Artur Jorge: «Condições para continuar? Com toda a certeza que sim»
Treinador do SC Braga sente-se capaz de dar a volta a esta situação e ainda pediu desculpa aos adeptos pelos últimos maus resultados
Que análise faz ao jogo e o que não correu bem?
- Não correu bem, acima de tudo, o resultado. Tivemos uma exibição que ficou aquém do que pretendíamos, numa eliminatória que está a meio e que o nosso rival está em vantagem. Por culpa nossa e que acaba por nos penalizar em termos de resultado e de eliminatória também.
Há três semanas estava em festa. Mas, em 2024 tem apenas três vitórias, como explica este momento?
- Nos últimos seis jogos apenas perdemos com o Sporting. Empate com o Chaves e derrota com o Sporting. É sempre relativo ou redutor falar no ano civil de 2024. É um resultado que acresce ao que aconteceu em Alvalade e tem impacto, é um resultado que nos deixa não diria em crise, mas desconfortáveis. Tem-se notado que há muita gente intranquila e nota-se que por vezes somos traídos por isso.
Juntando os dois resultados, Alvalade e este, e algumas exibições menos conseguidas. Que sinais a equipa transmite daquilo que deve ser alterado. Como está a sua motivação para tirar o SC Braga desta situação?
- A minha motivação e dedicação ao trabalho é muita e sei que os jogadores estão alinhados com essa motivação. Temos muita confiança naquilo que fazemos e de como preparamos cada um dos jogos. Tem sido uma fase de maior intranquilidade, de um ou outro jogador que faz com que não ultrapassem o momento e isso traduz-se em piores resultados. Ao nível da abordagem, em termos coletivos é para o que pretendo olhar e não para aspetos individuais. É de forma coletiva que temos ficado aquém daquilo que todos queremos.
Foi o pior jogo desde que aqui está? Tem todas as condições para continuar?
- Quero dizer muito claramente que foi o jogo que mais me custou, pelo resultado, pela contestação, também tenho sentimentos e percebo isso. Tenho de aceitar as críticas e a contestação, porque acho que são justas. Tínhamos uma oportunidade para dar outro ânimo aos nossos adeptos que puxaram por nós, mesmo quando estávamos muito mal no encontro. Não mereceram esta derrota, de hoje. Assumo a minha responsabilidade, pela equipa não ter conseguido corresponder às expectativas que todos queríamos. Condições para continuar? Com toda a certeza que sim.
Mais do que uma vez falou na intranquilidade da equipa, porque surge após a conquista do troféu e com tantos jogadores experientes?
- Estamos a tentar descobrir e a analisar. Há uma série de fatores, mesmo antes da conquista do título, por um resultado difícil de aceitar em casa e na sequência das derrotas com Benfica e FC Porto. Tinha dito que o mês de janeiro seria complicado e condensando em resultados que podiam abater a equipa. Tivemos dificuldade em ultrapassar os resultados que fomos tendo. Chamo intranquila, mas é desgaste, também. Não tem sido a equipa que já vimos na primeira metade do campeonato e na Liga dos Campeões, mas são os mesmos jogadores. Esse é o meu trabalho e incutido pelo presidente para melhorar e temos já o Farense que vai ser complicado. Retirar tudo o que há para retirar de jogos como estes. Levantar a cabeça, tombamos hoje mas temos de nos mostrar fortes e determinados para a forma como nos vamos levantar.
Como explica aqueles 15 minutos em que sofre três golos? Sente que a equipa é capaz de dar a volta?
- A eliminatória está a meio. É um desafio difícil, muito mais do que era há hora e meia atrás. Conseguimos acabar a primeira parte com o golo do empate que nos podia catapultar para ir em busca do segundo no reatamento. Depois sofremos mais um golo que é difícil de aceitar a este nível. Depois estivemos por cima. Os outros golos foram de momentos infelizes, pois acabamos por discutir lances do jogo e isso tem acontecido com frequência. Agora temos de fazer, como disseram os jogadores. O que está já passou e olhar para frente, pois este resultado, esta desvantagem mantém-nos alerta para ainda irmos à procura de dar a volta a esta eliminatória.