SC Braga: exigida resposta cabal

Após dois resultados embaraçosos, SC Braga recebe este domingo o Farense (20.30 horas) na 22.ª ronda da Liga; descontentamento geral faz com que esta partida seja de extrema importância para o futuro de Artur Jorge.

O SC Braga recebe o Farense após dois resultados infelizes que se traduziram numa agregado de 2-9. A goleada sofrida frente ao Sporting (0-5) deixou a equipa abalada e a resposta dada na 1.ª mão do playoff de acesso aos oitavos de final da Liga Europa, com o Qarabag, não foi a que os adeptos bracarenses esperavam, estando a eliminatória em causa, depois da derrota caseira por 2-4.

Mas, o momento não desgradou apenas aos adeptos que assobiaram e mostraram lenços brancos na direção de Artur Jorge. Também o presidente, António Salvador, viu-se na obrigação de ir ao balneário, após o desaire europeu. No entanto, adotou uma postura agregadora, pedindo para que a equipa reagisse, até porque já demonstrou, na presente temporada, que tem argumentos para fazer muito mais.

Por isso, um triunfo convincente este domingo na 22.ª jornada da Liga é o que se exige ao SC Braga e, claro, ao seu timoneiro. Porém, também o jogo no Azerbaijão, na próxima quinta-feira, entra nesta equação, já que o golo de penálti aos 90+1, de João Moutinho, deixou a recuperação um pouco mais acessível. O SC Braga tem de vencer por dois golos de diferença para empatar a eliminatória e procurar a passagem para os oitavos de final da Liga Europa.

A equipa, tal como treinador referiu no final da partida de quinta-feira, apresenta intranquilidade que também advém do desgaste, com alguns elementos em baixo de forma, como Álvaro Djaló - desde a lesão, ainda não voltou a ter o fulgor do início da época -, Víctor Gómez e Abel Ruiz.

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As lesões, nomeadamente de Bruma e Ricardo Horta (sobrecarga física), fazem com que as mudanças no onze não sejam substanciais. José Fonte pode voltar ao eixo defensivo, em detrimento de Paulo Oliveira e, talvez, Abel Ruiz seja relegado para o banco dando lugar a Roger Fernandes ou a Rony Lopes. No meio-campo, o trio Vítor Carvalho, João Moutinho e Rodrigo Zalazar deve ir novamente a jogo, podendo Artur Jorge surpreender com uma oportunidade a titular a Cher Ndour.

Dupla de centrais nova, mesmo resultado

Na partida com o Qarabag e tendo conta o desempenho defensivo da equipa, Artur Jorge apostou numa dupla de centrais inédita esta temporada. Paulo Oliveira e Niakaté jogaram pela primeira vez juntos, mas o resultado foi exatamente o mesmo. Quatro golos sofridos e uma falta de consistência bem explícita. Nem a introdução, nomeadamente, desde que ficou sem Banza para o CAN, de um terceiro médio de características mais defensivas, como Vítor Carvalho, tem ajudado a estancar a baliza de Matheus que em dois jogos foi buscar a bola ao fundo das redes por nove ocasiões.

Mercado deixou plantel debilitado

O mercado de transferências de janeiro deixou o plantel do SC Braga com menos soluções, especialmente, quando se observam lesões em jogadores fulcrais como Ricardo Horta e Bruma. Neste período, Artur Jorge perdeu três médios e recebeu apenas um. Mesmo que os jogadores que saíram não fossem, habitualmente, titulares, as opções para dar um ‘safanão’ na equipa ou somente fazer descansar um ou outro elemento são agora escassas. Al Musrati, principalmente devido às lesões contraídas, era apenas o 17.º jogador com mais minutos, seguido de André Horta (18.º) e Castro tinha muito pouca utilização (24.º). Mas, para a saída destes três, chegou um. Cher Ndour veio por empréstimo do PSG e também ele tinha participado em pouquíssimos jogos na primeira metade da temporada.

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O que salta ainda mais à vista, mesmo não sendo fácil contratar jogadores que entrem de imediato no onze, em janeiro, é o SC Braga não ter assegurado um central e um homem para o ataque. Até porque, e ficou patente na partida com o Qarabag, Rony Lopes não tem merecido a confiança do treinador. Com poucos extremos, Artur Jorge preferiu colocar Abel Ruiz numa ala e durante o jogo colocou o jovem Roger Fernandes, com o ex-Sevilha a voltar a ficar de fora dos planos.