primeiro revés na carreira. Precisou de dar um passo atrás. Esperemos que prossiga o plano», continua Hogland, que partilha o que pensam na Noruega sobre a mudança de Schjelderup para o Benfica: «Que foi um passo muito bom. Sabemos que o Benfica é um bom clube, que desenvolveu jogadores para as grandes ligas, talvez mais fácil do que se fosse para o Atl. Madrid, que também o queria e que o Benfica até venceu há pouco tempo na Liga dos Campeões.»

Hogland conta que Schjelderup «é determinado» e que a primeira experiência no Benfica não o deitou abaixo. «Na última pausa de Inverno dos campeonatos encontrei-o. Estava a trabalhar com um treinador, no duro, quer sempre melhorar e ser mais forte. Nunca o vi sem confiança. Claro que, sendo jovem, pode ter pensado no que não correu bem no Benfica da primeira vez, mas tem muitas pessoas boas à volta dele que também o apoiam», revela.

Schjelderup vive, em Portugal, perto de Fredrik Aursnes. E o compatriota também pode ser um exemplo a seguir, afinal o médio «também surgiu ao mais alto nível muito novo» e fez uma carreira «passo a passo». «Pode ser bom, sim. Não conheço Fredrik mas certamente que poderá ajudar Andreas», remata Hogland.